20-1-2006

 

Une anecdote de l’histoire de l’Inquisition

 

Já não merece credibilidade a historieta de que foi um vigarista e falsário espanhol, Juan Pérez de Saavedra, quem introduziu a inquisição em Portugal. Alexandre Herculano nem sequer lhe faz referência na sua História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, cuja publicação iniciou em 1855. Porém o mesmo Herculano havia-se referido ao assunto, num artigo que publicara anos antes na revista O Panorama (O Panorama, 2.º vol., n.º 54, de 12 de Maio de 1838), com o título “Origem da Inquisição em Portugal» e que a seguir se transcreve.

  

Por muitos anos se deu ao estabelecimento deste terrível tribunal no nosso país uma origem fabulosa e extraordinária: hoje, posto que a fábula tenha sido destruída pelo facho da crítica, ainda há quem a repita e creia. Parece-nos pois curioso o dar uma ideia da sua verdadeira origem, apresentando ao mesmo tempo a fábula que sobre isso se conta, e que nem pelo ser deixaram de narrar com toda a gravidade alguns escritores de nota.

Um mancebo chamado Pedro Saavedra, natural de Córdova, que tinha rara habilidade para imitar toda a casta de letras, tratou de aproveitar esta habilidade para se engrandecer. A sua ousadia o fez meter ombros às mais arriscadas empresas. Fingindo cédulas reais e ordens de pagamento passadas pelos ministros da Fazenda, não só extorquiu dos cofres públicos avultadas somas, mas despachou-se a si próprio com o hábito de Sant’Iago e com uma comenda de seis mil cruzados. A casualidade, porém, o meteu na senda de um precipício: vendo um breve do papa, dirigido a D. João I de Portugal, veio-lhe à ideia fabricar outro e dirigir-se a este país com o título de núncio, com o intuito de estabelecer nele a Inquisição. Fazendo, pois, por sua mãe os breves e despachos necessários, e aproveitando-se dos dinheiros que tinha arranjado com os precedentes embustes, entrou em Portugal, fazendo o papel de núncio. Fê-lo com tanta arte e dispôs tão bem as cousas que foi recebido e tratado como tal. Durou a farsa seis meses, e neste meio tempo alcançou estabelecer a Inquisição, mas descoberto o engano e julgado no mesmo tribunal que criara, foi condenado a galés, onde permaneceu dezoito anos, sendo depois solto por petição do papa, que desejava conhecê-lo. Esta é a história vulgar da origem da Inquisição portuguesa, história que, além de outros escritores, foi dada como certa pelo espanhol Luiz de Paramo, que escreveu um volume sobre as origens da Inquisição.

Porém hoje parece estar provado ser outra a verdade. Os papéis mais antigos dos arquivos deste tribunal, de horrorosa recordação, bem como os do arquivo real, mostram que ele teve uma bem diferente origem, a qual poremos neste lugar, o mais resumidamente que nos for possível.

Quando D. Manuel a fez a perseguição aos judeus, que mencionamos a páginas 121 do 1.º volume, os que fingiram terem-se convertido ao cristianismo continuaram secretamente na prática da religião judaica. Soube-se deste procedimento dos judeus, e o fanático D. João III, que tinha subido ao trono, pediu ao papa estabelecesse a Inquisição em Portugal; mas os judeus souberam abrandar com seu ouro a cólera de Roma por algum tempo. Venceu por fim o espírito do século, e em 1531 a Inquisição foi instituída por uma bula: negociaram outra vez os judeus com a sé romana, e além de alcançarem indulto geral, obtiveram em 1534 fosse a Inquisição suspendida. Daí a pouco, porém, D. João III começou a trabalhar com tanto afinco em beneficiar o seu povo com a restauração daquele sanguinário tribunal, que em 1536 foi definitivamente erecto, sendo primeiro inquisidor-geral D. Frei Diogo da Silva até 1539, em que por cessão dele se deu este cargo ao cardeal infante D. Henrique, depois rei de Portugal, por morte de D. Sebastião.

É esta a verdadeira origem dessa instituição horrível, filha do fanatismo, que a religião reprova, e de que livrou o mundo a filosofia e a ilustração deste século.

