24-4-2001

 

 

Johann Sebastian Bach

(1685 – 1750)  

 

   

 

Der Komponist Johann Sebastian Bach wurde am 21. März 1685 in Eisenach geboren. Nach dem frühen Tod der Eltern wurde er musikalisch unterrichtet von seinem älteren Bruder Johann Christoph, einem Organisten. Mit 15 Jahren wurde Johann Sebastian Schüler des Michaelisklosters in Lüneburg. 1703 nahm er eine Stelle als Organist in Arnstadt an, vier Jahre später wurde er Organist im thüringischen Mühlhausen. 1723 wurde er als Nachfolger J. Kuhnaus zum Thomaskantor nach Leipzig berufen. Bis zu seinem Tode war er dort als Lehrer an der Schule St. Thomae und als Musikdirektor der Kirchen tätig. Bachs kompositorisches Schaffen umfasst Kirchenkantaten, Motetten und Passionen, darunter die 'Johannespassion' und die 'Matthäuspassion', außerdem Instrumentalwerke wie 'Das musikalische Opfer', 'Sechs Brandenburgische Konzerte', 'Das Wohltemperierte Klavier' und 'Die Kunst der Fuge'. Johann Sebastian Bach starb am 28. Juli 1750 in Leipzig.

 

 

    AS PAIXÕES 

Paixão segundo S. Mateus

Bach compôs a Paixão de S. Mateus para o serviço religioso de Sexta Feira Santa em 1729, na Igreja de S. Tomás, em Leipzig. Durante a cerimónia, a obra era executada por inteiro, com um longo sermão entre as partes I e II. A tradição de cantar a Paixão de Cristo (a história segundo os quatro Evangelhos, a prisão, crucificação e morte de Jesus), começara séculos antes. De início, a narrativa era cantada por melodias simples. Depois, os compositores, começaram gradualmente a aperfeiçoar o canto. Compositores do Barroco tardio foram particularmente influenciados por duas novas formas musicais aparecidas no período: a ópera e o oratório. A Paixão de S. Mateus de Bach é o culminar desta velha tradição de séculos. E representa sem dúvida a mais bela narrativa da Paixão de todos os tempos.

A obra é a maior composição escrita por Bach, quer em duração, quer em executantes. São necessários dois coros, com um terceiro coro de sopranos para o primeiro e último movimentos da 1.ª parte, duas orquestras, quatro solistas vocais e muitos outros solistas para as partes das diversas personagens. O papel do Evangelista representa S. Mateus. É quem conta a história. Bach pôs este papel numa voz de tenor. 

O Evangelista e as várias personagens são acompanhados por melodias simples da harpa e violoncelo. Todavia, Bach pôs a música de Jesus a ser acompanhada por uma orquestra de cordas, assim o distinguindo dos restantes personagens. E é impressionante que, no momento da morte, ele diz as últimas palavras, acompanhado apenas pela harpa e violoncelo, enquanto a “sua” orquestra de cordas permanece silenciosa.

Não é certo quem preparou o libretto da Paixão de S. Mateus: o poeta Christian Friedrich Henrici ou o próprio Bach? Os textos provêm de três fontes: 1) O Evangelho de S. Mateus, capítulos 26 e 27; 2) Hinos tradicionais luteranos, chamados “corais”; e 3) poemas religiosos de Henrici (que usava o pseudónimo literário de Picander). A construção desta obra épica é relativamente simples. Bach pega na história, cena a cena. Em geral, principia com um pedaço da narrativa da Bíblia, tal como cantada pelo Evangelista e pelas várias personagens. Depois, pára a cena para comentar o que acaba de acontecer. O comentário é feito através de hinos tradicionais (corais), recitativos a solo e árias.

Chorando a morte de Cristo
de Albrecht Dürer, 1500 ca


(Munique, Alte Pinakothek)

 

O coro desempenha dois papeis diferentes na obra. Algumas vezes são personagens da acção (por exemplo, a turba furiosa), outras vezes ficam fora da acção, tal como o coro na tragédia Grega. No princípio e no fim das partes I e II, Bach colocou coros de introdução e fecho.

