12-2-2012

Ribeiro Sanches neste site, aqui e aqui             

 

Amigos de António Nunes Ribeiro Sanches

 

 

No seu interessante livro sobre António Nunes Ribeiro Sanches, David Willemse refere na nota 22) de pág. 14, quatro cartas dirigidas ao Dr. Charles-Louis-François Andry (1741-1829), legatário dos manuscritos de Sanches, de correspondentes amigos do falecido, a quem ele tinha pedido detalhes sobre a biografia daquele.  Estas cartas encontram-se na Biblioteca Nacional da Áustria (manuscrito n.º 12714), em Viena e são as seguintes:

Carta de Marcelo Sanches (Nápoles)  -– 22 de Novembro de 1783 -73 r.-74 r.    

Carta de Jacques Stehlin (Petersburgo)  -- 20 de Dezembro de 1783 --75 r.-76 r.

Carta  do Dr. José Alvares da Silva (Lisboa) – 18 de Janeiro de 1784 -- 77 r. a 88 v. - Inclui notas

Carta  do Dr. José Alvares da Silva (Lisboa) – 25 de Abril de 1785 –- fls. 90 r. a -91 v.

 

São estas cartas que vou aqui transcrever, reproduzindo-as do manuscrito n.º 12714, da Biblioteca Nacional da Áustria.

Ressalta das cartas a intenção do Dr. Andry de escrever uma biografia de Ribeiro Sanches, certamente mais detalhada que aquela que havia inserido no Catálogo da Biblioteca do falecido. Este estipulara no testamento que a sua biblioteca deveria ser vendida e o produto da venda entregue a seu irmão Marcelo Sanches, residente em Nápoles, a quem tinha protegido e ajudado financeiramente quase toda a vida. O Dr. Andry procedeu de conformidade, fez publicar o catálogo da Biblioteca e promoveu o leilão.  Depois, deve ter encontrado dificuldades em encontrar as informações de que precisava para redigir a biografia e certamente desistiu.  Guardou quase religiosamente os manuscritos de Sanches, que só foram postos à venda por seus filhos depois da sua morte em 8 de Abril de 1829.

As cartas foram depois aproveitadas pelo Dr. Vicq-D’Azir, para documentar o elogio de Ribeiro Sanches, em Éloges Historiques par Vicq-D’Azir, recueillis et publiés avec des notes par Jacques L. Moreau, Tome troisième, pags. 217-257, Paris, L’imprimerie de Baudouin, 1805, a seguir traduzido por Francisco Manuel do Nascimento (Filinto Elísio), e inserido na edição das obras de 1817-1819, volume IX, pags. 6-53.

 

A primeira carta foi escrita por Marcelo Sanches (1713-1785), irmão de Ribeiro Sanches. Maximiano Lemos faz dele uma biografia bastante pormenorizada no seu artigo “Amigos de Ribeiro Sanches”.  Chamou-se no baptismo Manuel e usava assinar-se Manuel Marçal Sanches; aportuguesou o sobrenome para Marcel e depois passou a usar o nome de Marcelo Sanches.  Era cirurgião do exército da Rainha de Nápoles, de onde foi reformado em 1774, com uma pequena reforma. Como se constata desta carta, foi amparado pelo irmão António toda a vida. Este vivia no terror de que ele fosse para Portugal, como pretendia, seguro como estava de que cairia logo nas garras da Inquisição.

 

Quanto às outras cartas aqui transcritas, o pormenor mais importante é o episódio contado por Stehlin referindo que um médico irlandês, o Dr. Smit o acusou em Petersburgo de ter tido prática judaica no seu passado; este texto foi já referido por David Willemse nas págs. 16 e 17 do seu livro.

Jacob von Stehlin (1709-1785) viveu 50 anos em Peterburgo, de 1735 a 1785, data em que faleceu e desempenhou funções na Academia das Ciências, de que foi nomeado Secretário Perpétuo. Foi um grande amigo de Ribeiro Sanches, como se constata da sua carta.

 

As duas cartas e anexos do Dr. Álvares são importantes para ter uma ideia mais desenvolvida da sua biografia, pois Maximiano Lemos não conseguiu apurar praticamente nada sobre ele.

O médico José Álvares da Silva que se assinava geralmente Joseph Alvarez da Sylva esteve em Paris mais ou menos exilado desde Novembro de 1758 a finais de 1773 ou princípio de 1774. Conviveu muito com Ribeiro Sanches durante esses 16 anos. Não encontrei escrito em lado nenhum, mas estou convencido que fugiu do País, imediatamente após o atentado ao Rei D. José I, em 3 de Setembro de 1758. De facto ele era médico de D. Leonor Tomásia de Távora, a Marquesa de Távora, que foi executada como cúmplice do atentado real de 13 de Janeiro de 1759. A esta tinha dedicado este livrinho sobre o terramoto de 1755, referido por Inocêncio (vol. 12, pag. 209):

Precauções médicas contra algumas remotas consequências que se podem excitar do terremoto de 1755. Carta que à ill.ma e ex.ma sr.ª D. Leonor de Távora, marqueza de Távora, escreve José Alvares da Silva – No fim: Lisboa, na offic. de José da Costa Coimbra, 1756, 4.º de 28 pag. e mais 4 de licenças.

Inocêncio refere ainda outro fascículo:

Investigação das causas próximas do terremoto succedido em Lisboa no anno de 1755. Carta que ao ill.mo e ex.mo sr. D. Luiz de Almeida, conde de Avintes, etc., escreve o ínfimo philosopho J. A. da S. – No fim: Lisboa, na offic. de José da Costa Coimbra, 1756, 4.º de 14 pag.

José Álvares da Silva não se deve ter sentido à vontade para ficar em Lisboa e foi para Paris conviver com Ribeiro Sanches.

De José Álvares da Silva existem na BNP dois grossos volumes manuscritos, com as cotas Cod. 11511 e 11512. São totalmente da caligrafia dele, embora incluam cópia de duas longas cartas escritas por Ribeiro Sanches sobre assuntos de Medicina. Para além disso, transcreve alguns textos de Medicina  de Boerhaave e ainda apontamentos das aulas deste tirados por Ribeiro Sanches redigidos em Latim.  Finalmente, transcreve as Notas de Ribeiro Sanches sobre os aforismos de Boerhaave (Cod. 11512, fls. 144 a 192), em Latim, com o título “Animadversiones in Hermanni Boerhaave aforismos”. Não sei onde poderão estar os originais deste texto.

Como disse acima, o interesse destes textos é hoje muito relativo. Não têm valor literário e as ideias sobre as doenças e seu tratamento deverão estar hoje ultrapassadas.

 

 

Carta de Marcelo Sanches - 22 de Novembro de 1783

 

Naples, le 22e Novembre 1783

 

Monsieur,

 

Permettez que j’aye l’honneur de vous remercier très humblement de tout ce que vous me marquez au sujet de mon frère, et de la part que vous prenez pour ce qui le regarde; il m’avoit mandé par la dernière lettre que je n’avait qu’à m’adresser à vous Monsieur, en cas que Mr Collet de La Noue vint à manquer; mais, puisque vous m’avez prévenu par votre obligeante lettre du 24 octobre, je me félicite de cette époque qui me procure le bonheur de connoître une personne de votre mérite de la descendance (ni fallor) du célèbre Mr Andry, qu’il me ressouvient avoir entendu aux Écoles de Médecine en 734, et disputer avec cette vivacité qui lui étoit naturelle, sans s’éclipser à l’âge de 80 ans.

 

Pour ce qui regarde les particularités de la vie de mon frère, et dont vous daignez vous en informer j’aurai l’honneur de vous dire que je ne suis pas instruit de tous les détails de sa vie, à cause de l’éloignement depuis tant d’années que je suis fixé dans ce pays, ai été à la suite d’un Régiment de Dragons, en Pouille, en Calabre, à l’accantonement de Sora en Campanie; et quoi qu’il savoit qu’il ne me manquait rien, puisque j’étoit payé du Roy; qu’il avoit tous les égards pour moi, me faisant tenir des lettres de change jusqu’à Marsala même dans le fonds de la Sicile (le Lilibée des Anciens) où le Régiment était alors de quartier, sans qu’il fit mention de sa vie privée, autrement que de ses maladies et de quelque littérature; et comme il étoit ennemi d’ostentation et de Philantie, il ne me mandoit jamais rien sur cet article; et même je n’aurois jamais sçu ce que s’est passé dans l’entrevue qu’il eût avec le Grand Duc de Russie, dans son séjour à Paris, si je ne l’avois appris par la Gazette de Lisbonne du  23 Juillet 1782 [*].