 

ALEXANDRE HERCULANO

 

De: Le manuel des inquisiteurs, à l'usage des inquisitions d'Espagne et de Portugal, ou Abrégé de l'ouvrage intitulé : "Directorium inquisitorum" [1], composé vers 1358 par Nicolas Eymeric, (1320-1399). On y a joint une courte histoire de l'établissement de l'inquisition dans le royaume de Portugal, tirée du latin de Louis a Paramo [2]
Publication :  Lisbonne : [s.n.], 1762
Description matérielle :  198 p. ; in-12
Note(s) :  
Par l'abbé Morellet, d'après Barbier. - Fausse adresse: vraisemblablement imprimé à Paris
Caillet, 7745. - Bibliotheca bibliographica historiae sanctae Inquisitionis / E. van der Vekene, 1982, n°220
 

[1]Auteur:  Eymericus, Nicolaus (1320 -1399)
Titre:  Directorium inquisitorum R. P. F. Nicolai Eymerici,
ordinis Prædicatorum, cum commentariis Francisci Pegnae. - Literae apostolicae diversorum romanorum pontificum pro officio sanctissimae Inquisitionis, ab Innoc. III... usque ad haec tempora... - Francisci Pegnae,... Disputatio de auctoritate seu robore, probatione et utilitate extravagantium seu literarum apostolicarum pro officio sanctissimae Inquisitionis contra haereticam pravitatem

Publication :  Romae : in aedibus pop. rom., 1578-1579
 

[2] Auteur: Pàramo, Luis de (1545?-16..?)
Titre: De Origine et progressu Officii sanctae Inquisitionis, ejusque dignitate et utilitate, de romani pontificis potestate et delegata inquisitorum, edicto fidei et ordine judiciario Sancti Officii quaestiones decem, libri tres, autore Ludovico a Paramo.

Publication : Matriti : ex Typographia regia, 1598
Description matérielle : In-fol., pièces limin., indices, 887 p.

online aqui:
http://bibliotecaforal.bizkaia.net/search/tde/tde/60,192,211,B/l962&FF=tde+origine+et+progressu+officii+sanctae+inquisitionis+libri+tres&1,1,,002036,-1

(pags. 359-365 do software)

 

Histoire de l’établissement de l’inquisition dans le Royaume de Portugal

Tirée de l’Ouvrage de Louis à Paramo, Inquisiteur dans le Royaume de Sicile , intitulé: De origine et progressu Officii Sanctae Inquisitionis. Matriti, ex Tipographia Regia, 1589.

 

Sous le règne de Jean premier, Roi de Portugal, l’an de notre salut 1408, le souverain Pontife Boniface IX, désirant d’établir dans ce Royaume des Tribunaux du Sant-Office sur le modèle de ceux de Castille qui étaient entre les mais des Dominicains, créa Inquisiteur général le R.P. Vincent de Lisbonne, Provincial de cet Ordre; mais cet établissement déchut en assez peu de temps.

Quelques années s’écoulèrent, et le Pape Clément VII, informé par le Roi Jean I, que les Juifs et les Hérétiques commettaient toutes sortes d’impiétés dans le Portugal, nomma Inquisiteur dans ce Royaume le R.P. Didacus de Sylva, Minime de Saint François de Paule.

Le R.P. de Sylva ayant commencé à s’adonner aux fonctions de son ministère, plusieurs personnes considérables qui se virent dénoncées et poursuivies, accusèrent les Inquisiteurs de tyrannie et de cruauté auprès du Roi, et animèrent tellement ce Prince, qu’il écrivit au Pape que l’établissement de l’Inquisition dans son Royaume était contraire au bien de ses sujets, à ses propres intérêts, et peut-être même à ceux de la religion.

Le Pape touché par les représentations d’un Prince trop facile, révoqua tous les pouvoirs accordés aux Inquisiteurs nouvellement établis, et autorisa Marc, Evêque de Sinigaglia, à absoudre les Accusés, ce qu’il fit. On rétablit dans leurs offices et dignités ceux qui en avaient été privés, et on délivra beaucoup de gens de la crainte de voir leurs biens confisqués.

Cette libéralité et cette indulgence extrêmes encouragèrent bientôt ces hommes aveugles et insensés à se livrer aux plus grands excès, et le Roi Jean III ne fut pas longtemps sans déplorer la trop grande facilité de ses prédécesseurs. Il demanda donc au Pape Paul III, et obtint de ce Pontife de nouveaux Inquisiteurs. Mais sans leur accorder d’établissement absolument fixe, les Inquisitions étant à peu près sue le pied des premières établies vers l’an 1216, lorsque les Inquisiteurs étaient encore ambulants. En vain les Empereurs et les souverains Pontife avaient sollicité souvent les Rois de Portugal de donner dans leurs Etats aux Tribunaux du Saint-Office la forme et la consistance qu’ils avaient dès-lors dans les Royaumes de Castille et d’Aragon. Ces Princes séduits par de mauvais conseils, n’avaient jamais voulu consentir à cet établissement si salutaire à l’Eglise et à leur Royaume.

Mais que le Seigneur est admirable dans ses voies! Ce que les Empereurs et les souverains Pontifes n’avaient pu obtenir par tant d’instances, le Roi Jean l’accorda de lui-même à un fripon adroit dont Dieu se servit pour cette bonne œuvre. En effet, les méchants sont souvent des instruments utiles des desseins de Dieu, et il ne réprouve pas ce qu’ils font de bien; c’est ainsi qu’en St Marc, Jean disant à notre Seigneur J.C., “Maitre, nous avons vu un homme qui n’est point votre Disciple, et qui chassai les démons en votre nom, et nous l’avons empêché.” Jésus leur répondit: “Ne l’empêchez pas; car celui qui fait des miracles en mon nom ne dira point de mal de moi; et celui qui ne vous est pas contraire est pour vous.”