A Paixão segundo S. Mateus de Bach é uma das maiores obras musicais da civilização ocidental, que não é suplantada por qualquer ópera.

Paixão segundo S. João

A primeira execução da paixão segundo S. João de Bach teve lugar em Leipzig, em 7 de Abril de 1724, onde Bach tinha sido nomeado Kantor no ano anterior e responsável pela música sacra nas principais igrejas da cidade, sobretudo na Igreja de S. Tomás.

As partes poéticas contidas  na Paixão de S. João, são devidas na sua maior parte a Barthold Heinrich Brockes. Aqui como na Paixão segundo S. Mateus e ao contrário de outros seus contemporâneos (Händel, Telemann, Mattheson), Bach não renuncia ao texto original, que é lido por uma voz de tenor, em forma de recitativo. Naturalmente o Evangelho relata também as palavras das diversas personagens e para cada uma Bach inflecte a linguagem para um estilo apropriado, diferenciando-as através dos timbres vocais, de acordo com o costume da época. Características da Paixão segundo S. João, são as intervenções da multidão, a “turba”.  Bach fá-lo em coros de precisão extrema, memoráveis pela excitação fanática que retratam.

Uma antecipação das complexidades arquitectónicas que serão atingidas com a Paixão de S. Mateus encontra-se nos frescos em que o coro se junta ao solista, por exemplo na ária com coral “Mein teurer Heiland”, que interioriza a percepção angustiosa da solidão da anterior “Es ist vollbracht” (Tudo está cumprido). O coro faz a abertura e o fecho da Paixão, onde o drama da crucificação se desfaz numa ternura dolente, como uma berceuse.

 

    S. Mateus

 

 

(48) Chorale

 

Bin ich gleich von Dir gewichen,

Stell‘ ich mich doch wieder ein;

Hat uns doch Dein Sohn verglichen

Durch sein‘ Angst und Todespein.

Ich verleugne nicht die Schuld,

Aber Deine Gnad und Huld

Ist viel größer als die Sünde,

Die ich stets in mir befinde.

 

(63) Chorale

 

O Haupt, voll Blut und Wunden,

Voll Schmerz und voller Hohn!

O Haupt, zum Spott gebunden

Mit einer Dornenkron!

O Haupt, sonst schön gezieret

Mit höchster Ehr‘ und Zier,

Jetzt aber hoch schimpfieret:

Gegrüßet seist Du mir!

 

Du edles Angesichte,

Dafür sonst schrickt und scheut

Das große Weltgewichte,

Wie bist Du so bespeit!

Wie bist Du so erbleichet,

Wer hat Dein Augenlicht,

Dem sonst kein Licht nicht gleichet,

So schändlich zugericht’t?

 

 

 

 

 

 

(48.) Chorale (Chorus I and II)

 

Though I now have thee forsaken,

I will once again return;

For thy Son hath reconciled us

Through his agony and death.

I deny no whit my guilt;

But thy mercy and thy grace

Are much greater than the failings

Which I ever find within me.

 

(63.) Chorale (Chorus I and II)

 

O head of blood and wounding,

Of pain and scorn so full,

O Head, for spite now fettered

Beneath a crown of thorns,

O head, once fair and lovely,

With highest praise adorned,

But highly now insulted,

All hail to thee, I say!


Thou countenance so noble,

At which should shrink and quail

The mighty world's great burden,

How spat upon thou art;

How pale thou art become now!

Who hath thine eyes' bright light,

Alike no other light once,

So shamefully abused?

 

 

    S. João

 

 
Chor (39)
 
Ruht wohl, ihr heiligen Gebeine,
Die ich nun weiter nicht beweine;
Ruht wohl, und bringt auch mich zur Ruh´.
Das Grab, so euch bestimmet ist,
Und ferner keine Not umschließt,
Macht mir den Himmel auf,
Und schließt die Hölle zu.
 

 

 

 

39. Chorus

 

Rest well, ye holy bones and members,
For which I'll no more weep despairing,
I know, once death shall give me rest.

Not always hold me shall the tomb,
Once, when God my Redeemer calls,
Shall I as well, transformed, to God's own heaven haste.

 

 

   

  Textos completos:

 

    S. Mateus

 

    S. João

 

    Em inglês