 

Cependant je toucherai les principaux évènements de sa vie, autant que je puis m’en ressouvenir. Mon frère nacquit à Penamacor (le pays des anciens Vettones), place d’Armes, le 9 Mars de l’an 1699 d’une famille honnête. Il fit les humanités dans le lieu de sa naissance, ensuite il passa à Connimbre, où il étudia en Médicine et en Droit, et passa à Salamanque, où il séjourna et y a pris ses degrés, de retour il a été appellé a Benevente, pas loin de Lisbonne, pour exercer la Médecine.  L’an 724, il se trouvoit déjà à Lisbonne, du temps de l’épidémie; et où il eût l’occasion à être connu du Premier Médecin du Roy (Mirandella) qui en fait mention dans son Traité des eaux minérales du Royaume (apparition de la maladie vénérienne, p. 80). En 726, il se mit à voyager à ses propres frais et dépenses, et déjà il paroit qu’il étoit en France en 728, où il connut Mr. Bertrand (Examen Historique, p. 78); il passa ensuite à Leyde en 730, où la réputation du grand Boerhaave l’avoit attiré, et qui lui proposa de partir pour la Russie l’an 732, étant âgé de 33 ans; il se rendit avant son départ à la Haye auprès de M. D. Luis da Cunha, alors Ambassadeur de Portugal auprès des Etats Généraux, qui lui donna des lettres de recommandation pour le Prince Kouvakin et autres Seigneurs Russes de sa connaissance.  Après avoir fait ses campagnes en Uckraine, Astracan et même jusqu’aux frontières Perses (je crois même que M.r Screiber en parle dans son traité de Peste en Ukraina) ayant été rappelé à la capitale, s’y étant un peu tranquillisé, après avoir souffert considérablement, non content de commencer un commerce de lettres avec les Académiciens de Lisbonne, il voulut aussi celle des Jésuites, profitant de la caravane qui va jusqu’à Pekin. Dans la suite, étant devenu Médecin de la Cour, il fit venir à Petersburg les neveux de Mr  Boerhaave et si je ne me trompe Mr Degorter y vint aussi à son instigation. Mais comme sa santé a toujours été chancelante, il se détermina à demander sa démission et il passa à Berlin où il eût l’honneur d’incliner le Roy, introduit par le Général Keith et le Comte de Podwilt, devant Premier Ministre, dont le dessein étoit de l’attirer à la Cour, par l’accueil qu’on lui fit; mais outre qu’il ne vouloit plus de Nord, à ce qu’il m’écrivit (de Lotsdam, le 18 Novembre 1747), il ne lui convenoit pas de passer au service du Roy après avoir servi l’Impératrice, dont il a joui une pension pendant 20 ans, de même que du Roi de Portugal et du Prince Calitzin. Pour ce qui est de ses ouvrages, son traité de la Conservation de la Santé des Peuples, on en a fait une 2ème édition en 1757 à Lisbonne in 4.º; le même livre a été traduit en Espagnol il y a 3 ou 4 ans, selon les Gazettes de Madrid. Sa Dissertation de l’origine de la maladie vénérienne a été traduite en Anglois l’an 1756 ou 1757. A l’égard de la traduction des Considérations sur les tremblements de terre, je manquerai pas, en cas que je la fasse imprimer, de vous faire parvenir deux exemplaires par le Courier de Rome.  Voilà tout ce que je puis me rappeler pour à présent, vous priant au reste d’excuser ce verbiage et de me croire avec tout le respect, Monsieur,

 

Votre très humble et

Très obéissant serviteur,

 

Marcello Sanches

 

[*] A notícia é esta:

 

Paris, 2 de Julho  [de 1782]

………..

Entre as anecdotes que se contão destes Príncipes [Conde e Condessa do Norte], e que provão a sua admirável urbanidade, he huma: que o Doutor Sanches, Médico Portuguez, que o tinha sido na Corte de Petersbourg, os foi visitar: e estando SS.AA. à meza, quando entrou, se erguerão para o receber, e o fizerão sentar ao seu lado. Depois de terem conversado meia hora, o Príncipe e a Princeza, e o Embaixador Russiano, que também se achava à meza, se erguerão segunda vez, e o vierão acompanhar até à porta: ao apartar-se o Príncipe apertando a mão do bom velho, lhe disse: Sei o quanto foi benemérito na Rússia e que curaste a Czarina minha Mãi: os vossos anos, e moléstias vos não permitem frequentes visitas, eu irei ver-vos à vossa casa.”

 

 

 

 

Carta de Jacques Stehlin - 20 de Dezembro de 1783

 

St. Petersburg le 20 octobre 1783

 

Il est vrai qu’une couple de semaines avant l’entrée de la lettre que vous m’avez fait l’honneur d’écrire, j’avois apris de M.r le Général Bezkoi la triste nouvelle de la mort de Mr Sanches, mon ami depuis 40 ans. Néanmoins je vous suis bien obligé de la peine que vous vouliez bien vous doner de m’addresser une lettre qui me servit à même tems pour avoir pu déclarer par écrit à notre Académie Impériale des Sciences la mort de son membre honoraire le plus ancien. Je regrette, il faut avouer, beaucoup la perte de cet honnête home et ami constant depuis le commencement de notre mutuelle connoîssance, jusqu’à la fin de sa vie; quoique cette même amitié fut contractée d’abord dans un endroit où les amitiés ne sont à l’ordinaire les plus solides ou les plus durables, à savoir, à la Cour, lorsque Mr Sanches étoit  médecin du Corps de l’Impératrice et moi Précepteur et Bibliothécaire du Grand Duc, ensuite Empereur de Prussie Pierre III.

Jamais même amitié n’éssaia ni rallenteur, ni froideur. Pour ma consolation dans cette perte, je conserve chez moi mille témoignages de l’estime, de l’amitié, et de la confiance, que ce digne ami a conservé pour moi jusqu’à sa mort. La dernière lettre de sa propre main déjà tremblante est datée à peine 15 jours avant son décès; mais hélas ! j’avois aussi lieu de la regarder pour la dernière ou pour le congé qu’il alloit prendre de moi.

Le monument que vous allez ériger, Monsieur, par une notice de la vie de ce digne ami, grand médecin, et célèbre savant, fera honneur à vie, honnêteté et reconnoîssance.

J’y pourrois bien contribuer maint article, si j’avois marqué par écrit  plusieurs faits qui lui faisoient honneur, ce dont j’étoit témoin oculaire à Petersbourg et à Moscau. Non seulement il jouit d’une estime particulière de l’illustre Maréchal Comte de Munic, avec lequel il passa 3 ans dans la Campagne contre les Tartares et les Turcs, mais son mérite fut reconnu aussi à la Cour Impériale où il étoit préféré à bien d’autres médecins plus anciens que lui et choisi pour Médecin de Corps de l’Impératrice Elisabeth.

Sous ce dernier règne il essaya un choc assez facheux et sensible par la grossièreté et malice d’un médecin anglais M. Smit, Médecin des Gardes Impériales, qui dans la chaleur d’une dure dispute, dans un Conseil des Médecins, sur la maladie d’un Seigneur de la Cour, lui reprochoit publiquement qu’il étoit un Juif Portugais, vu par lui-même en fonction dans la Grande Synagogue à Amsterdam. Pour justifier ce reproche, l’indiscret Anglois étala partout la même blâme, au grand chagrin de l’honnête home M. Sanches.

Quoique la Cour ne faisoit pas mine d’ajouter foi à cette impertinence de l’Anglois, et quoique le calomniateur fut congédié  quelque temps après, par une autre indiscrétion et mauvaise conduite, néanmoins Mr Sanches passant toujours pour bon chrétien Portugais, s’en chagrinoit si sensiblement que sa santé commençoit à s’affoiblir et lui à songer dès lors à se retirer de la Russie. A la fin, sur sa demande, il obtint son congé avec une pension annuelle de Rbl 1000 de la Cour et de Rbl 200 de l’Académie des Sciences en qualité de membre honoraire.  Sur ces Rbl 200, Mr de la Laude célèbre Astronome et membre de la même Académie, a eu la survivance depuis plusieurs ans, et les jouit actuellement depuis la mort de Mr Sanches.

Voici le peu d’anecdotes dont je me rappelle dans ce moment.

Au reste, come j’ai remis au défunt, encore de son vivant, la pension de l’académie pour la 1ère moitié de l’an courant 1783, après laquelle il a fini bientôt sa carrière, il ne sera guère question de l’autre ou de la seconde moitié de l’an, qu’il n’a pas atteint; ainsi je ne saurois rien à adresser à l’Executeur de son testament, Mr Collet de la Noue.

À vous, Monsieur, je félicite de tout mon cœur l’héritage des manuscrits de mon ami défunt, qui sans doute méritent leur conservation dans les mains et par les soins d’un si digne héritier. Persuadé cependant par votre lettre qu’avec les manuscrits de M. Sanches vous aviez hérité aussi l’amitié de ses amis, je vous suis bien obligé des obligeantes offertes de votre amitié réciproque, dont je ne manquerai pas de profiter, si quelque occasion se présentera, vous offrant et dévouant en avance mes services en Russie dans toutes les occasions où je vous pourrois témoigner mon amitié sincère et la considération la plus distinguée avec  laquelle j’ai l’honneur d’être, Monsieur,

Votre très humble

et obéissant serviteur

 

Jacques de Stehlin

Conseiller d’État actuel de S.M.Impériale

de toutes les Russies,

Membre de son Académie des Sciences

Secrétaire perpétuel de la Société

œconomique de Petersburg

 

Carta de José Álvares da Silva - 18 de Janeiro de 1784

 

Monsieur,

Il y a quelque temps qu’on m’a porté la Lettre, que vous avez fait l’honneur de m’écrire, à la quelle je n’ai pu répondre tout de suite,  /comme c’en étoit mon devoir /, non seulement à cause des embarras, dont nous sommes souvent accablés dans la pénible besogne de notre métier, mais aussi par la raison que ma santé chancelante ne me laissait pas assez de temps pour secouer de la poussière à quelques bouquins, et à mes pitoyables brouillons, à fin de de mieux me prêter à la satisfaction de vos nobles désirs. La candeur de vos sentiments, si bien exprimée dans vôtre Lettre, me donne de nouveaux regrets d’avoir quitté ma seconde patrie, à La quelle j’étois obligé de dire à Dieu, ainsi qu’à mes bons et sçavants amis, et cela pour m’entrainer de nouveau dans la carrière trop importune et non moins épineuse de la Practique Médecinale. C’est rendre justice à vos procédés de vous déclarer sincèrement que je me suis plaint contre ma fortune, parce qu’elle ne m’a pas donné occasion de vous connoître pendant les seize ans que j’étois à Paris: mais comme les gens de Lettres régulièrement en écrivant tirent leur Portrait d’après nature, je suis persuadé que vôtre bonté voudra bien m’en dédommager  désormais, en m’accordant une place parmi le nombre de vos amis, et de vos serviteurs; et je ne cesserai de vous témoigner combien je suis sensible à vos attentions, et serois-je redevable à vos Lumières.