On vit donc paraitre en Portugal un coquin appelé Sahavedra, qui pour chasser de ce Royaume le démon de l’hérésie, employa des moyens si étranges et si inouïs, que je douterais de ce que j’écris, si je ne le savais pas de science certaine, et que l’ai peine à comprendre comment l’adresse et la fourberie d’un homme a pu aller si loin. Qui croira en effet qu’un fourbe ait osé former et exécuter le projet de tromper des Rois, des Princes, le souverain Pontife lui-même et des milliers d’hommes?

Ce n’est cependant pas une fable; nous ne raconterons  que ce que nous avons lu dans un ouvrage écrit de la propre main de Sahavedra, et qui est déposé dans la Bibliothèque de Saint Laurent à l’Escurial.

Sahavedra naquit à Cordoue d’une famille honnête. Il s’instruisit de bonne heure dans l’art de contrefaire l’écriture et de faire des faux seings. Un des premiers fruits qu’il retira de son adresse fut de se mettre en possession d’une Commanderie de l’Ordre de Saint Jacques de trois mille ducats par an, en vertu de la signature contrefaite du Roi; il la posséda pendant dix-sept ans. Il tira aussi à diverses fois des sommes considérables des Receveurs des deniers royaux.

L’an 1539 il vint dans l’Andalousie; là il fit connaissance avec un homme instruit et d’un esprit très-délié; celui-ci, après quelques conversations, dit à Sahavedra qu’il avait un bref du Pape qui l’autorisait à établir une Maison religieuse en Portugal; mais que cette pièce, quoique sellée de l’Anneau du Pêcheur lui était inutile, parce qu’on n’y avait point fait mention d’un sien Compagnon qui devait entrer dans cette affaire. Sahavedra lui dit qu’il était fort exercé et fort adroit à contrefaire toutes sortes d’écritures et qu’il le tirerait de l’embarras où il le voyait. Alors il prit le Bref et le contrefit sur le champ avec tant d'’dresse, que cet homme et son Compagnon en furent infiniment satisfaits.

Sahavedra les voyant enchantés de ce premier essai, leur confia le grand projet qu’il avait formé d’établir l’Inquisition en Portugal et la résolution où il était d’employer à cela tous ses soins et tous ces travaux. Il ajouta qu’il ne manquerait pas d’argent, et ce qu’il y avait de plus important qu’il avait des modèles d’écriture et de signature de toutes les personnes dont l’intervention était nécessaire pour cet établissement, et qu’il était sûr de les contrefaire si bien que ces personnes elles-mêmes s’y tromperaient.

Peut-être, reprit l’autre enhardi par cette ouverture, peut-être que dans le monde entier vous ne trouveriez  personne qui pût vous être aussi utile que moi pour l’exécution de votre projet. Il nous faut un Cardinal Légat a latere, muni par le Souverain Pontife des pouvoirs les plus amples, et des lettres du Pape et de l’Empereur au Roi Jean, contenant des sollicitations pressantes pour l’établissement de l’Inquisition dans ses Etats. Je vous dicterai la forme que nous devons donner à la Bulle du souverain Pontife, et je vous aiderai pour le reste.

Ces gens étant d’accord, on transcrivit la Bulle prétendue, et on fit faire les cachets et autres choses dont on avait besoin pour la réussite de l’entreprise. Mais pou s’assurer si la Bulle et les autres papiers étaient bien faits, Sahavedra s’adressa à un Provincial de l’Ordre de Saint François; il lui dit qu’à quelque distance  de la Ville il avait trouvé ces parchemins, et qu’il soupçonnait des gens qu’il avait rencontrés et qui couraient la poste sur le chemin de Badajoz, de les avoir perdus; que si c’était des choses qui leur fussent de quelque utilité, il les suivrait pour les leur rendre, dut-il lui en coûter jusqu’à cinquante ducats. Le Provincial, après avoir lu tout avec attention, lui dit que ces papiers étaient de la plus grande importance, qu’il fallait monter sur le champ à cheval, a fin que as négligence ne fit pas manquer une affaire dont le succès intéressait le bien de la religion, que c’était une Bulle pour l’établissement de l’Inquisition en Portugal, établissement que les Souverains Pontifes, tous les Princes Chrétiens, et surtout les Rois de Castille avaient désiré avec la plus grande ardeur, et auquel les Rois de Portugal s’étaient toujours refusés; qu’il croyait que ces gens qu’il avait rencontrés sur le chemin étaient le Cardinal-Légat et as suite, qu’apparemment ce Cardinal n’était pas vieux parce qu’il allait si bon train, et que probablement il allait à Badajoz et s’y arrêterait pour former as maison et disposer son entrée en Portugal.

