10-10-2009
Luis de Lemos (1533 - 1600 ?)
Luis de Lemos foi um médico e professor de medicina, que foi estudar para Espanha na sua juventude e naquele País ficou até à morte. Era cristão-novo, como nos diz o livrinho de Bento de Castro (pag. 74), filho de Rodrigo de Castro. Não arriscou por isso, vir para Portugal, para não ir parar às garras da Inquisição, como tantos dos seus colegas.
Sendo muito conhecido em Espanha e no estrangeiro, como veremos, pouca atenção tem merecido em Portugal. Maximiano de Lemos consagrou-lhe, no início do Sec. XX, um artigo pouco encomiástico. E parece que se ficou por aí.
Os autores espanhóis consideram-no muitas vezes como co-nacional, ou por desconhecimento, ou porque naquela altura, Portugal estava unido a Espanha.
Nasceu em Fronteira, possivelmente por volta de 1533. No seu livro Paradoxorum Dialecticorum (pag.21), publicado em 1558, diz-se que ainda não tem 24 anos, mas temos de ter em conta o tempo que o livro levou a editar. Mais tarde, ele é apontado como tendo nascido em Portalegre, mas isso dever-se-á ao facto de esta cidade ter passado a sede de Bispado (1549) e por isso ter ganho importância.
Bastante novo, aí por volta dos 15 anos, foi estudar para Espanha; querendo cursar Medicina, matriculou-se primeiro em Artes em Valladolid, onde fez o bacharelato. No ano lectivo de 1555/1556, aparece já na Universidade de Salamanca como bacharel artista e bacharel médico. Em 1558/1559 figura como Catedrático de Artes. Obteve o grau de Licenciado em Medicina em 18 de Dezembro de 1859. Continua a figurar na matrícula em Medicina em 1559/1560, 1564/1565, e 1565/1566.
Figura em Salamanca como catedrático de cadeiras de Artes desde 1557 a 1561. Em 1563 concorre à cadeira de Articella-Método que consegue e exerce até 1567. Diz ele a pgs. 320 (Disputatio VII) do seu livro In libros Galeni de morbis medendis commentarii, que ensinara em Salamanca por doze anos completos.
Em 22 de Maio de 1567, um documento de Filipe II, confirma as penas aplicadas pelo visitador da Universidade de Salamanca, Licenciado Jaraba, que condena Luis de Lemos a oito anos de desterro a uma distância não inferior a 10 léguas de Salamanca, por se ter deixado subornar e ter recebido dinheiros de estudantes. Este transe custou-lhe muito, pois muitos anos mais tarde, ainda dele se lamenta na dedicatória do mesmo livro antes citado. A 7 de Junho, o Claustro da Universidade entregou-lhe carta de favor para com ela ir pedir perdão ao Rei “atendendo que é um letrado competente e benquisto e dá muito proveito na dita Universidade”.
Foi então para Llerena, perto de Sevilha e não longe da fronteira com Portugal, exercer medicina até 1580. A pgs. 186 do livro In tres libros Galeni de naturalibus facultatibus commentarii, diz que curou uma mulher de Vila Viçosa, mas não se deve concluir que ali exerceu medicina, já que a senhora poderá muito bem ter-se deslocado a Espanha para o consultar.
Figura no primeiro volume das obras de Zacuto Lusitano, uma biografia deste escrita por Luis de Lemos, de Lisboa, médico ordinário da Corte Real. O texto fala já da saída para o estrangeiro de Zacuto, que aconteceu em 1625. Daqui se conclui, ou que se trata de outro Luis de Lemos, ou que é uma falsa atribuição ao médico de Fronteira, feita por Zacuto Lusitano. Aliás, um médico da Corte nunca poderia ser tão agressivo como o texto mostra: “Atroci namque Principis edicto…”
Apesar da punição Real, Luis de Lemos deveria ter bom ambiente na Universidade de Salamanca. Um colega, Agustín Vasquez, chama-o amigo no seu livro Questiones practicæ (pag. 153).
Segundo Nicolau António, teve muito sucesso no exercício da clínica privada em Llerena: “medicæ artis opus, magna cum sua laude, fecit”.
OBRAS
Luis de Lemos foi professor de Artes e de Medicina em Salamanca e também as suas obras de dividem pelas duas disciplinas.