Nous avons fait, Monsieur, une perte aussi facheuse qu’elle est irréparable, puis que nôtre bon ami et très-sçavant M.r le Dr Sanchez n’est plus. Cependant, l’Apotheose que vous allez offrir à sa Mémoire, nous le rendra aussi durable que les sciences puissent subsister dans l’Europe. Nous le retrouverons vivant dans le Portrait que vôtre plume transmettra à la Postérité; et je vous remercie infiniment de m’avoir comblé de bonheur en vous rappellant, que je pouvois contribuer tant soi peu à sa gloire. Assurement, Monsieur, que vous ne vous êtes pas trompé. Ma reconnoîssance m’avoit fait déjà penser de répandre quelques fleurs sur la tombe de mon sçavant Ami; mais je différois de remplir ce devoir à un autre temps, en analysant son opinion sur l’origine de la maladie vénérienne: vous m’avez beaucoup obligé, Monsieur, en m’inspirant de m’en acquitter au plûtôt. Je vais donc répondre à vos intentions, avec tant plus de plaisir et d’empressement que je m’imagine que personne ne peut me surpasser /pour le moins / dans les connoîssances rélatives à la vie de feu notre respectable Ami, non seulement à cause de ce que je lui entendois dire dans nos entretiens si familiers et si réitérés, mais par la raison que j’en ai par devers moi un de ses livres / imprimé à Paris, en Portugais, l’an 1756, et qu’on a réimprimé à Lisbonne, sous le titre Tractado da Conservação da Saúde dos Povos, c’est-à-dire, en François, Traité sur la Conservation de la Santé des Peuples/, ainsi que des Extraits, relatifs à nôtre argument, que j’avois fait à Paris de deux autres de ses Écrits /également y imprimés en Portugais, mais qui sont extrêmement rares, et qui probablement ne seront jamais publiés/, où se trouvent divers passages qui nous en éclaircissent.

Mais avant que j’aye l’honneur de vous en présenter mon canevas, je dois vous communiquer que M.r Sanchez m’a dit, que son ami l’Abbé Barboza Machado, Auteur de la Bibliotheca Lusitana, voulant donner un supplément à cet ouvrage, l’avoit prié de lui faire parvenir les notices qu’il en jugéroit à propos concernant sa vie et ses écrits, et qu’il lui manda de Paris la narration que se trouve au Tom. IV de la Bibliotheca Lusitana. verb. Antonio, pag. 56. Cet ouvrage est à Paris, si je ne me trompe, chez M.r Barrois, et son frère  M.r Théophyle Barrois, ou M.r d’Ermilly, s’il n’est pas mort, pourra confronter ma traduction avec le texte en avertissant néanmoins que je prends la liberté d’ajouter ou d’en retrancher, toujours fondé sur ce qu’il m’en a souvent raconté, ou sur ses écrits imprimés, ou sur quelques-uns de ses M.S. dont il m’a laissé prendre la copie, ou bien  sur des Livres d’autres Auteurs et cela pour mieux entrer dans vos vues.

Pour en éclaircir quelques faits, j’ajouterai des notes.

Antoine Ribeiro Sanchez nacquît le 7 Mars 1699 à Penamacor, Bourg situé dans la Province de Beira, en Portugal. Son père s’appelloit Simon Nunez, et sa mère Anne Nunez Ribeiro; l’un et l’autre d’honnête famille [1]. La compréhension et le génie de M. Sanchez étoient si précoces, qu’à l’âge de douze ans, il composait déjà avec éloquence en prose et en vers dans les Langues Portugaise, Espagnole et latine. Son Père l’envoya s’inscrire à l’Université de Connimbre en 1716; et il y étudia la Philosophie Escolastique ainsi que le Droit Roumain pendant trois ans: mais comme les désordres de quelques étudiants ne laissoient alors s’y appliquer personne à l’étude avec du repos [2], il s’est transféré à Salamanque, où l’obstination d’une fièvre quarte le fit prendre la résolution d’abandonner la Jurisprudence, en 1729, pour se livrer entièrement à l’étude de la Médecine. C’est ainsi que le Grand Boerhaave se guérissa lui-même d’une maladie dans sa jeunesse, en dépit des Practiciens qui l’en avoient traité inutilement, s’est proposé heureusement de s’adonner à la Médecine [3].

Comme une passion très forte avoit fait changer d’étude notre Sanchez, il s’est y appliqué avec tant d’ardeur et il y développa tellement l’étendue de son génie, qu’il y pris les degrés de Licence, en 1725, avec applaudissement général de ses Professeurs et dont un de ceux-ci vouloit le fixer avec avantage à l’Université, non-obstant la résistance que son Disciple lui en faisoit constamment. Je tiens ce fait de lui-même.

Auprès qu’il retourna gradué dans sa Patrie, on lui a donné la place de Médecin en titre du Bourg de Benavente, à peu de distance de Lisbonne, où il venoit fréquemment  pour voir son oncle Diogo /Jacques / Nunez Ribeiro, et pour y acquerir de nouvelles connoîssances de la Practique de quelques Médecins [4]. En effet, il sçut s’attirer particulièrement l’estime du célèbre Fonseca Henriquez, un des Médecins du Roi, et un des plus sçavants Practiciens de Portugal, qui reconnut d’abord les lumières et les talents de nôtre Sanchez, dans sa jeunesse [5]. Tant il est vrai que les Hommes de génie en connoîssent bien tôt les gênes des autres, qui pourront leur rassembler ou même surpasser.

Rien de plus flatteur à l’âge de M. Sanchez que d’être considéré de plusieurs Practiciens, dont il savoit bien mettre à couvert la réputation, guidé par la prudence du Dr Henriquez, m’en disoit-il; et comme il devenoit chaque jour plus habile, tant par la lecture que par les observations cliniques qu’il en faisoit, l’appréciation de son mérite lui promettoit de s’établir à Lisbonne, beaucoup plus avantageusement qu’il n’en étoit à Benavente. Cependant une affaire très délicate, qui lui survint à l’imprevu /ses amis ne l’ignorent pas, puisque’il nous en parloit beaucoup à Paris / lui fit prendre la ferme résolution, l’an 1726, de sortir pour jamais de Portugal, à la première occasion favourable qu’il en auroit, dans le dessein de se transporter à Rome, pour y s’établir moyennant la recommandation de ses amis [6].

Comme il n’avoit du temps à prendre, il s’est mis à bord d’un navire à l’embouchure du Tage, qui le mena en droiture à Gênes, d’où il est allé jusqu’à Pavie: mais il n’a point passé au de-là de cette ville, ayant y appris que le Roi de Portugal avoit alors défendu à ses sujets d’aller à Rome et enjoignoit de sortir au plûtôt ceux qui s’y trouvoient. Pour se conformer donc à cet Edict, M. Sanchez retrograda jusqu’à Marseille, où l’attendoit la prédiction de sa fortune. Il y gagna l’estime de Mr Bertrand, sçavant Médecin, qui par inspiration ou par prévoyance si bien fondée, lui conseilla le premier de se rendre à l’Université de Leyde, pour y emprunter les lumières de l’immortel Boerhaave. Mille fois, il m’a fait ce récit, en ajoutant que toujours lui seroit chère la mémoire du très-honnête et très-expert Mr Bertrand, parce qu’il lui étoit rédevable de ce bon conseil, en 1728, ainsi que de l’instruction sur les ravages de la Peste, et des observations qu’il y avoit fait pendant dix-huit mois par rapport à ce fleau [7].

Quelque empressement que nôtre Sanchez auroit eu de se rendre au plûtôt à Leyde, pour y rassasier son avidité de doctrine et d’érudition, néanmoins il n’a pu surmonter les obstacles qui lui empêchoient de parvenir à l’exécution de son dessein si promptement qu’il le désiroit. Il quitta donc Marseille, avec le regret de ne pouvoir entendre désormais les avis de Mr Bertrand, qu’il regardait comme son Mentor; et il est allé d’abord à Montpellier. Il y séjourna quelque temps, et non pas oisif parce qu’il assistoit souvent aux leçons d’Anatomie, de Chymie et de Médecine Practique, fort étonné principalement d’y voir déjà répandue la doctrine de Boerhaave, tandis qu’on ne la connoîssoit gueres dans les Universités d’Espagne et de Portugal.  D’après cela, rien de merveilleux qu’il en ait été alors surpris des nouveautés qu’il y apprenoit: mais ce qui doit paroître tout à fait extraordinaire c’st que jadis, un de ses Parents, aussi Médecin, y eut étonné à la fois et l’Université et le Peuple de Montpellier, à cause des succès de sa méthode de traiter des maladies différentes [8].