Sahavedra voyant par les réponses du Provincial que ses papiers étaient en règle, se transporte à Séville avec les deux fripons dont nous avons parlé plus haut, et dont l’un prend le titre de Majordome, et autre celui de Secrétaire de Son Eminence. On fait ensuite la Maison de M. le Légat formée de cent vingt-six domestiques.

A un jour convenu, Sahavedra étant sorti de la Ville, tout son train en partit pour aller, disait-on , au devant du Cardinal qui arriva de nuit à douze milles de Séville; le Majordome et le Secrétaire le reçurent avec les plus grandes démonstrations de respect et de soumission. Le lendemain il fit son entrée dans la Ville, y fut reçu avec beaucoup d’honneur par le Clergé et par le Peuple, et logé dans le Palais de l’Archevêque; il y demeura vingt jours, et pendant ce temps il tira treize mille ducats des héritiers d’un riche Seigneur du pays, en produisant une obligation contrefaite de pareille somme que ce Seigneur reconnaissait avoir emprunté  du Légat pensant son séjour à Rome; et les Exécuteurs-Testamentaires refusant de payer, il les y contraignit par les Censures Ecclésiastiques, et partit pour Badajoz. Chemin faisant, et passant par Lerena où il y avait une espèce d’Inquisition anciennement établie, il emmena avec lui trois Ecclésiastiques qui présidaient à ce Tribunal, à dessein de les employer dans les Inquisitions qu’il allait former.

Le prétendu Légat arrivé à Badajoz, adressa au Roi Jean les lettres de l’Empereur et du Pape qu’il avait fabriquées. Le Prince reçut assez mal le Secrétaire, qui retourna effrayé vers son Cardinal et l’exhorta à abandonner son projet. Sahavedra, après avoir repris fortement son Secrétaire de sa trop grande timidité, le renvoya au Roi sur le champ, en le chargeant de déclarer à ce Prince que si on ne lui donnait pas une réponse favorable il allait repartir tout de suite pour Rome; le Roi demanda 20 jours. Sahavedra voyant que cet espace de temps ne suffisait pas pour qu’on  pût envoyer à Rome et en recevoir une réponse, accorda ce délai.

Enfin le Roi trompé par tant d’artifices, envoya au prétendu Légat un des Grands de la Cour pour le recevoir, et lui laissa tout pouvoir pour l’établissement des Tribunaux du Saint-Office dans ses Etats. Sahavedra vint à la Cour où il fut reçu du Prince avec beaucoup de bonté. Il y passa trois mois, après quoi il employa trois autres mois à former et à établir des Tribunaux de l’Inquisition dans les principales Villes du Royaume.

Ces Tribunaux commencèrent tout de suite à exercer leur Juridiction, et il se fit un grand nombre de condamnations et d’exécutions d’hérétiques relaps, et des absolutions d’hérétiques pénitents.

Six mois s’étaient ainsi passés, lorsqu’on reconnut la vérité de ce mot de l’Evangile: il n’y a rien de caché qui ne se découvre. Le Marquis de Villeneuve de Barcarotta, Seigneur Espagnol, (qui avait été trompé ou volé par Sahavedra, comme beaucoup d’autres, et qui avait probablement découvert la fraude du prétendu Légat,) engagea le Gouverneur de Mora à le seconder dans le projet qu’il avait formé d’enlever le fourbe. Pour cet effet le Gouverneur de Mora invita le Légat à un grand festin à as maison de campagne, et le Marquis ayant aposté sur le chemin cinquante hommes bien armés, se saisit de Sahavedra, et lui ayant fait passer la rivière que sépare la Castille et le Portugal, le conduisit à Madrid où le Roi était.

On le fit comparaitre par-devant Jean de Tavera, Archevêque de Tolède, Précepteur du Prince et grand Inquisiteur. Ce Prélat étonné de tout ce qu’il apprit de la fourberie et de l’adresse du faux Légat, envoya toutes les pièces du Procès au Pape Paul III, aussi bien que les actes des Inquisitions que Sahavedra avait établies, et par lesquelles il paraissait qu’on avait condamné et jugé déjà un grand nombre d’hérétiques.

Le Pape ne put s’empêcher de reconnaître  dans tout cela le doigt de Dieu et un miracle de sa Providence, et il écrivit au grand Inquisiteur de ne pas juger cet homme selon toute la rigueur des Lois, parce qu’il serait bien aise de le voir.