LÓGICA
Escreveu dois livros sobre este ramo do saber:
- Lodovici Lemosii Lusitani, medici ac philosophi, Salmanticæ Philosophiæ publice professoris, In libros Aristotelis Περί έρµηνείας commentarii : nunc primum in lucem editi. Salmanticæ. Excudebat Andreas a Portonariis S.C.C. Maiestatis atque Regius Typographus, 1558, in 4.º
Abre com um poema pequeno de Francisco Sanchez de las Brosas, que seria amigo dele e falaria português, pois viveu uma dezena de anos em Portugal:
Ad eundem, auctorem Commentariorum in librum Aristotelis De interpretatione, CARMEN
Magnus Aristoteles, Romanas ductus in oras, discit Romano purius ore loqui. Sedula subtilis quem limet littera Lemi, monstrat et implicitae provida fila viae. Lemus Lysiacae non ultima gloria gentis, et patriae Lemus gloria prima suae.
|
Poema dedicado al mismo, Autor de unos Comentarios al libro De interpretatione de Arstóteles
El gran Aristóteles traído a las costas de Roma aprende a hablar con más pureza que una boca romana. El cuidado estilo del penetrante Lemos le pule y nos revela los hilos que desentrañan el intricado camino. Lemos no es la última gloria del pueblo de Lísias, pero sí es la gloria primera de su patria. |
(Tradução para castelhano de Manuel Mañas Núñez, art. citado)
Outro poema de Fernando Sanchez.
Dedicatória a Luis de Lemos a D. Julião de Alba, o primeiro Bispo de Portalegre, que viera de Espanha como confessor de D. Catarina, esposa de D. João III. Esta dedicatória pode significar que Luis de Lemos tinha tenções de voltar a Portugal.
Prólogo de Lemos aos dialécticos.
Novos versos de Francisco Martins, colega Lusitano, em honra do autor.
Seguem-se as 213 páginas do texto.
Foi a primeira obra que Lemos publicou, como diz na dedicatória: “primum mei ingenii ac studiorum fœtum”.
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A outra obra foi:
- Lodovici Lemosii medici ac philosophi, Salmanticæ Philosophiæ publice professoris, Paradoxorum dialecticorum libri duo . Salmanticae. Excudebant hæredes Ioannis à Iunta Floren., 1558
Dedicatória de Lemos a D. Cristóbal Vella, Teólogo
Versos de Francisco Martín
Prólogo da Jacobo Salvador, teólogo de Múrcia, apresentando a obra
Prólogo de Jacobo Simón, louvando a obra
Seguem os 136 fólios, constituindo dois livros contestando cada um 25 erros dos dialécticos.
Umas dezenas de anos antes, no âmbito do Renascimento, haviam sido abandonadas as ideias escolásticas e a lógica das Súmulas de Pedro Hispano, que tinham dominado a Universidade durante séculos, defendendo-se o regresso aos filósofos gregos, em especial a Aristóteles. No entanto, no interior deste movimento, apareceram alguns que quiseram contestar alguns pontos de vista de Aristóteles. Foi o caso de Petrus Ramus que publicou em Paris, em 1543: Dialecticæ Institutiones. Aristotelicæ Animadversiones.
Contra este livro houve uma forte reacção, nomeadamente da parte de António de Gouveia (1505-1566) que, no mesmo ano, publicou em Paris Pro Aristotele Responsio adversus Petri Rami calumnias. Embora Luis de Lemos não cite António de Gouveia, os seus livros inserem-se na mesma linha. Os pontos principais do seu pensamento são:
a) Não se deve confundir a lógica com a dialéctica. Diz Menéndez Pelayo: “La tesis principal del autor es demostrar, contra Núñez y demás peripatéticos, que el nombre de Dialéctica debe reservarse para la Metafísica o primera filosofía, y no aplicarse de ningún modo a la Lógica formal de los aristotélicos”.
b) É preciso abandonar as Súmulas de Pedro Hispano.
c) Luis de Lemos critica muito especialmente Petrus Ramus
d) Critica também muito o ramista valenciano Pedro Juán Núñez (1522-1602)
e) Critica também Cardillo de Villalpando e Francisco Burana.
Estes dois livros de Luis de Lemos são obras de juventude. Na altura, não devem ter passado além da Península, e hoje não existem nas bibliotecas europeias além-Pirenéus (bl.uk, bnf.fr,gso.gbv.de, sbn.it)
No entanto, estas duas obras têm sido citadas em alguns estudos da matéria, como se pode ver pelos textos indicados na bibliografia.