Non obstant que M. Sanchez s’instruisoit beaucoup à Montpellier, il ne sçauroit fixer toute son attention qu’à Leyde; et il s’est en allé à Bourdeaux, où il resta peu de temps [9]. Ensuite, il s’est transporté à Londres, et il y frequenta les Cours d’Anatomie et de Chirurgie du Professeur Douglas, quelques uns de Mathematique du Dr. Jacques Sterling, et en même temps il suivoit certains Médecins dans les Hôpitaux, pour être mieux au fait de comparer les méthodes différentes, et quelques fois opposées, de traiter les maladies, d’après les observations qu’il en sçavoit si bien recueillir. Cependant toutes ces doctrines ne satisfaisoient son génie, prècisement parce qu’elles n’étaient pas de Boerhaave.

Enfin, aussitôt que lui parvinrent l’agrément et quelques secours de son père, il s’est rendu à Leyde, l’an 1730. Maintenant on ne peut se souvenir  de Mr Sanchez sans s’étonner de la prompte prédiction de sa fortune; puis qu’il s’attira d’abord dans les premières leçons, me raccontoit-il, la considération du moderne Hyppocrates, avant que celui-ci en eut fait la preuve des talents du Disciple. En effet, M. Sanchez n’écrivoit jamais les leçons qu’il entendois, ou, pour mieux dire, que lui étanchoient son ardente soif [10]. La constance de cette conduite fixa l’attention de  Boerhaave sur la capacité d’un tel Disciple. D’ailleurs, il ne perdoit gueres de vue les cours d’Anatomie et de Chirurgie de Bernard Sigfried Albinus, ceux de Physique Expérimentale de Jacques S’Gravesend, ni ceux de Belles Lettres /c’en étoient alors principalement l’interprétation de Suetone/ de Pierre Burmann.  Quels maîtres ou plûtôt, quels oracles ! Toutefois on se tromperoit en imaginant que nôtre Sanchez n’en voudroit consulter d’autres. Lorsqu’il avoit du loisir, il suivoit le célèbre Oosterdick Schachs dans l’Hôpital, tant pour y remarquer les résultats de la méthode établie par cet illustre Practicien, que pour s’enrichir d’après la dissection  des cadavres [11]: De plus, nombre de fois il assistoit aussi aux cours particuliers de Botanique, de Chymie et de Matière Médicale, donnés par les sçavants Adrien Van Royen, et ses deux amis Jérome David Gaubius et Gerard Van Swieten [12]. Toute l’Europe sçait bien que M. Sanchez ne manquoit guères les occasions de s’instruire; et ce, qui est très rare, ceux qui le fréquentoient doivent avouer qu’il s’étoit fait un devoir inviolable de honnorer toujours la mémoire des hommes qui l’en avoient éclairé.

Mais ce n’est pas tout. Les jours de vacance, presque sans faute, il se rendoit à la Haye, pour y voir son illustre Protecteur, M. D. Louis da Cunha, Ambassadeur de Portugal, et dont la renommée portera même dans les siècles à venir le plus grand éloge de ses talents.  A force d’y entendre /ensuite à Paris/ discutter ce Grand Politique avec d’autres sur de matières relatives au Régime d’un Etat, le Disciple de Boerhaave et de Burmann y emprunta les lumières de la saine Politique; et je suis sur que l’art de guérir les hommes /si bien comparé par le Chancelier Bacon à la Politique, [13] /ne l’occupa guères moins pendant la vie, que l’art de les rendre heureux.

L’un des jours qu’il revenoit de La Haye à Leyde, on lui appris que Boerhaave l’avoit fait appeler, et il vouloit lui parler au plûtôt. Lorsque M. Sanchez parut devant son Maître, celui-ci lui a dit, que le Collège des Médecins de Russie lui ayant demandé trois de ses Disciples, pour y être placés en différentes villes, il l’en avoit choisi parmi d’autres; et que, s’il voulait saisir cette occasion pour s’établir honorablement, il n’avoit qu’à soutenir une Dissertation Inaugurale pour prendre les Dégrés et partir sans délai pour Petersbourg. Je laisse à penser ceux qui ont connu l’honnêteté du Dr. Sanchez, comment auroit-il exprimé à son Maître sa profonde reconnoîssance. Cependant, il lui a déclaré qu’il ne sçauroit prendre là-dessus aucune résolution, sans l’agrément ou l’approbation de Monsieur da Cunha, son Protecteur, qui s’étoit proposé depuis quelque temps de lui en donner des lettres de recommandation pour être placé avec avantage à La Martinique ou à La Guadalupe, et qu’à l’égard de prendre  les degrés dans l’Université de Leyde, il en étoit prêt, non obstant  qu’ils les avoit déjà pris à celle de Salamanque.

Alors le grand Boerhaave jamais plus grand, surpris d’entendre ce récit, se leva de son siège, embrassa M. Sanchez, et lui adresse ces paroles: « M.r, vous êtes donc mon confrère, qui m’avez fait honneur d’assister à mes leçons; vous n’êtes pas mon élève ». Dorénavant, il l’a traité toujours en Confrère: et comme il souhait de voir les Diplômes en Latin et en Espagnol de l’Université de Salamanque, M. Sanchez est allé les chercher sur le champ et les présenta respectueusement à son digne Maître, qui à l’étonnement du Disciple, commença pour lire le Diplôme Espagnol, en ajoutant que les nouveaux Degrés seroient inutiles. Après un long entretien sur l’état de la Médecine en Europe et sur les devoirs essentiels de ceux qui l’exercent, M. Sanchez en a pris son congé, sçachant très bien apprécier tout ce qu’il devoit à un tel Maître. Il nous racontoit  fréquemment qu’il ne pouvoit jamais revenir de la surprise, lorsqu’il se rappelloit des civilités dont Boerhaave l’avoit accablé dans cette occasion. Puissent ceux qui ne sont pas des Boerhaave apprendre de lui la modestie de ne dédaigner aucun des individus de leur métier.

Il est à croire que M. Sanchez n’a plus tardé de se rendre auprès de M. Monsieur da Cunha, à La Haye. Nous çsavons que ce grand Homme d’Etat, après avoir entendu ce qui s’étoit passé, lui conseilla sans hésitation de préférer la place que Boerhaave lui offroit en Russie, à celle qu’on prétendoit aux Colonies Françaises, d’autant mieux qu’il lui donneroit des lettres de recommandation pour quelques-uns de ses amis qui éttoient à Petersboug. Nôtre Sanchez n’ayant donc rien à balancer, et assez pourvû de livres et de ce qu’il lui falloit pour se mettre à bord d’un navire, qui étoit prêt à faire voile d’Amsterdam pour Peterbourg, retourna bientôt à Leyde, à fin de témoigner sa reconnoîssance à son digne Maître.  Néanmoins, au milieu des civilités non interrompues, celui-ci n’a pas jugé à propos de donner à son Disciple aucune lettre pour la Russie, en s’imaginant que c’en étoit assez d l’avoir préféré à tant d’autres.

Après avoir souffert beaucoup dans la mer du Nord, M. Sanchez a pris terre enfin à Petersbourg, l’an 1731 [14]. Sa modestie lui empêcha toujours de nous dire l’accueil qu’on y lui avoit fait. On lui a donné d’abord la place fort distinguée de Médecin de la Ville de Moscou, avec la prérogative d’Examinateur des nouveaux Médecins et des Chirurgiens même operateurs.  Il y développa heureusement son génie et ses connoîssances en exerçant la Médecine Practique, par le moyen d’un Interprète, dont il emprunta l’idiome pendant une année; et comme sa réputation devenait plus grande chaque jour, tant par les succès que par la noble conduite, on l’a nommé Premier Médecin de l’Armée Prussienne qui étoit en marche contre les Turcs [15]. À la suite de celle-ci, en 1735, 1736 et 1737, il a parcouru l’Ukraine, les bords du Don jusqu’à la Mer de Zabache et les confins de Cuban jusqu’à Asoff; et il a traversé les déserts qui sont entre le pays de Crimée et de Backmut, disoit lui-même à son Illustre ami Monsieur de Comte de Buffon [16].

Au même temps que l’Armée des Prusses assiégioit Asoff, l´hasard l’a mis a portée de découvrir la fièvre maligne des hôpitaux /ainsi que des Prisons/, dont il contracta l’infection, quelques années avant que ses Illustres Condisciples Huxham  et Pringle, l’en eussent observée [17]. Il y a appris aussi que des Médecins et des Peuples se trompoient évidemment en attribuant à l’usage des fruits d’automne ces deux autres fléaux des Armées, la Dysenterie et la Fièvre putride rémittente;  parce que les troupes Prussiennes n’en avoient point du tout mangé, en 1735 et 1736, quand elles marchoient sur les bords du Niepper et du Neister environ jusqu’à la Mer Noir, et néanmoins la troisième partie des soldats fut attaquée de ces terribles maladies, qui en ont fait périr beaucoup [18]. C’est dommage qu’on ne l’ait encouragé pour rendre publiques les observations multipliées qu’il y faisoit alors, tant dans les marches des troupes que dans les Hôpitaux Militaires.