Le Criminel ayant été mis dans les prisons de Madrid, on répéta contre lui plus de trois cents mille ducats qu’il avait extorqués par de fausses signatures. Il fut transféré dans les Prisons  du Saint-Office, et condamné à dix ans de galères, à quoi le Conseil Royal ajouta une défense d’écrire quoique ce soit sous peine de la vie. Après qu’il eut demeuré plusieurs années aux galères, le Pape Paul IV, touché de compassion, lui fit rendre la liberté, et il vint se présenter au Roi qui avait désiré de le voir.

Telle est l’origine de l’Inquisition de Portugal qui s’est conservée depuis ce temps-là dans le Royaume sue le même pied que dans la Castille : elle a un Inquisiteur général et des Inquisiteurs particuliers, et dans la réunion heureuse qui s’est faite du Portugal à la Couronne d’Espagne sous notre glorieux Monarque Philippe II, tout est demeuré dans le même état qu’auparavant. A Paramo de origin. Offic. S. Inquis. lib. 2, tit. 2, cap. 15 (a)

  

(a)   L’origine que donne Paramo à l’établissement fixe des Tribunaux de l’Inquisition en Portugal, est reconnue et avouée par tous les autres Auteurs qui ont traité de la même matière, entr’autres par Illiescas, Salasar, Mendoça, Fernandès, Placentinus, etc. Un seul Auteur, Antoine de Sousa dans les Aphorismes des Inquisiteurs, révoque en doute la narration qu’on vient de lire ; mais les raisons sont bien faibles contre tant d’autorités opposées. Son principal argument est que Sahavedra, qu’on prétend avoir écrit ainsi son Histoire, a fort bien pu s’accuser lui-même, sans être coupable, en considération de la grande gloire qui devait lui en revenir, et dans l’espérance de vivre dans la mémoire des hommes, en s’attribuant un Ouvrage aussi admirable que l’établissement de l’Inquisition : cette raison ne mérite pas d’être réfutée. D’ailleurs Sousa dans le récit qu’il substitue à celui de Paramo, se rend suspect lui-même. De mauvaise foi, il cite deux Bulles du Pape Paul III au Roi Jean III, et deux autres du même Pontife au Cardinal Henry, frère du Roi : mais on lui oppose avec raison, que ces Bulles ne se trouvent dans aucune des collections des Bulles Apostoliques, et lui-même ne les a pas fait imprimer dans son Ouvrage. Deux raisons décisives de rejeter son opinion et de s’en tenir à celle qui est appuyée par la commune opinion.

Comme l’Ouvrage de Louis à Paramo, d’où nous avons tiré l’anecdote qu’on vient de lire, est rare et rempli de choses assez étranges, nous ferons peut-être plaisir à nos Lecteurs, en leur donnant une légère idée.

 

 

From: A History of the Inquisition of Spain by Henry Charles Lea, online here

In this year 1540 occurred the curious episode of the False Nuncio, Juan Pérez de Saavedra, a skilful forger and impostor, who presented himself with forged papal briefs, lived in great state in Lisbon for three months, and traversed the land for three more, collecting large sums, after the manner of nuncios. The Spanish Inquisition got upon his track; he was decoyed to the border, seized on Portuguese soil, January 23, 1541, and conveyed to Madrid. For this daring imposition he paid with nineteen years of galleys. He assumed the credit of introducing the Inquisition in Portugal, and this secondary imposture had currency nearly to our own times.--Llorente, Hist. crít, Cap. xvi, Art. iii,n. 1-21.--Páramo, pp. 227-32.--Illescas, Hist. Pontifical, Lib. vi, cap. iv.-- Ant. de Sousa, Aphorismi Inquisit.; De Origine Inquisit. § 6.--Feyjoo, Theatre crítico, T. VI, Disc. iii.--Hernández, Verdadera Origen de la Inquisicion de Portugal (Madrid, 1789).

Salazar de Mendoza (Chronica de el Cardenal Don Juan de Tavera, pp. 119-21) puts Saavedra's gains at 300,000 ducats and states that Paul III released him from the galleys by a special brief.

 

De: Aphorismi Inquisitorum in quatuor libros distributi. Cum vera historia de origine S. Inquisitionis Lusitanae, et quaestione de testibus singularibus in causis Fidei. MAGNAE MATRI VIRGINI Sanctisssimae de Rosario dicati.

 

Autore P. Fr. Antonio de Sousa Ulissiponensi Ordinis Predicatorum, sacrae Theologiae Magistro, Regi set Supremi S. Inquisitionis Tribunalis Consiliario.

Anno 1630.

 

Superiorium permissu. Apud Petrum Craesbeeck. Ulissiponis..

 

 

 

De: Verdadero Origen del Tribunal del Santo Oficio de la Inquisición en los Reynos de Portugal contra LA FABULOSA HISTORIA de su falso Nuncio:

 

Escrito en Latín en el año de 1628 por el M.R.P. Fr. Antonio de Sousa, del Orden de Predicadores, Maestro de Sagrada Teologia e Consejero en el de la Suprema y General Inquisición de dicho Reyno.