São também citadas por Marcelino Menéndez Pelayo nos Ensayos de critica filosófica e La ciencia española.
MEDICINA
São três os livros de Medicina de Luis de Lemos que chegaram até nós. Nesses livros, segundo M.J. Pérez Ibañez, ele refere outros trabalhos de que não temos hoje notícia. São eles:
- Commentaria in Aphorismos e Commentaria libelli de septimestri partu (de naturalibus facultatibus, pag. 163)
- Commentaria in Hippocratis Prognostica (de optima prædicendi ratione, pag. 139 v.)
- De venæ sectione (de morbis medendis, pag 437a.)
- Librum de simplicibus (de naturalibus facultatibus, pag.76)
Os livros publicados foram:
Ludovici Lemosii Philosophiæ, ac Medicinæ olim Salmanticæ Publici Professoris, nunc vero oppidi de Llerena Medici Iurati, in libros Galeni de Morbis medendis Commentarii. Salmanticæ. Apud hæredes Mathiæ Gastii. 1581.
Dedicatória a D. Pedro Portocarrero
Dedicatória aos seus discípulos de todo o mundo
Louvor do médico Fernando Ribera
Segue o texto em 444 páginas.
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Ludovici Lemosi medici ac physici In tres libros Galeni de naturalibus facultatibus Commentarii. Salmanticae, apud Guillelmum Foquel, 1591
Dedicatória a D. Diego de Cordoba y Mendoza
Poesias em louvor do autor:
Epigrama de Fernando Sanchez Durán em Latim
D. Luis Zapata de Llerena – castelhano
Sebastián de la Peña – professor de Latinidade
Francisco Martinez Guerra, Teólogo
Andrés Hurtado de Tapia, Professor de Medicina de Sevilha
Diego Vélez de Dueñas, Jurisconsulto de Sevilha, pai de Luis Velez de Guevara, dramaturgo - Epigrama em Latim
Segue o texto em 238 páginas
No final, um índice analítico
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De optima prædicendi ratione libri sex; item Iudicii operum magni Hippocratis liber unus Ludovico Lemosio Physico ac Medico Authore. Salmanticae: ex officina Ildefonsi à Terranova & Neyla, 1585 (no final aparece a data de 1584)
Dedicatória a D. Pedro Portocarrero
Prólogo aos leitores
Versos em louvor do autor de Francisco Sanchez de las Brozas:
Ad Ludovicum Lemosium, Physicum ac Medicum, auctorem librorum sex De óptima prædicendi ratione, CARMEN
Artis te Medicæ docet peritum, ante omnes satis hic libellus, index ter magni ingenii tui, o Machaon, ætatis celebrandæ jure nostræ.
Vatem te quoque præcinit verendum doctrinæ gravitas: potes futura qui nos non dubiis docere signis et pensum properantis indicare clothus, redere nosque certiores tum prædicare, si mali quis instant.
Hem miramur? Utrumque præstat auctor artis fatidicæ, nam Apollo vates est, idem medicus: neget quis ergo sub tanto, Ludovice, te magistro vitalem didicisse ferre opem ægris, fatalem pariter referre sumam? |
Poema dedicado a Luis de Lemos Físico y Medico, Autor de los seis libros Sobre la mejor manera de predecir
Tu pericia en el arte de la medicina la pone de manifiesto más que ningún otro este librito, prueba de tu muy gran talento. ¡Oh Macaón de nuestros días, que con razón mereces ser alabado!
Tus respetables dotes de vate también nos las evidencia la profundidad de tus doctrinas, pues podes enseñarnos el futuro con inequívocas señales, darnos a conocer el ovillo de la presurosa Cloto, y hacernos sabedores con tus predicciones de si alguna desgracia nos amenaza.