La guerre contre les Turcs subsistoit encore quand la Cour ordonna au Dr. Sanchez de se rendre à Petersbourg pour le récompenser de ses services. On lui a donc donné deux places fort honorables, de Médecin de la Cour et aussi de l’École Militaire / que l’Impératrice Anne Iwanowna avoit fondé, en 1731, selon le plan du Fel. Maréchal Comte de Munich, pour l’éducation de quatre cents gentilshommes jeunes de la Russie, dans les Arts et les Sciences relatives au Service Militaire et à l’administration civile [19]. Après quoi il y a été successivement l’un des Archiatres de l’Impératrice Anne Iwanowna, de l’Impérateur Iwan VI, et de l’Impératrice Elisabet Petrowna qui l’en a honoré encore plus en le nommant Conseiller d’Etat. Outre cela, on l’a placé parmi les Pensionnaires de l’Académie Impériale des Sciences et on l’a donné la charge de Vice-Président du Collège des Médecins, qu’il y exerça avec grande circunspection pendant huit années [20].

C’est ainsi que la Cour de Russie sçut apprécier les talents, les lumières, l’honnêteté et la modestie d’un Médecin si digne disciple de Boerhaave. Mais, ce qui est très rare, M. Sanchez ne s’est jamais démenti, ni de sa droiture, ni de son caractère doux, et bienfaisant, au faîte de la fortune [21]. Il ne l’a point ambitionnée, n’ayant rien tant à cœur que de pouvoir être utile au genre humain, à la Russie et à sa Patrie, qu’il aima jusqu’au dernier de ses soupirs. Infatigable dans ses études, ainsi que dans l’exercice clinique, qu’il regarda constamment comme l’unique base de la doctrine, il perdit sa santé, particulièrement à cause du rigoureux froid du climat de Petersbourg, si différent de celui de Lisbonne [22]. Il demanda donc à l’Impératrice la grâce de lui accorder un passeport pour se transférer à Paris, jusqu’au rétablissement de sa santé; mais la perte qu’on y faisoit en lui accordant cette grâce étoit si reconnue à la Cour, que, malgré ses instances, il ne l’a pu obtenir qu’au bout de deux ans, en 1747.

Comme l’ingratitude n’entra jamais dans son cœur, il quitta la Russie avec beaucoup de regret de s’éloigner de ses Bienfaicteurs, et du Peuple qui l’aimoit. Il ne s’arrêta dans son voyage  que peu de jours à Leipsick, pour y voir quelques Médecins qui l’estimoient, particulièrement le Dr. Günz, son correspondant. Ensuite, étant arrivé à Berlin, il y séjourna environ un mois chez son ami et collègue le très sçavant Géomètre Leonard Euler; et il eu le bonheur de présenter son très-respectueux hommage à Sa Majesté de Roi de Prussie. Il prit la route de Strasbourg, où la plûpart des gens de lettres l’ont accueilli avec  grande considération, particulièrement son ami et son correspondant le célèbre Professeur  J. Dan. Schoefflin. Enfin il s’est rendu bientôt à Paris, ou pour m’exprimer avec lui-même, au plus grand Foyer des Sciences, des Arts et de la Police. Peu de temps après que Sa Majesté l’Impératrice Cathérine II avoit montée sur le trône de la Russie, donna ordre de continuer tous les ans au Dr. Sanchez de l’Académie des Sciences de Petersbourg la pension de mille roubles [23]; se rappellant généreusement S.M. qu’il l’en avoit guérie heureusement d’une Péripneumonie. Au reste, comme le Dr. Sanchez n’étoit pas moins aimable que sçavant, il fit dans ce vaste et lumineux théâtre de la France un grand nombre d’amis clairvoyants, et son sçavoir de concert avec ses mœurs irréprochables lui ont mérité la grande considération dont il a joui jusqu’à sa mort, arrivée le 15 Octobre 1783.

 

 

Notes pour éclaircir quelques faits rapportés dans l’Eloge de Monsieur le Docteur Sanches

 

[1] Note. M.r Sanches ne cessoit de louer la bonne Morale et la Civilité qu’il apprenoit dans le Sein Paternel. Il m’a toujours raconté qu’il appartenoit au Marquis Nunes décédé à Rome, le dernier siècle, le quel y avoit laissé de fonds suffisants pour s’y rendre successivement Religieuses dans un Couvent, trois Demoiselles, qu’auroient prouvé appartenir à sa Famille; et qu’en conséquence il y avoit aujourd’hui trois de ses nièces  Religieuses, filles de son cousin le Dr. Gaspar Rodriguez de Payva, Médecin fort estimé à Rome.

[2] Note. Il se rappelle de ses désordres, qu’il voyoit à Connimbre depuis l’année 1717 à celui de 1720, Méthodo para aprender a estudar a Medicina, pag. 228, 249 /A Paris / MDCCLXIII.

[3] Cet Oracle / dont le Génie et les Lumières à l’âge de onze ans, ne pouvoient moins que d’exciser de l’étonnement général en Hollande / a laissé par écrit, qu’en se guérissant lui-même dans sa jeunesse par instinct d’une ulcère, qui avoit résisté à tous les remèdes dont les Practiciens s’en étoient servis, il conçut alors le dessein d’apprendre la Médecine: Adiectum a nostro, se hac occasione, proprio dolore coactum, primum de studio Medicinae cogitare coepisse. Albert Schultens, Orat. Acad. In memor. Herm. Boerhaave.

[4] C’est d’après sa propre expérience qu’il rapporte les ravages des maladies putrides à Salvaterra et à Benavente, en les attribuant particulièrement / ainsi que d’autres Practiciens ailleurs / au mélange des eaux du Tage à celles de la Mer, et dont la corruption devient plus forte à proportion que la masse d’eau séjourne dans les marécages. Il y ajoute, qu’il avoit appris d’un Médecin expert /c’en étoit son Oncle / en 1725, quelle étoit la cause des fréquentes Fièvres intermittentes, continues et Pernicieuses, qu’on n’y observoient avant soixante ans. Tractado da Conservação da Saúde dos Povos, Cap. IX, pag. 63. Paris 1756.  / Quoiqu’il en soit, nous sommes certains que l’air de Lisbonne est devenu bien plus salutaire depuis le tremblement de 1755/.

M Sanchez dit aussi, dans ses Notes sur les Aphorismes de Boerhaave, in § 795; Everit quod aeger vocem formare nequeat; ita vidi Benavente, hiando quamvis, etc. Mais on se tromperoit en s’imaginant qu’il ne pouvoit exercer la Médecine à Lisbonne, avant qu’il n’en eut été gradué dans l’Université de Salamanque; puis que nous verrons ci-dessous que, dans le temps de vacances, il se rendoit à Lisbonne, et qu’il y a traité des malades atteints de l’épidémie des vomissements noirs, l’an 1723. Il m’a communiqué quelques observations qu’il y avoit fait alors ainsi que d’autres Practiciens, et particulièrement que peu de femmes en périssoient de cette fièvre pestilentielle et qu’elle avoit absolument épargnée les Négres de l’un et de l’autre sexe; ce qu’il rapporte également dans un de ses recueils M.S.  sub titul. Contagium: Pestes: Lusitaniae 1724 / et en l’automne de 1723 / Ulissiponae Peste tunc grassante paucissimae foeminae mortuae fuere; et quum ibi Aethiopes utriusque sexus mancipia quamplurimi degant, ne unus quidem illorum Peste fuit correptus.  Nous verrons ailleurs  que cette exemption n’en fut pas l’unique, puis que les Nègres s’en préservèrent aussi dans de semblables épidémies à la Caroline, à Pernambuco et à la Bahia de tous les Saints.

[5] Note: C’étoit au sujet de la Dissertation de M.r Sanchez sur les Eaux Minérales de Pena Garcia, que le Dr. Franc. da Fonseca Henriques en a parlé honnorablement du genie et des connoîssances de l’Auteur. Aquileg.. Medicinal, Cap. I, § XXII, Lisboa, 1726.

[6] Note. Je lui ai entendu dire nombre de fois que depuis longtemps  quelques-uns de ses parents s’étoient établis à Rome, et aux environs; et si je ne me trompe, lui appartenoit aussi cet Antonio Ribeiro, médecin et Professeur de Théologie, qui mérita et l’estime et l’amitié du célèbre Baccius, comme cet Auteur le dit, en y ajoutant qu’ils dinoient ensemble d’ordinaire avec d’autres sçavants, à la table du Cardinal Colonne. Vid. Bacc. De Natur. Vinor. Histor. Lib. IV. P. II sub tit. Honestas mendar.. nostri temporis. Rom. 1596.