 

Traducido y añadido con varias Notas y un Discurso por el Dr. D. Josef Marcos Hernandez, Abogado de los Reales Consejos, e del Colegio de esta Corte.

 

Con licencia en Madrid, en la Oficina AZNAR. Año 1789.

 

Este texto online, aqui

15 Ex his quæ hactenus dicta sunt, atque ex Apostolicis Bullis, quorum exemplaria in Regiis archivis, et item in sanctæ Inquisitionis scriniis asservantur, ex libris etiam particularium Inquisitionum huius Regni, manifeste colligitur falsum esse, quod supra relati authores referunt, nempe Sahavedram sacrum Inquisitionis Tribunal in Lusitania istituisse, vel saltem institutionis eius causam existisse. Patet enim prius Apostolicum Breve pro eius institutione anno Domini 1531. secundum vero anno 1536. editum fuisse; cum tamen Sahavedra, sicut præsati authores asserunt, tribus post annis, videlicet, anno 1539. extiterit, quod à Paramo, qui idem scribit, advertendum erat.

 

16 Alia repugnantia et falsitas in dictis Parami invenitur. Asserit enim Sahavedram incepisse adulterare chirographos Regis Philippi secondi, quibus commendam Ordinis Sancto Jacobi obtinuit, retinuique annos septendecima cum igitur Philippus secundus regnare cæperit ab anno 1555. quo tempore Carolus V. eius pater Regno cessit, ut tradit Illescas in hist. Pontif. tom. 2, sec. 6, c. 231 § 1 constat ex traditis à Paramo, Sahavedram adhuc esse Commendatarium Sancti Jacobi anno 1572 ad minus. Qua ergo ratione Paramus concordabit Sahavedram occasionem dedisse fundandæ Inquisitione Lusitanæ anno 1539 (quia ex eius dictis hoc facere non potuit, nisi post annum 1572.) cum hac manifesta veritate, quod omnes Inquisitiones tam in Lusitania, quam in India Orientali iam fundatæ erant eo modo, et forma, quibus nunc procedunt? Quomodo stabit Sahavedram falsificasse literas Philippi Regis, cum eo tempore nondum Regni clavum arripuerat? imo tempore Philippi Sahavedra in triremibus  cactus detinebatur? Vide falsitatem, vide repugnantiam.

 

17 Ex eodem quoque temporis computo falsum esse constat Cardinalem Taveira, cum in Regnis Hispanie Inquisitor Generalis esset, Regi Joannis III, persuasisse, ut sacrum Inquisitionis Tribunal in eadem forma, quæ in Castellae Regnis observabatur, instituendum in Lusitania curaret. Patet enim præsatum Cardinalem eodem anno 1539. Generalem Hispaniæ Inquisitorem creatum esse, quo tempore iam in Lusitania sacrum hoc Tribunal in eadem forma erectum erat. Nam extat epistola Serenissimi Cardinalis Henrici 12. Julii ann. 1541, ad Illustrissimum Cardinalem Taveira, petentem remissionem reorum ex Inquisitione Lusitana iam constituta ad Inquisitionem Hispanam, ac ex Hispana ad Lusitanam. Non igitur ex suasionibus dicti Cardinalis fundata est nostra Inquisitio.

 

18 Constat tertio falsum esse id, quod Paramus scribit, nempe Lusitaniæ Reges noluisse, quod in suis Regnis sacrum Tribunal institueretur, cum luce clarius pateat illos iam anno Domini 1521. eius institutionem summopere curasse. Quod ex epistola præsati Regis Joannis III. cuius supra meminimus, et ex aliis multis epistolis, et scriptis a me ex archivis Regiis transumptis, satis apertum est.

 

19 Accedit quia factum hoc in nulla memoria Regni huius invenitur, sive in scriptura, sive in traditione hominum, cum multos illius temporis noverimus, qui tamen de hac re nusquam fuerunt loquuti; nec factum talis esset naturæ, ut facile oblivioni traderetur. Tandem, ut interim alia omittam, credibile non est, fraudulentum hominem cum authoritate Cardinalis, ac Nuntii a latere missi ad Inquisitionem instituendam in hoc Regno per sex menses commorati absa; eo quod cognosceretur. Nam eo tempore erant in curia Romana Oratores Regis Joannis III. super negotiis ad Inquisitionem spectantibus. Quos debuit Rex præmonere de adventu talis Nuncii, et ipsi de veritate eum certiorem facere, cum ad hæc sex mensium tempus suppeteret; quod nequaquam contigit.

