14-4-2009
Edda Ciano Mussolini e o amante comunista
Marcello Sorgi, Edda Ciano e il comunista – L’inconfessabile passione della figlia del Duce, Rizzoli, Milano, aprile 2009, ISBN 978-88-17-03053-3
Acaba de ser publicado em Itália este simpático livro, que se lê de um fôlego. É um conto de fadas quase contemporâneo, que narra o estranho romance entre uma fascista e um comunista, ambos convictos, mas que, por algum tempo, viveram uma paixão que as realidades da vida não deixaram prosseguir.
O autor, Marcello Sorgi, nascido em 1955, é jornalista prestigiado em Itália, onde foi director da “Stampa”, do Tele Jornal 1 da RAI, e anteriormente do Noticiário da Radio RAI. Foi ele que conseguiu autorização do filho do protagonista para consultar o arquivo da família e assim revelar este episódio que estava esquecido há 60 anos.
A personagem feminina é Edda Ciano, filha de Mussolini, nascida em 1910, que teve uma vida acidentada. A família era de classe pobre ou apenas remediada. Só transitou para a burguesia bem instalada, quando o pai chegou ao poder como Primeiro Ministro em 1922. Edda era a filha predilecta, muito embora ela e o pai fossem incompatíveis de feitios. Este fez-lhe um casamento em grande com Galeazzo Ciano (1903 – 1944), que, após um breve período como diplomata, entrou para o Governo, primeiro como Ministro da Imprensa e da Propaganda e depois como Ministro dos Negócios Estrangeiros. Edda e Galeazzo tiveram três filhos, Fabrizio, Raimonda e Marzio.
Edda participava na vida política, embora o negasse após a guerra. Era filo-germânica como seu pai, ao passo que seu marido defendia os aliados e mostrou-se sempre contrário à entrada da Itália na guerra ao lado da Alemanha.
O casamento foi infeliz pelas inúmeras e sucessivas infidelidades de Galeazzo. Edda queixou-se ao pai, que lhe respondeu: “Una donna italiana fascista deve saper portare le corna”! Depois desistiu, e passou ela a ter também os seus amantes.
Mussolini foi demitido do Governo e substituído por Badoglio no Grande Conselho de 25 de Julho de 1943, onde o próprio genro votou contra ele. Mussolini foi preso; Edda, o marido e os filhos fugiram para a Alemanha. Edda pediu ajuda de Hitler que lhe prometeu ajudá-la a fugir para Espanha. Mas, pouco depois, o marido foi mandado para Itália, onde, no chamado processo de Verona, foi condenado à morte, tendo sido fuzilado a 11-1-1944. De nada valeram os pedidos de clemência dele e de Edda, que, na altura, sofreu mesmo a rejeição de seu pai (dirigia então a chamada República de Saló) e de sua mãe.
Edda caiu em depressão, tendo chegado a estar internada num manicómio na Suiça. Pior ficou quando soube do fuzilamento do pai em 28 de Abril de 1945. Acabou entretanto a guerra, Edda foi expulsa da Suiça e reentrou em Itália e foi condenada a dois anos de degredo na ilha de Lipari, para onde partiu, exausta, em 29 de Agosto de 1945. Pesava 42 quilos.
Lipari é uma das ilhas do arquipélago da Eólicas na Sicília, que são, de Norte para Sul: Stromboli [1], Basiluzzo, Panarea, Salina [2], Lipari, Vulcano, e mais a leste, Alicudi e Filicudi. Hoje são um destino turístico muito procurado por italianos e estrangeiros. O próprio autor do livro, Marcello Sorgi, tem ou tinha ali uma casa de férias quando começou a investigar o livro.
Personagem masculino da história é Leonida Bongiorno, que regressou a Lipari por volta de Junho de 1945, depois de bastantes anos de vida militar e de guerra na Grécia e em França (escreveu mesmo cinco livros de memórias). Nascera em Lipari em 1911, sendo filho de Eduardu Bongiorno, proprietário, leader socialista clandestino, que tocava trombone na banda local, a qual também dirigia. Em 1929, enviara o filho para a Universidade de Bolonha, onde este se formou em economia e aprendeu francês e inglês.
Terminada a guerra, Leonida Bongiorno tornou-se o leader do partido comunista local, partido dirigido então por Palmiro Togliatti.