[7] M. Sanchez, dans les Notes sur les Aphorismes de Boerhaave, in § 734 16.Lethalior, ajoute: Commiseratione dignum homines peste laborantes Massilvae erat videre; cum oculi aspecti erant eorum. Il m’a raconté aussi avoir  appris du Dr. Bertrand, que le symptôme le plus effroyable qu’il remarquoit  alors c’en étoit l’hemorrhagie du nez goutte à goutte, tellement qu’il n’y en échappa personne avec. Feu M. Saquetti, sçavant Médecin de Lisbonne, et fort lié d’amitié à M. Sanchez, en a fait mention dans ses Considerações Médicas, Cart. II, n.º 84, Lisboa, 1758. Mais comme notre Sanchez désira transmettre  sa reconnoîssance à M. Bertrand aux siècles à venir, lui-même l’en a publié dans la seconde Dissertation sur l’Origine de la Maladie Vénérienne en Europe; à Lisbonne /à Paris / l’an 1758 /. Voici comm’il y s’est exprimé: « En 1728, j’ai fréquenté plusieurs fois M.r Bertrand pour traiter les malades de la Peste en 1720 et 1721. J’ai appris de lui plusieures particularités qu’on ne lit pas dans les auteurs qui ont écrit sur cette maladie. Je lui demandai la cause et l’origine de la peste qu’il avoit vue, et de la quelle il avoit été lui-même attaqué trois fois, et dont la dernière se termina par un bubon si heureux, qu’il conservoit une vieillesse  gaie et vigoureuse. Il m’a dit qu’on avait eu, dans le temps de son apparition, différents rapports, et même imprimés, qu’elle avoit été transportée d’Alexandrie, et qu’à l’ouverture de quelques ballots de coton, plusieurs gardes de la Douane étoient tombés morts; mais que ces bruits après avoir été examinés, s’étoient trouvés faux: que cette peste s’étoit communiquée à plusieures villes voisines; et que par l’histoire de la même ville, il avoit appris qu’elle en avoit été désolée près de vingt à vingt trois fois différentes; qu’il ne trouvoit pas le moindre fondement à l’opinion vulgaire  qu’elle fut venue d’Alexandrie. Il m’apprit encore qu’en 1721, on lui écrivit de Lisbonne, par ordre de la Cour, qu’il y avoit dans cette ville une maladie appellée Epidémique /de vomissements noirs/ qui étoit, selon la Relation, la véritable Peste /. J’ai vu et traité, poursuit M. Sanchez, plusieurs malades de cette maladie à Lisbonne/. On lui demandoit se elle avoit été transportée de Marseille, et si ses symptômes étoient les mêmes, que ceux qui se montroient dans celle de Lisbonne. Il répondit que la contagion de celle de Marseille n’étoit pas la cause, principalement parce que les symptômes les plus meurtriers  étoient totalement différents de la maladie de Lisbonne. Comme ce respectable Médecin, homme très-instruit, est le premier qui m’a excité à entendre le grand Boerhaave, en me montrant un jour les Aphorismes, et me conseillant avec empressement d’aller apprendre cette doctrine, je respecte sa mémoire avec la plus vive réconnoîssance.»

[8] M. Sanchez m’a dit que le Dr. François Sanchez /fils d’un Médecin, établi à Bordeaux / Professeur de Médecine à Toulouse, étoit de sa famille. On n’est pas certain qu’il en ait été aussi Professeur à Montpellier, quoiqu’on ne puisse douter qu’il n’ait y pris le degré de Docteur, après avoir fait un long séjour à Rome, où il avoit des Parents, comme il le dit lui-même. Mais ce qu’on ne comprendra facilement c’est que par son exemple et de son Père a été introduite en Languedoc et dans la Guyenne la méthode de saigner plus amplement / ainsi que le Piémontois Botal conseilloit à Paris / que l’on y n’en faisoit, par la force du préjugé de telle manière que même à Montpellier on étoit surpris de le voir  guérir la femme du Dr. Assas /Regent de la Faculté de Médecine / moyennant deux saignées chacune de huit onces: « Mirabantur tamen tunc reliqui Medici, assidentesque, quod bis sanguinem misissem in tanta quantitate, cum omnes qui Narbonensem Gallian, Aquitaniamque incolunt Medici nunquam ultra sex uncias sanguinis mittere consueverint in quocumque quantumcumque magno morbo, bis autem venam aperire nunquam audeant etsi Arthleta fuerit sanguineque rumpantur venutae. Franc. Sanchez Oper. Lir. Observ. In Prax. P. 366, Tolos. L 635.4.

[9] Cependant il y a traité quelques malades, comme il le dit sur les Aphorisme de Boerhaave, in § 826 Pulsus exilis: Galenus dicebat quod in omnibus inflammationibus pulsus esset dunus, et a sanguine corrupto et a tunica inflammata arteriae, praeter peripneumoniae pulsum. Vidi Burdigalae.

[10] Il amoit mieux, disoit-il, de saisir l’esprit de la doctrine qu’il entendoit, pour l’absorber et l’affermir dans sa mémoire, que de s’amuser au sens des leçons à en tirer le Portrait du Maître, ou d’écrire alors celles-ci tant bien que mal. Néanmoins, il ajoutoit au logis quelques remarques sur les Aphorismes de cet Oracle, comme il le dit en y faisant mention du décès de Ruysch, in § 821.

[11] Not in Aphor. § 933: « Die et anno 15-2-1731 in Nosocomio Leydensi, Praeside D. Oosserdyck, in completum se mihi et aliis praebuit cadaver senis totum emaciatum; in regione solum hepatis tumidum, etc.

[12] Il entretenoit une correspondance littéraire avec les illustres Médecins Vanswieten et Gaubius, mais celle du premier fut interrompue  quelque temps avant que celui-ci auroit refusé la première Dissertation Anonyme /de M. Sanchez/ en Anglois sur l’origine de la maladie vénérienne, au Tom. V de ses Commentarium in Aphor. Boerhaave § 2440, ex pag. 374, Ludg. Batav. 1772. Le sçavant Gaubius l’en a conservé dans son amitié jusqu’à la mort et il en a fait réimprimer les deux Dissertations  de M. Sanchez à Leyde, l’an 1778, en y ajoutant une Preface très digne de sa Prudence. Je me suis proposé d’examiner cette question à un autre temps, sine studio partium.

[13] At Medicus et fortasse Politicus, vix habent actiones aliquas proprias, quibus specimen Artis et virtutis suae liquido exhibeant; sed ab eventu honorem aut dedecus reportant, iniquissimo prorsus judicio. Franc. Baco, de augment. Scientiar. Libr. IV, Cap. II.

[14] Il avoit suivis les cours de Boerhaave en 1730 et 1731 avant son départ pour la Russie, cette même année, comme il le dit dans sa Méthode d’apprendre la Médecine, pag. 23, 73, 96, 117.

[15] En conséquence des nombreuses observations qu’il avoit fait dans les campagnes de 1735, etc. il conçut le plan qu’il propose de multiplier les Hôpitaux Militaires /et aussi les Civils/ et surtout d’éloigner les convalescents des malades, pour prémunir les Armées contre les maladies contagieuses, et pour en rétablir la plûpart des soldats. Tratado da Conservação da Saúde dos Povos, cap. XXI, XII, XXIII.

[16] Histoir. Naturel. T. V, pag. 28, edit. in 12.º, 1769

[17] Après avoir donné une description très exacte de la Fièvre Putride de l’Hôpital, dont il avoit traité plusieurs, et de la quelle lui-même en avait contracté l’infection, en se rétablissant par une jaunisse chronique, il affirme qu’il étoit souvent pénétré de douleur d’y voir que les soldats blessés qu’on admettoient dans les hôpitaux, sans aucune autre maladie que leurs blessures, et quelques autres seulement avec de la fièvre simple, ils y étoient attaqués de la fièvre putride /qu’on appelle maligne /depuis qu’ils y restoient cinq ou sept jours.  Il en ignora la cause pendant longtemps; mais par hasard il fut mis à portée de la découvrir: comme il y avoit tant de soldats blessés  au siège d’Asoff. On ne pouvoit les placer tous dans l’Hôpital. M. Sanchez obtînt un ordre pour en envoyer quatre-vingt avec un habile chirurgien, à certain endroit éloigné de deux lieus du quartier général: Il étoit tous les jours informé de l’état de ces malades, et quelques fois il allait les visiter; chose surprennante: au bout de trois semaines ils entrèrent tous en convalescence, à l’exception de deux que l’on n’a pu sauver à cause de l’étendue de leurs blessures. C’est alors qu’il a conclu que la fièvre putride en question tiroit son origine précisément de l’air mephitique de l’Hôpital. Indépendamment des maladies qui obligeoient les soldats de s’y rendre/. Toutes les personnes qui ont connu la probité du Dr. Sanchez sçavent bien qu’il n’etoit pas capable de grossir le nombre des Plagiaires. Huxham s’en est rappellé de l’infection répandue par l’air méphitique des prisons à Oxford, en 1577, et à Taunton, en 1730; mais il ne dit pas qu’il eu observé cette fièvre maligne des Hôpitaux, des Prisons, des Navires, etc.  qu’au Printemps de 1742, De Aer, et Morb. Epidem. Vol. II pag. 83. Edit. Londin. 1752, Et le Chevalier Pringle déclare qu’il en a découvert la même cause pendant l’hyver de l’année 1742, dans la Flandre: But that which  was the most alarming was a fever of a malignant nature, slow in its course, attended with a sunk pulse and a constant stupor: the novelty and danger, more than the number seized made this distemper considerable. The cause was at first mistaken, but afterwards it appeared to arise from the foul air of some of the wards of the hospital crowded with sick; especially of one room in which a man lay with a mortified limb.  Observations of the Diseases of the Army, P. I, ch. II, pag. 15, Edit V Lond. 1765 in 4.º/. M. Sanchez raconte aussi que se trouvant à la distance d’une demi-lieue d’Asoff, en 1736, il y avoit vu sauter cette place par le feu d’une Bombe, qui dans sa chute sur le magasin de la poudre en avoit embrasé subitement cinq cent barils, avec de l’explosion effroyable. Tractado da Conservação, etc. Cap. XVII, p. 116 et p. 275.