 

20 Quamvis in nostra relectione de censuris Bullæ Cœnæ c. 14 disp. 76 n. 7 in confirmatione secundæ concl. casum Sahavedræ adduxerimus, id solummodo gratia exempli fecimus, non tamen approbando tanquam verum ; ut patet ex verbis ibi positis : sicut in nostro Lusitaniæ Regno contigisse fertur : exemplorum enim non requiritur veritas. Et hinc est quod S. Thomas docet exempla non habere authoritatem : ut videri potest I. p.q.48 art. I ad 1.9.67. art. 2.I.2.9.59.art. 2.ad 1 et alias sæpe : nam Aristoteles in Logica utitur exemplis secundum opiniones aliorum. Similiter et Apostolus fecit, qui prædicans in Areopago, Actor, c. 17, sic ait : Sicut et quidam vestrorum Poetarum dixerunt : ipsius enim et genus sumus. Genus ergo cum simus Dei, etc. Authoritas scriptorum, quos in contrario citavimus, lectorem movere non debet, quamvis alias satis commendanda sit, eo quod nullus illorum rem hanc accurate tractaverit,et fere omnes Paramum, ipse unum Sahavedram latronem, falsarium, fallatiosum, et infamem sequantur. cuius authoritati succumbit. Oblatrare igitur adversarii Lusitani nominis hostes possunt, mordere autem non possunt.

De todo lo dicho hasta aquí, y de las Bulas Apostólicas, cuyos ejemplares se guardan en los Reales Archivos, y en los Secretos de la Santa Inquisición, y también de los Libros de las Inquisiciones particulares de este Reyno, se colige claramente, que es falso lo que refieren los Autores expresados arriba, á saber, que Saavedra instituyó en Portugal el Santo Tribunal de la Inquisición, ó que á lo menos fue causa de su institución. Porque consta, que el primer Breve Apostólico para su erección fue expedido en el año 1531, y el segundo en el de 1536; y el caso de Saavedra, como aseguran los referidos Autores, fue tres años después, esto es, en el de 1539, que es lo que habia de haber advertido Páramo, que escribe lo mismo.

 

 

 

Otra repugnancia y falsedad se halla en la relacion de Páramo. Afirma que Saavedra empezó á falsificar las firmas del Rey Don Felipe II; con las que obtuvo una Encomienda del Orden de Santiago, y que la retuvo diez y siete años. Y como Don Felipe II empezase á reynar en el año de 1555, en que su Padre Carlos V cedió el Reyno, (según refiere Illescas en la historia Pontifical, tom. 2, lib. 6. cap. 231. § 1.) resulta de lo que dice Páramo, que Saavedra aún era Comendador de Santiago en el año de 1572 á lo menos. Pues ¿ con qué razon concordará Páramo, que Saavedra dio ocasión de fundar la Inquisición de Portugal en el año de 1539 (porque por su misma relacion no pudo hacer esto después del año 1572) con esta manifiesta verdad, que todas las Inquisiciones, tanto en Portugal, como en la India Oriental, ya estaban fundadas en el modo y forma que ahora están? Y ¿ como subsistirá el que Saavedra falsificó letras del Rey Don Felipe II, quando en aquel tiempo no habia tomado el gobierno del Reyno, y antes bien en tiempo de Felipe II ya estaba Saavedra en Galeras? Véase aquí la falsedad y repugnancia.

 

 

Del mismo cómputo de tiempo consta tambien, ser falso que el Cardenal Tavera, siendo Inquisidor General en los Reynos de España, persuadió al Rey D. Juan III, que procuráse establecer en Portugal el Santo Tribunal de la Inquisición en la misma forma que se observaba en los Reynos de Castilla. Pues consta que el citado Cardenal en el mismo año de 1539, fue creado Inquisidor General de España 1 , en cuyo tiempo ya estaba establecido en Portugal este Santo Tribunal en la misma forma. Y existe la carta del Serenísimo Cardenal Don Enrique, de 12 de Julio de 1541, al Ilustrísimo Cardenal Tavera, pidiendo la remision de los reos de la Inquisición de Portugal, ya establecida, á la de España, y los de ésta á la de Portugal. Luego no á persuasión de dicho Cardenal se fundó nuestra Inquisición.

 

 

 

Consta, en tercer lugar, ser falso lo que Páramo escribe, a saber, que los Reyes de Portugal no querian que en sus Reynos se estableciese el Santo Tribunal; quando está mas claro que la luz, que en el año 1521 ya habian pretendido con todo esfuerzo su institución; lo qual resulta bien manifiesto de la carta del referido Rey Don Juan III, mencionada arriba, y de otras muchas cartas y escritos, que he copiado de los Archivos Reales.

 

 

 

A esto se agrega, que este hecho no se halla en memoria alguna de este Reyno, ni por escritura, ni por tradición de hombres, quando hemos conocido muchos de aquel tiempo, los quales nunca hablaran cosa alguna de este asunto; ni el hecho es de tal naturaleza, que fácilmente se olvidáse.