Pero, ¿a qué extrañarse? Una y otra facultad las demuestra el autor de este arte adivinatoria, pues Apollo es al mismo tiempo adivino y médico. ¿Quién podrá por tanto, decir que, con un maestro tan egregio como tú, Luis, no ha aprendido a aplicar a los enfermos los recursos que sostienen la vida y, al mismo tiempo, a anunciar todos los acontecimientos que el destino nos tiene deparados? |
(Tradução para castelhano de Manuel Mañas Núñez, art. citado)
Texto em 396 fólios
Índice analítico
Iudicium operum mani Hippocratis – 38 folios
Índice analítico
Colofon
Edição de Veneza – 1592, com idêntico título
Venetiis, Apud Robertum Meietum, M D XC II
Dedicatória do editor, Roberto Meietti, tipógrafo, a Eustachio Rudio, medico (1551 - 1611) Anatomista de Bolonha, Professor em Pádua na Università degli Studi di Padova
Prólogo aos leitores
Poema de Francisco Sanchez de las Brozas
Texto em 251 fólios
Índice analítico
Iudicium operum magni Hippocratis – 25 folios
Índice analítico
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Nova edição do Iudicium operum magni Hippocratis
Ludovici Lemosii judicium operum Magni Hippocratis primum seorsim edidit et praefatus est Joan. Gottlieb Thierfelder, 62 pags. , Misenae, 1835
Edição da iniciativa de Johann Gottlieb Thierfelder (1799-1867), de Meißen, Alemanha
Destes três livros de medicina, foi a espécie de apêndice a este último, Iudicium operum magni Hippocratis, que mais celebridade deu a Luis de Lemos.
Como o título indica, os primeiros dois livros comentam textos de Galeno (130-200) e o terceiro, um livro de Hipócrates (Sec. V a.C. – Sec- IV a-C.). Como outros livros de Medicina da época, pouco é o interesse que hoje têm. Um exame minucioso permitiria talvez revelar costumes da época ou a biografia do Autor. Diz Maximiano de Lemos que o livro de comentários a “De morbis medendis” é o que tem mais referências a coisas de Portugal: localidades, autores, plantes e produtos do Continente e das Colónias.
Uma observação importante a fazer é que, segundo M.J. Perez Ibañez, Luis de Lemos utilizou apenas textos latinos para o estudo das obras dos mestres da antiguidade, nomeadamente Hipócrates e Galeno, provavelmente porque não sabia grego suficiente para os consultar naquela língua.
Ao contrário do que refere Maximiano de Lemos, a obra que referi em último lugar “De optima prædicendi ratione” não é em si mais importante do que as outras, mas apenas pelo apêndice que o Autor lhe juntou, avaliando a genuinidade das obras de Hipócrates. O seu grande mérito foi o de ser o primeiro Autor a fazê-lo, assim passando a ser mencionado por quase todos os que se debruçaram sobre o assunto.
Logo em 1585, o italiano Girolamo Mercuriale escreveu sobre a mesma questão o livrinho “Censura & dispositio operum Hippocratis”, em que não chega a conclusões muito diferentes. Mas utilizou outros critérios e, por isso, não é possível comparar as conclusões.
Lemos divide as obras conhecidas de Hipócrates em 3 grupos:
1) Livros escritos pelo próprio;
2) Livros escritos pelo genro e outros familiares;
3) Livros que lhe são atribuídos mas não são dele.
Para os classificar, segue principalmente e, por vezes, mesmo exclusivamente, a opinião de Galeno, nos seus livros.
Mercuriale, por sua vez, classificou os textos atribuídos na época a Hipócrates de outro modo:
1.ª Obras que têm a doutrina e estilo típicos de Hipócrates
2.ª Obras escritas de memória por Tessalo, Políbio e outros discípulos e que já contêm matéria estranha misturada
3.ª Obras compostas por seus filhos ou discípulos, mas representam as suas doutrinas com maior ou menor exactidão
4.ª Obras atribuídas a ele, mas que nada têm a ver com Hipócrates.
Constata-se que Mercuriale aceita a legitimidade da atribuição a Hipócrates de livros escritos pelos seus discípulos, desde que representem a sua doutrina, hipótese que Luis de Lemos exclui. Será por isso que a classe 3.ª de Lemos tem 27 livros, enquanto a correspondente de Mercuriale (a 4.ª) elenca apenas 17.
Estando assim as coisas, parece-me injusta a acusação que fazem a Mercuriale os autores espanhóis, nomeadamente Chinchilla (Vol. II, pag. 68), Morejón (Vol. III, pag. 329) e André Piquer (tomo III, pag. V), de ter plagiado Luis de Lemos. Possivelmente, na altura, Mercuriale nem teria conhecimento da publicação do livrinho de Lemos.
Christian Gottfried Grüner (1772) no livro citado que escreveu sobre o assunto (prefácio e pag. 31), faz referência aos textos de Lemos e de Mercuriale, mas diz que não conseguiu consultar nem um nem outro.