[18] Ibid. Cap. XXI, pag. 161

[19] M.S. Cartas sobre a Educação da Mocidade, p. 112

[20] J’étois encore à Lisbonne quand M. Sanchez me manda de Paris, dans la lettre du 25 Octobre 1756, les notices que j’en ai rapporté. Il m’avoit déjà instruit par la lettre du 27 Octobre 1755, que dans la Russie et dans la Tartarie, depuis le 47 au 60 degré de Lat. il avoit vu les mêmes effets des remèdes qu’il y ordonnait, comme en Portugal pendant quatre ans de practique et qu’il y avoit absenté les crises et les jours critiques, tout de même que le grand Boerhaave, comme il lui en avoit entendu dire. Depuis son retour de l’Armée à Petersbourg il essaya quelques fois le remède antivénérien du Dr. Barry /Medical Essays and Observ. By a Society in Edimb. Vol. IV, An IV/; mais il l’a relégué, comme il me disoit dans sa lettre, du 2 Janvier 1758, et comme l’avoit déjà publié son sçavant ami le Professeur Schreiber, dont voici le récit: « Petropoli hoc experimentum, eodem eventu, repetiit Dignissimus Aulae Imperialis Medicus, Vir optimus, Antonius Ribeiro Sanches, nisi quod malum venereum inde plane sublatum non fuerit. Petrpol. Typ. Acad. Scient. 4. C’est alors qu’un Chirurgien, retournant de Siberie, lui a appris comment on y employé le mercure sublime  corrosive ordinairement  contre la maladie vénérienne et il y a longtemps que toute l’Europe sçait bien que M. Sanchez a réussi avec ce remède dans un cancer, ainsi qu’il l’a mandé de Petersbourg à feu M. Gmelin /Vid. Haller, Disput. Ad Histor. De Cur. Morbor. T. VI. N.º CCI/ Mais nous verrons ailleurs ce qui s’est passé à cet égard.

[21] Personne ne connoîssoit mieux le caractère et les mœurs de M. Sanchez, que son sçavant ami Monsieur Louis. Voici la noble manière de ses expressions  en parlant de la Dissertation /Anonyme/ sur l’origine de la maladie vénérienne: « Ce Médecin anonyme, très savant et surtout très homme de bien, est l’illustre M. Sanchez, Pensionnaire de Sa Majesté l’Impératrice des Russies, ancien Premier Médecin des armées Russes, demeurant à Paris, cher à ses amis, qui trouvent autant d’aménité que d’instructions dans son commerce /Traité des malad. vénér. Traduit du Latin de M. Astruc, par M. Louis, quatrièm. Edit. T. II, Remarq. P. 408 / ». C’étoit ainsi que M. Sanchez avoit bien mérité les sentiments de son condisciple, son collègue et son sçavant ami, l’illustre Abr. Kaan Boerhaave, qui nous apprend la raison d’écrire son excellent Traité: "Inter illos adamavi semper non ultimum, nobilissimum et doctissimum Virum D.m. Antonium Ribeiro Sanches Augustae totius Russiae Imperatricis Consiliarium aulicum actualem, et medicum, ut amicum integerrimum, cujus in pectore candido nihil simulati absconditur aut fuci; et. Etc. Vid. Impr. Faciens dictum Hippocrati per Corp. Consent. Philol. L. Bat. 1745. Mais regardons de plus prêt le portrait que M. Sanchez a tracé de sa candeur, ayant fini un ouvrage supérieur dans son genre à tous ceux qu’on a composés sur le sujet: « Si contre la droiture de mes intentions et la fidélité de mes sentiments, qui m’ont encouragé à l’exécution de de Plan on y trouve des fautes, tellement qu’on m’accuse de chimérique, on doit bien me plaindre; parce que non obstant mon assiduité à l’étude de la Médecine en cinq universités / Connimbre, Salamanque, Montpellier, les cours qu’il suivoit à Londres et enfin à Leyde/ et l’avoir practiquée pendant trente neuf ans, étant Vice-Président d’un Tribunal /Collège/ de Médecins, Médecin de l’Ecole Militaire des Nobles en Russie, et d’y être l’un des Archiatres de trois Monarques de cet Empire, je n’ai point appris ce qu’il me falloit pour remplir mon devoir. Method. para aprender, etc. pag. 103, A Paris, 1763.

[22] Nous voyons ici les Amendries parés de fleurs au commencement de Janvier. A Petersbourg il n’y en a point. M. Sanchez souffroit beaucoup à cause du froid, particulièrement en 1740, quand on y battit un grand Palais tout de glace, comme il disait à ses amis en Paris. Voyer de Mairan, Diss. Sur la glace, P. II, sect. III, p. 277

[23] Vid. Comentar. De reb. In Scient. Nat. Et Med. Vol. XI, pag. 554

 

Je ne puis vous ennuyer davantage, ma tête n’étant pas assez affermie. Disposez de moi et soyez persuadé des purs sentiments d’amitié et du respect avec lesquels je suis à la lettre,               

 Monsieur,                                                              Vôtre très humble et très obligeant serviteur,          

   À Lisbonne,  18 Janvier 1784                                                                                                    Alvarez           

 

Carta de José Álvares da Silva - 25 de Abril de 1785

 

Monsieur,

 

Je me flatte que vôtre bonté ne me reprochera  point la faute que j’ai commise de ne répondre plûtôt à la lettre que vous avez fait honneur de m’écrire. J’ai resté longtemps dans la ville qu’on appelle Caldas da Rainha /Bains de la Reine / et j’ai été obligé de passer encore quelque temps dans une autre ville qu’on appelle Cintra, en imaginant que le bon air de ce séjour charmant retabliroit ma pauvre tête; mais il n’y a pas un mois que j’ai souffert une vertige, et quelque fois je crains d’en être attaqué, même en me promenant dans cette cage où je suis niché. Notre bon ami Sanchez diroit, comme il crioit toujours, que ce n’étoit que du virus vénérien fardé, déguisé, étoffé, brodé, cisilé, historié, etc., car il voyoit ce mal partout. Quoi qu’il en soit, depuis quelques jours, j’avois fait les récherches qu’il m’en falloient pour répondre aux questions que vous m’aviez proposé, lors que M.r le chevalier Bandeira m’a fait parvenir ici la 2.ème  partie de l’Hist. et Mém. de la Soc. R. de Méd. Ann. 1783, ainsi que le Rapport des Com. de la Soc. R. de Méd. pour faire l’éxame  du Magnet Animal. Vous vous êtes acquitté généreusement de la promesse que vous m’en aviez faite et il me sera toujours impossible de bien reconnoître toutes les bontés dont je vous suis redevable; mais au moins, je ne cesserai jamais de vous témoigner, autant que je puisse, que je désire de tout mon cœur  me préserver de l’ingratitude. Vos deux livres sont encore vierges sur cette table, puis qu’il n’y a pas une heure qu’on me les a apporté; mais je suis très certain d’avance que je les lirai avec satisfaction et avec beaucoup de profit.

J’ai remis d’abord à M.r Bandeira votre note des questions pour  M.r Emmanuel Louis, que je connoîs bien, et qui commença ici sa practique en promettant beaucoup, car il est déjà fort instruit.

Personne ne pourra jamais satisfaire aux questions que vous proposez, Monsieur, concernant les échantillons des drogues, ou des soi-disant spécifiques, dont parle le trop crédule et trop superstitieux Zacutus.  La Botanique n’est pas même dans l’enfance dans les Régions qui sont soumises à Portugal en Amérique, en Asie et dans l’Afrique. Il nous en faudroit un Tournefort, et nous sommes trop éloignés pour l’en avoir. Cependant pour vous obéir, je dirai ce que je pense sur les questions mentionnées, et peut-être que le peu de sueur que je vous offre vous mettra à portée de mieux vous éclaircir en consultant les livres d’Histoire Naturelle, dont nous n’avons guère dans ce Pays, où les Sciences Naturelles marchent encore avec trop de lenteur.

Questions proposées:  I. L’Araignée dont parle Zacutus, Libr. I, Obs. 78.  II. Lapis Lipis, du même, L. I, Obs. 83. III, Le Juncus, seu palea, qu’il appele Ycho, L. 11, obs. 128   IV Maracujas Hasu, L. III, Obs. XXII.   V La racine de l’arbre Amivil, L. III, Obs. 124.

Mon exemplaire de l’ouvrage de Zacutus est intitulé ainsi: Zacuti Lusitani Praxis Medica Admiranda. On le trouve à la fin du Tome II de ses œuvres, édit. In fol. Lugduni, 1667.