Finalmente, para omitir otras pruebas, no es creíble, que un hombre fraudulento, con autoridad de Cardenal y Nuncio á Latere, enviado para establecer la Inquisición en este Reyno, estuviese en él por espacio de seis meses, sin ser conocido. Porque en aquel tiempo habia en la Curia Romana Oradores del Rey Don Juan III sobre los negocios de la Inquisición; á quienes debió el Rey avisar la llegada del tal Nuncio, y ellos hacerle sabedor de la verdad; para lo qual era muy sobrante el tiempo de seis meses; y ni uno, ni otro sucedió.

 

 

 

Aunque en mi releccion de Censuris Bullæ Cænæ, cap. 14, disp. 76, n. 7 en confirmación de la segunda conclusión, propuse el caso de Saavedra, lo hice solamente para ejemplo, no aprobandolo como verdadero: como se ve claramente en las palabras allí puestas,  sicut in nostro Lusitana Regno contigisse fertur; porque para ejemplos no se requiere verdad. Y de esto se sigue lo que enseña Santo Tomás, que los ejemplos no tienen autoridad; como se puede ver en la I. part. quæst. 48 art.I ad I. q. 67. art. I ad 2. I. 2. q. 59 art. 2 ad I etc. y Aristóteles en la lógica usa de ejemplos, según las opiniones de otros. Lo mismo hizo también el Apóstol, que predicando en el Areopago, Actor. c. 17. dice así: Sicut et quidam vestrorum Poetarum dicerunt: ipsius enim et genus sumus: Genus ergo cum simus Dei, etc.

La autoridad de los Autores, que hemos citado, no debe mover al lector; porque ninguno trató con cuidado el asunto, y casi todos siguen a Páramo, y este à un Saavedra, ladron, falsario, embustero y enfame, á cuya autoridad se adhiere. Pueden, pues, los enemigos del nombre portugués ladrar; pero no morder 2.

 

 

1 Por Paulo III, en Bula de 7 de Septiembre.

2 Estas últimas palabras, con que concluyó su obra el P. Sousa, juntas con las que dixo al principio, á saber, que el ódio y la malicia procuraban obscurecer y borrar el gran zelo de los Reyes de Portugal, manifestan un grande sentimiento, no solo contra los mencionados Autores, porque anunciaron en sus escritos como verdadera la Historia del Falso Nuncio de Portugal, sino tambien contra el Autor de ella y contra todos los Castellanos, tratandolos de enemigos del nombre Portugués. Así lo entendió el P. Sousa, y en este concepto creo que han estado, y estan aún los Portugueses, pero á mi parecer se engañan no poco. La Nación Española es muy amante de la Portuguesa. Habitan ambas en una misma peninsula, y en lo antiguose comprendían baxo el nombre general España. Y aunque los Romanos distinguieron y poseyeron aquella parte con el de Lusitania, sin embargo una y otra han sido dominadas várias veces por unos mismos Reyes. Entonces generalmente todos eramos Españoles. Siempre han estado entre si enlazadas sus familias, especialmente las Reales. En España hay muchas casas, cuyo origen viene de Portugal, y al contrario. Y en fin, no seria difícil de hacer aquí un largo discurso lleno de testimonios, del aprecio y elogios que siempre han hecho los Españoles de los Portugueses. Y asi estoy firmemente persuadido, que la enemistad y ódio que dicen estos les tienen los Castellanos, es puramente imaginario, y que se alguno hay realmente, es el que nace de este errado concepto en los Portugueses contra los Castellanos. Aun entre pueblos vecinos suele reynar cierta especie de emulación que los hace mal avenidos, y esta se imagina mas fuerte entre confinantes sujetos a distintas Coronas.

Pero sea lo que fuere de esto, no déxo de conocer, que el escritor de la fabulosa historia del Falso Nuncio hizo muy mal en atribuir impiedad á los Reyes de Portugal. Injuria grande, de que justamente se quexa el P. Sousa, y que es también trascendental à nuestros Reyes de Castilla: porque cabalmente el Rey Don Juan III de Portugal, de quien habla, estaba casado con la Serenissima Infanta de España Doña Catalina, hija de Felipe I, el Hermoso, y de la Reyna Doña Juana. Y el Emperador Carlos V. hijo de estos, casó en primeras nupcias con la Infanta de Portugal Doña Isabel, hija del Rey Don Manuel, de duyo matrimonio nació el Señor Don Felipe II. Este casó tambien en primeras nupcias con la Infanta Doña Maria, hija del mismo Don Juan III, y el Principe Don Juan, hijo de este, casó con la Infanta Doña Juana, hija del Emperador Carlos V, de cuyo matrimonio nació el Rey Don Sebastian. Pero yo nunca creeré que el inventor, ni el escritor de la fábula, ni los Autores citados al principio por el P. Sousa, se dexasen llevar del ódio y malicia que éste supone: por tanto se hace preciso vindicarlos, y esto se hará en el discurso siguiente. Pero antes vamos al caso que arriba de dexó para este lugar.