Edda já estava na ilha há um mês quando conheceu Leonida, que lhe foi apresentado por uma amiga dela, Maria Giuffrè. Rapidamente se apaixonaram. O pai de Leonida, Don Eduardu, tinha uma pequena casa chamada “du Timparozzo” para onde ela foi viver, baptizando-a de “petite malmaison” [3]. Leonida arranjou-lhe mesmo uma empregada para as limpezas e lides da casa.
Apesar das diferenças de classe (ou nem tanto, dada a origem proletária de Edda), estavam muito apaixonados um pelo outro. Ela chamava-o “baiardo” [4] ou Lecret [5], ele chamava-a Ellenica (era apaixonado pela Olisseia, de Homero). Por causa das indiscrições, escreviam-se também em francês ou inglês.
Em Junho de 1946, nos termos de uma amnistia do Governo, Edda Ciano ficou livre. A saudade dos filhos era muito grande e tinha de partir. Aquele grande amor acabou por não ter futuro: ele não queria abandonar a ilha e ela não queria, ou não podia estabelecer-se ali.
Ainda se encontraram mais tarde, mas ele, entretanto, ficou noivo de uma filha da terra, com quem casou e de quem teve um filho, Edoardo, como o Avô. A este deixou um arquivo cuidadíssimo, com os originais, cópias e traduções dactilografadas de cartas, fotos, etc.
Em 1970, Leonida lembrou-se de construir um monumento à sua amada de um quarto de século atrás (foto anexa). Esculpiu na pedra os versos 55-68 do canto XII da Odisseia, onde Circe indica a Ulisses os dois caminhos impossíveis para o regresso a Ítaca:
αὐτὰρ ἐπὴν δὴ τάς γε παρὲξ ἐλάσωσιν ἑται̂ροι, ἔνθα τοι οὐκέτ' ἔπειτα διηνεκέως ἀγορεύσω, ὁπποτέρη δή τοι ὁδὸς ἔσσεται, ἀλλὰ καὶ αὐτὸς θυμῳ̂ βουλεύειν: ἐρέω δέ τοι ἀμφοτέρωθεν. ἔνθεν μὲν γὰρ πέτραι ἐπηρεφέες, προτὶ δ' αὐτὰς κυ̂μα μέγα ῥοχθει̂ κυανώπιδος ̓Αμφιτρίτης: Πλαγκτὰς δή τοι τάς γε θεοὶ μάκαρες καλέουσι. τῃ̂ μέν τ' οὐδὲ ποτητὰ παρέρχεται οὐδὲ πέλειαι τρήρωνες, ταί τ' ἀμβροσίην Διὶ πατρὶ φέρουσιν, ἀλλά τε καὶ τω̂ν αἰὲν ἀφαιρει̂ται λὶς πέτρη: ἀλλ' ἄλλην ἐνίησι πατὴρ ἐναρίθμιον εἰ̂ναι. τῃ̂ δ' οὔ πώ τις νηυ̂ς φύγεν ἀνδρω̂ν, ἥ τις ἵκηται, ἀλλά θ' ὁμου̂ πίνακάς τε νεω̂ν καὶ σώματα φωτω̂ν κύμαθ' ἁλὸς φορέουσι πυρός τ' ὀλοοι̂ο θύελλαι.
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Depois que os companheiros tiverem remado para longe delas, já não te passarei a contar de modo contínuo como será a direcção do teu caminho, mas tu próprio terás de decidir: mas eu te direi as alternativas. Há de um lado rochas ameaçadoras e contra elas bate o estrondo das grandes ondas da azul Anfitrite. Planctas é como lhes chamam os deuses bem-aventurados. Por ali nem passam criaturas aladas, nem mesmo as tímidas pombas, que a ambrósia levam a Zeus pai: uma delas arrebata sempre a pedra lisa. O Pai envia depois outra para manter o seu número. Por ali nunca passou nau alguma de homens que depois voltasse, Mas juntamente com as tábuas das naus são corpos humanos levados pelas ondas do mar e pelas procelas de fogo destruidor.
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Edda faleceu em 8 de Abril de 1995 e Leonida teria já falecido anteriormente, mas Sorgi não refere a data.
NOTAS:
[1] Ilha vulcânica, onde Roberto Rossellini rodou o filme “Stromboli, terra di Dio” (1950), com Ingrid Bergman, que substituiu Anna Magnani, a protagonista que estava escolhida para o filme. Esta, rejeitada, promoveu a rodagem de outro filme semelhante, “Vulcano” (1950), em que participou.