------------------------------------Réponse à la question I ----------------------------------------------------

Zacutus, Prax. Med. Admiranda Libr. I Observat. 84 parle d’une Araignée de Pernambuco, dont je n’ai rencontré nulle part d’autre description que celle que Guil. Pison a donné /Histor. Natural. Brasil, L. V E. X, pag. 284, Amst. 1658/ et qu’il appele Nhamdú. Vous y verrez vanter l’efficace des dents de cet animal: mais Pison n’en a pas vu aucun effet, ni personne que je sache. Peut être que le hasard l’en aura fait prôner, et peut être aussi que ce ne soit que de l’imposture, semblable à une autre que voici. Le Jésuite Gumilla, Provincial dans le Nouveau Royaume de Granada, parmi les remèdes contre le poison des serpents, fait mention des dents, qu’on appele défenses, du Cayman ou Crocodile /Histoir. Naturel. De l’Orinoque, T. III, ex pag. 90 traduite par Edious /, et il ajoute /ibid. chap. 43, p. 161 / que c’est assez d’attacher une de ses défenses sur le bras, pour se garantir de tous les venins.  Si je ne me trompe, en parle aussi dans le Voyage Anson. Cependant, M.r de Ulloa nous apprend que ni lui, ni aucun de ses sçavants confrères, n’en avoient point entendu parler d’une vertu pareille /Voyag. Au Perou, T. I. P. I. L. IV, chap. IX, pag. 174. Amst./ Si nous donnons nôtre confiance aux simples bruits du vulgaire, nous en serons dupés presque toujours. Je me souviens du beau mot de Boerhaave, Arcana revelata vilescere.

Réponse à la quest. II – Lapis Lipis, dont parle Zacutus, ibid. L. I, Obs. 89. Cette pierre n’en est pas une, mais c’en est le vitriol bleu de Chipre ou d’Ungrie, suivant le P. Dom Caetano de S.to Antonio / Pharmacop. Lusitana augmentada. Tract. I, numer. 101, pag. 83. Lisb. 1725 / et suivant le P. Fr. João de Jesus Maria /Apothecaire Benedictin/ Pharmacop. Dogmatica. Porto – Voyer le Diccionario Portuguez de P. Bluteau, verb. Lipes – Voyer aussi Palacios, Palestr. Pharmaceut, chimic Galenic P. V. cap. V, pag. 634, Madrid, 1753.

Réponse à la question III – Le Juncus seu palea, qu’il appele Ycho, ibid. L. II, Obs. CXXXVII, pag. 75. Ce que Zacutus dit ici de l’Ycho probablement il l’a emprunté du P. Joseph A. Costa, qui, dans son excellent livre, Histor. Natur. Y Moral de las Ind., Liv. IV, CXII, pag. 226, dit ceci: “Para dar fuego à los metales, porque se gasta infinita leña, halló un Minero por nombre Rodrigo de Torres, una invención nobilissima y fuè coger de una paja que nace por todos aquellos cerros del Peru, la qual allá llaman Ycho, y es a modo de Esparto, y en ella dan fuego. Es cosa maravillosa la fuerça que tiene esta paja para fundir aquellos metales, etc. – Voilà tout ce que j’ai trouvé concernant cette espèce de Iuncus. Peut être que le célèbre Hernandez en ait parlé, mais je n’ai point son ouvrage à portée.

R. à la quest. IV – Maracujas Hasu, dont il / Zacutus/ parle, L. III, Obs. XXII – C’en est l’espèce de Maracujá /et non pas Murucujá / Guaçu, de la quelle nous avons la description dans l’ouvrage de Guil. Pison /Hist. Nat. L. IV, C L X, pag. 246 /et que les Espagnols appelent Granadilla. Voyer Ulloa, Voyage au Perou, T. I, Liv, V. CVII, pag. 248 –Buffon, Manuel du Naturalist. Verb. Grenadille – Linée, Spec. Plantarum Tom. II, verb. Passiflora /Fleur de la Passion/ pag. 2355. Edit. III, Vindobon 1764. On ne connoît guère ses vertus.

R. à la qu. V – La racine de l’arbre Amivil, dont parle Zacut. Ibid. L. III, Obs. 128. Il n’en dit rien au-delà  de ce qu’il a appris d’un Médecin Portug. qui avoit voyagé beaucoup en Orient. Mais personne que je sache n’en parla ensuite.

Voilà Monsieur, tout ce que je puis dire concernant les préjugés de Zacutus, Practicien hardi, et qui lisoit sans cesse; mais qui n’en examinoît presque la plupart de choses qu’il rencontroît, par exemple, l’Histoire de l’Animal Cubain /ou Cabal/ de l’isle de Java /Nouvelle Holland/ dont parlent Barros, Faria, etc.

Le peu de temps qui me reste de la besogne clinique /dans cette ville, bien plus étendue que Paris / je l’occupe à lire quelques livres Anglois, les Mémoires de vôtre société  et quelques autres livres de la très-fertile Allemagne et souvent je m’amuse à rassembler de faits, ainsi qu’à crayonner quelques remarques sur les opinions relatives à l’origine de la maladie vénérienne mais ma tête m’oblige de marcher avec lenteur.

Vous m’obligerez infiniment en m’instruisant si le Dr. Hensler, sçavant médecin d’Altona, près Hambourg, a déjà publié la traduction allemande des deux écrits de nôtre bon Sanchez, sur l’origine de la maladie vénér. avec des notes, ou bien quelque autre livre que le dit Hensler s’étoit proposé de publier à cet égard, où il prétend soutenir par des faits l’ancienneté de cette maladie. Il est à croire que les libraires François ne perdroient leur argent en faisant traduire de l’Allemand cet ouvrage. Je vous prie de m’en éclaircir là-dessus, le plûtôt qu’il vous sera possible, par le moyen de M.r Bandeira, ou de M.r Branco Secrétaire de M.r l’Ambassadeur de Portugal. J’ai besoin de deux de vos lignes à ce sujet: et toutes celles qui partiront de vôtre main me seront très précieuses.

Vous m’avez chargé de vous envoyer le livre que le Dr. François da Fonseca Henriques a composé sous le titre de « Aquilégio Medicinal », Lisboa. 1728. 12.º. Il ne se trouve plus chez nos libraires, parce que le feu, suivi au tremblement en 1755, a brûlé nos libraires, et le chirurgien qui m’a prêté l’exemplaire, dont j’ai fait mention dans l’Essai sur la vie du Dr. Sanchez n’a point courage pour me le vendre. Néanmoins, je suis très certain qu’il se trouvoit dans la Bibliothèque du Dr. Sanchez et vous le voyez marqué dans le cathalogue de la même Biblioth. – pag. 15, n.º 174. Si je le trouve un jour ici, je vous le ferai parvenir volontiers. Au reste, c’en est un livre, où l’on ne peut presque rien apprendre au-delà des noms des eaux minérales, de nos fleuves et de quelques fontaines.  Réellement, c’en est peu de chose. 

En lisant le London Medical Journal, j’ai appris la mort de mon bon ami et voisin le Dr. Lorry. Je le regrette beaucoup. Non seulement parce qu’il m’avoit honnoré  bien au-delà de ce que je mérite, mais parce qu’il m’avoit promis d’accueillir les lettres que je m’étois proposé de lui addresser ou plûtôt dedier concernant l’origine de la maladie vénérienne.

Pardonnez moi, Monsieur, tant de bavagonignage; mais ma tête est trop foible et ne me laisse corriger les mauvaises phrases dont je m’en sens. Croyez, je vous prie, les purs sentiments d’inviolable amitié, et de la plus vive reconnoîssance, avec les quels je suis pour la vie,

Monsieur et très respectable confrère,

Votre très humble              

Et très obéissant serviteur,              

Alvarez              

A Lisbonne, 25 Avril 1785

PS. Je vous prie en grâce, Monsieur, de faire

mes  compliments à Messieurs les Drs. Petit, Thierry,

Portal et Beyue de Presle. Je ne les oublierai jamais.

 

 

 

TEXTOS CONSULTADOS

 

David Willemse, António Nunes Ribeiro Sanches - élève de Boerhaave et son importance pour la Russie, Leide: E.J. Brill, 1966, 188 pag.

 

Maximiano Lemos, Amigos de Ribeiro Sanches, in Archivo histórico portuguez, n.º 8, 1911, pags. 281-295 e 447-469 e n.º 9, 1912, pags. 111-162.

 

Georges Dulac, Science et Politique: les réseaux du Dr António Ribeiro Sanches (1699-1783), in Cahiers du Monde russe, 43/2-3, Avril-septembre 2002, pags. 251-274

Online: http://www.cairn.info/article.php?ID_REVUE=CMR&ID_NUMPUBLIE=CMR_432&ID_ARTICLE=CMR_432_0251

 

Francine-Dominique Liechtenhan, « Jacob von Stählin, académicien et courtisan. », Cahiers du monde russe 2/2002 (Vol 43), p. 321-332.
Online: www.cairn.info/revue-cahiers-du-monde-russe-2002-2-page-321.htm

 

Maximiano Lemos, Amigos de Ribeiro Sanches (apenas Manuel Nunes Sanches e João Mendes Sacchetti Barbosa)

Online: www.catedra-alberto-benveniste.org/_fich/15/Archivo_Historico.doc

 

Elogio do Doutor António-Nunes Ribeiro Sanches, composto em francês por M. Vicq-D’Azir vertido em Português por Francisco Manuel do Nascimento – Obras de Filinto Elísio –Edição de 1836-1840 -  XVII volume L 3241 P pags. 9-62

Online: http://purl.pt/12077/

Edição de 1817-1819 – Volume IX- pag. 6 – 53

Online: www.archive.org

Idem  em Versos de Filinto Elysio, volume V, pags. 169 -

Online: http://books.google.pt

Original francês online em:

http://www.bium.univ-paris5.fr/histmed/medica/cote?154740x03