Littré (1839 - Vol. I., pag. 169) e Adams (1849 - pag. 29) citando embora Luis de Lemos, descartam-no rapidamente, dizendo que ele seguiu demasiado fielmente a Galeno.
Porém, em Historia literaria Hippocratis, obra publicada a primeira vez em 1791, Johann Christian Gottlieb Ackermann (1756-1801) cita bastante Lemos, discutindo as suas opiniões (ob. citada, por ex., pags. XVIII, XXVII, XXVIII, XXXI, LVI, XCV, CXXIV, CXXXIII, CXXXVII e CLIII).
Luis de Lemos também não era tão extremista como a classificação que fez pode sugerir. Escreve ele que, mesmo os livros que ele afirma não serem de Hipócrates, não devem ser ignorados, pois têm ideias e recomendações que não são para desprezar. E termina: “São os remédios que curam as doenças, não os autores” (pag. 24 v. a ¾ da página).
De qualquer modo, a discussão sobre a autenticidade dos escritos de Hipócrates continua ainda nos nossos dias (ver artigo de Regina Andrés Rebollo).
Outras citações das obras médicas de Luis de Lemos
Prospero Albino (1553-1617), na sua obra De præsagienda vita et morte ægrotantium que só foi impressa em 1734, faz referências elogiosas ao livro “De optima prædicendi ratione” (pag. 380).
Juan Geronimo Navarro, em Sangrar y purgar en dias de conjunción, Lima, 1645, cita-o a pag. 30.
Joseph Amar, em Instrucción curativa de las calenturas conocidas vulgarmente con el nombre de tabardillo, Madrid, 1775, cita Lemos a pgs. 18,106, 137, 147, 148 e 153.
Luis de Lemos é também mencionado em livros de história da Medicina. É o caso de Fielding H. Garrison, 1921 (pag. 189), Diario General de las Ciencias Medicas, Tomo V, 1829 (Pag. 163-166), J.M. Leupoldt, 1863 (pag. 352), Gaceta Medica de Madrid, Tomo I, 1834-1835 (pag. 501-502), H. Haeser, vol. 1, 1853 (pag. 383).
A repercussão das obras médicas de Luis de Lemos também se avalia (agora de modo positivo) pelas existências hoje nas bibliotecas além-Pirenéus: bnf.fr (todas); sbn.it (as duas edições de De optima prædicendi ratione, mais De morbis medendis e a edição de Johann Gottlieb Thierfelder), gso.gbv.de (como em Itália), bl.uk (só a edição de Johann Gottlieb Thierfelder).
Os autores espanhóis não referem a data do seu óbito que, provavelmente, aconteceu num dos últimos anos do Sec. XVI.
TEXTOS CONSULTADOS
BIOGRAFIA
Maximiano Lemos, Médicos Portuguezes no estrangeiro, Sec. XVI, Luiz de Lemos, in Gazeta Médica do Porto, Boletim da Sociedade de medicina e Cirurgia, 3.º ano, 1899-1900, pags. 198 – 205.
Maria Teresa Santander Rodríguez, Escolares Medicos en Salamanca (siglo XVI). Salamanca, 1984, ISBN 84-7481-098-0
Biografía del Maestro Francisco Sanchez, El Brocense, con algunas poesías suyas inéditas. Dala à luz el Marqués de Morante. Madrid, Imprenta de D. Eusebio Aguado, 1859. Online: Online: http://books.google.com
Philotheo Castello ou Bento de Castro, Flagellum Calumniantium seu apologia in qua anonymi cujusdam calumniae refutantur ejusdem mentiendi libido detegitur, clarissimorum lusitanorum medicorum legitima methodus commendatur, empiricorum inscitia ac temeritas tamquam perniciosa reipublicae damnatur,auctore Philotheo Castello, Dulce bello inexpertis, Amstelrodami, 1631,
Online: http://www.uni-kiel.de/ub/digiport/bis1800/Kd810.html
Zacuti Lusitani,Medici et Philosophu Præstantissimi, Operum tomus primus, in quo ″De Medicorum principum historia″ libri sex ubi medicinales omnes historiae, de morbis internis quae passim apud principes medicos occurrunt, concinno ordine disponuntur, paraphrasi et commentariis illustrantur, necnon quaestionibus, dubiis et observationibus exquisitissimis exornantur. Editio postrema, a mendis purgatissima. Lugduni : sumptibus Joannis Antonii Huguetan, filii, et Marcii Antonii Ravaud, 1649, Cum privilegio Regis Christianissimi.
Onlinne: http://web2.bium.univ-paris5.fr/livanc/?cote=00342x01&do=chapitre
FILOSOFIA
Vicente Muñoz Delgado, Luis de Lemos y su critica de la logica humanista, in Cuadernos de historia de la medicina española, XII, pp. 415-432.
Eugenio Asensio, El ramismo y la crítica textual en el círculo de Luis de León: carteo del Brocense y Juan de Grial, in Fray Luis de León : [Actas de la I Academia Literaria Renacentista, Salamanca 10-12 de diciembre de 1979] / coord. por Víctor García de la Concha, 1991, ISBN 84-7481-139-2 , pags. 47-76
Online: http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/01260418543477372906691/029997_0015.pdf
Joseph S. Freedman, The Diffusion of the Writings of Petrus Ramus in Central Europe, c. 1570-c. 1630 , in Renaissance Quarterly, Vol. 46, No. 1 (Spring, 1993), pp. 98-152
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E. J. Ashworth, The treatment of semantic paradoxes, from 1400 to 1700, Notre Dame Journal of Formal Logic, Volume XIII, Number 1, January 1972, pag. 34-52
E. J. Ashworth, Some notes on syllogistic in the sixteenth and seventeenth centuries, Notre Dame Journal of Formal Logic, Volume XI, Number 1, January 1970, pag. 17-33
Marcelino Menéndez y Pelayo – Ensayos de critica filosófica
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Menendez y Pelayo – La ciencia española, Tomo 3
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Marcelino Menéndez Pelayo, Ensayos de critica filosófica
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MEDICINA
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María Jesús Pérez Ibáñez, Luis de Lemos y su juicio a Hipócrates, in Congreso Internacional sobre Humanismo y Renacimiento, vol. I, 1998, Coordinador Maurílio Pérez González, ISBN 84-7719-674-5 , pags. 557-569, Universidad de Léon 1998
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Regina Andrés Rebollo, O legado hipocrático e sua fortuna no período greco-romano: de Cós a Galeno, in Scientiæ Studia, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 45-82, 2006
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Gaceta Médica de Madrid, periódico semanal redactado por una Sociedad de Médicos de la Corte y de las Provincias, Tomo I, Madrid, 1834-1835
Online: http://books.google.com
H. Haeser, Lehrbuch der Geschichte der Medicin und der epidemische Krankheiten, 2.ª ed., Vol. I, Jena, 1853
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Online: http://books.google.com
É, Littré, Œuvres complètes d’Hippocrates, Tome Premier, Paris, 1839
Online: http://books.google.com
Paloma García Bravo, Las traducciones en la transmisión del legado médico clásico al mundo occidental, in Hieronymus num. 11, pag. 25-41
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Online: http://books.google.com
Juan Geronimo Navarro, Sangrar y purgar en dias de conjunción, Lima, 1645
Online: http://books.google.com
António Hernández Morejón, Historia Bibliografica de la Medicina Española, Vol. III, Madrid, 1843
Online: http://books.google.com
Don Anastasio Chinchilla, Anales Historicos de la Medicina en General, Vol. II, Madrid, 1845
Online: http://books.google.com
Don Andrés Piquer, Las obras de Hipocrates más selectas, 2.ª edición. Tomo III, Madrid, 1781
Online: http://books.google.com
Christian Gottfried Grüner, Censura librorum Hippocrateorum qua veri a falsis integri a suppositis segregantur, Vratislaviae, Apvd Ioannem Fridericum Kornium Seniorem, 1772
Menendez y Pelayo – La ciencia española LA CIENCIA ESPAÑOLA — III
INVENTARIO BIBLIOGRÁFICO DE LA CIENCIA ESPAÑOLA
Online: http://www.cervantesvirtual.com/servlet/SirveObras/35759397903917506300080/029354_0002.pdf
Nicolau António Bibliotheca Nova, 2.º vol., pags. 44-45
LUDOVICUS DE LEMOS, Lusitanus, ex oppido Fronteira uti Cardosus ait , medicus doctor ac philosophus, inclytae scholae Salmanticensis juventutem in re docuit philosophica, deindeque in Ellerena urbe medicae artis opus, magna cum sua laude, fecit. In praedicendo (quod ipse de se in libris De optima praedicendi ratione jactat) adeo felix ut neminem illi, vel aemuli ipsi, praeferrent. Sequentibus quoque, non parum doctis, in publicum emissis operibus de philosophorum et medicorum filiis benemereri voluit. Ea sunt:
Comentaria in Galenum de facultatibus naturalibus. Salmanticae 1580. 4. & apud Guilielmum Fochelium 1594. 4.
In Libros xii. Methodi medendi Galeni commentaria. Ibidem apud viduam Antonii Velazquez 1582. in folio.
De optima praedicendi ratione libri vi. Item: Judicium operis magni Hippocratis: liber unus. Salmanticae apud Ildephonsum de Terranova 1588. in folio. Venetiisque apud Robertum Majerum 1592. 8.
Paradoxorum, seu de Erratis Dialecticorum libri duo. Salmanticae 1558. 8.
Physicae acMedicae Disputationes.
In Librum Aristotelis de Interpretatione, sive Commentarius: ad Julianum Albam, Portalegrensem episcopum Salmanticae apud Andream a Portonariis anno 1558 in 4.º. Quod opus unaque Lemosium auctorem pulchro isto carmine laudavit Franciscus Sanctius Brocensis, magni quidem judicii atque eruditionis vir, eiusque temporis professor Salmantinus:
Magnus Aristoteles, Romanas ductus in oras,
Discit Romano purius ore loqui.
Sedula subtilis quem limet literaLemi.
Monstrat et implicitae provida fila viae.
Lemus Lysiacae non ultima gloria gentis,
Et patriae Lemus gloria prima suae.
Lemosii Comentaria in Iibros Posteriorum Analyticorum Aristoteles M. SS. servabantur in bibliotheca Olivariensi.
Diogo Barbosa Machado, Bibliotheca Lusitana
LUIZ DE LEMOS, natural da Villa da Fronteira da Provincia Transtagana, insigne professor de Filosofia, e Medecina dictando com aplauzo a primeira em a Universidade de Salamanca, e exercitando com felicidade a segunda na Cidade de Elerena em Andaluzia. Eram venerados os seus prognósticos como infalíveis não havendo doença aguda, ou enfermidade inveterada, que não cedesse à eficacia dos seus medicamentos regulados pelo singular methodo que uzava. O seu nome he celebrado por famosos Medicos como são Gaspar dos Reys Franco Camp. Elys. Jucund. Quaest. Quaest. 100 n. 23. chamando-lhe eruditissimus. Zacuto de Med. Princip. Hist. lib. 3. hist. ult. Vir in Galeni doctrina versatissimus. in Praef. de Med. Princip. Hist. Tom. 1. eruditissimum lib. 6. hist. 19. quaest. 11. strenuum in Arte medica virtum Ioan. Soar. de Brit. Theatr. Litter. Lusit.lit. L. n. 34. peritissimus.
Draud. Bib. Classic. Hallevord. Bib. Curios. Taxander Cathal. Clar. Hisp. Script. e Nicol. Ant. Bib. Hisp. Tom. 2. p. 36. col. 1.
Compôs:
Commentaria in Galenum de Facultatibus naturalibus . Salmanticae typis Gastij 1580 4.& ibi apud Guilielmum Fochelium 1594 4.
In libros XII. methodi medendi Galeni Commentaria. Salmanticae apud Viduam Antonij Velazquez 1582 fol.
De optima praedicendi ratione libri VI. Judicium operum Magni Hippocratis. Salmanticae apud Ildefonsum de Terranova, y Neyla 1595 fol.& Venetiis apud Robertum Majerum 1592 8.
Paradoxorum, seu de Erratis Dialecticorum libri duo. Salmanticae .1585 8.
Physicae, ac Medicae disputationes. Salmanticae 1558 fol.
In librum Aristotelis de Interpretatione. Dedicado a D. Julião de Alva Bispo de Portalegre.
Salmanticae apud Andream á Portonariis. 1558 . 4. A esta obra, como a seu author, celebra com o seguinte epigrama o insigne Francisco Sanches Brocense.
Magnus Aristoteles Romanas ductus in oras
Discit Romano purius ore loqui.
Sedula subtilis quem limas litera Lemi;
Monstrat et implicite provida fila viae.
Lemus Lysiacae non ultima gloria gentis,
Et patriae Lemus gloria prima suae.
NOTA: Na elaboração desta página, tive a ajuda do Prof. Doutor António Manuel Andrade, da Universidade de Aveiro. No entanto, as opiniões expressas e o texto final são da minha inteira responsabilidade.