[2] Esta ilha ficou célebre por ali ter sido rodado o filme “O carteiro”(1994), de Michael Radford.
[3] "Malmaison" é o nome da casa que Napoleão deu a Joséphine de Beauharnais, depois do divórcio, sita em Rueil (França).
[4] Baiardo é o cavalo de Rinaldo, cantado nos poemas de Ludovico Ariosto – Orlando Furioso. O cavalo seria dotado de muito vigor e inteligência.
[5] Nome de um General do Exército Libertador de Cuba, em 1898. Parece mais correcto e mais usado o nome José Lacret Morlot (1848-1904). Mas nalguns casos, aparece Lecret, como, por exemplo, no nome da estampa do pintor William Glackens “General Lecret and Colonel Figuretti inspecting Cuban Recruits at Cuban Headquarters”.
[6] Tradução de Frederico Lourenço, em Odisseia, 5.ª ed., Livros Cotovia, Lisboa, 2005, 399 pags. ISBN 972-795-060-4
LA STAMPA.it
1/10/2008
Edda Ciano e l'amante comunista
La travolgente passione per Leonida ex partigiano e capo del Pci di Lipari
MARCELLO SORGI
Edda Ciano amò un comunista. Nel ‘45, nel primo inverno dopo la fine della
guerra, a soli sette mesi dall’uccisione del padre, Benito Mussolini, e a
ventitre dall’esecuzione del marito, Galeazzo Ciano, conobbe a Lipari, dov’era
stata inviata al confino, Leonida Buongiorno, ufficiale durante la guerra nel
Primo Battaglione Alpini «Ceva» e partigiano nella Resistenza in Francia, sotto
il falso nome di Paul Zanettì. Lo vide per la prima volta a novembre, alto,
forte, il volto saraceno di certi siciliani arabi, mentre cercava di trattenere
un gruppo di paesani che si erano ribellati al vescovo. E in una delle sue prime
sere tristissime, solitarie, deprimenti, nell’isola, se ne innamorò.
A Lipari la figlia del Duce era arrivata alla fine di un viaggio interminabile e
umiliante a novembre del ‘45. Espulsa dalla Svizzera, dove aveva trovato riparo,
dichiarata ospite non desiderata, era stata consegnata, alla frontiera, alle
truppe alleate, che con un carrarmato l’avevano portata a Milano e di lì, con un
aereo militare americano, a Catania, da dove poi una corvetta militare l’aveva
tradotta alle Eolie. La nuova legge speciale approvata all’indomani della
Liberazione prevedeva che questo fosse il destino riservato alle persone che
avevano «tenuto una condotta ispirata ai metodi e al malcostume del fascismo».
Ma nel rapporto di polizia che aveva accompagnato Edda al confino, complice
forse la retorica e l’esaltazione del momento, figurava un’accusa ben peggiore:
l’avere, lei, provocato l’ingresso in guerra dell’Italia, vincendo le resistenze
del padre ed avvalendosi del forte ascendente che esercitava su di lui.
«Mio caro amico e fidanzato», «caro e unico comunista», «caro Baiardo» (dal nome
del cavallo del paladino Rinaldo), così Edda, nelle sue lettere e nei
bigliettini che faceva consegnare tramite persone fidate, si rivolgeva a
Leonida, che, più timido, le rispondeva con «Gentile amica» o «Cara Contessa».
Buongiorno non era solo il capo del Pci eoliano rinato dopo la fine della
dittatura, ma anche l’esponente di una famiglia antifascista che era entrata
nella storia. Suo padre, Edoardo, musicista, primo trombone cantabile della
banda del paese, si era sempre rifiutato platealmente di accompagnare le note di
«Giovinezza giovinezza». Ed era il socialista, in contatto con le organizzazioni
clandestine, che aveva fornito le carte navali e preparato la sera del 27 luglio
1929 la fuga dei fratelli Rosselli da Lipari a Tunisi e poi a Parigi, finita con
il loro assassinio. Così uno strano caso voleva che il figlio del liberatore dei
due martiri del fascismo incontrasse molti anni dopo la vedova del gerarca che
li aveva voluti morti.
«Caro amico, se i vostri impegni politici e i vostri svaghi della domenica ve ne
daranno la possibilità, vorrete essere così cortese da venire a farmi una
visitina? Sul tardi. Nel pomeriggio. Dio mi guardi dal monopolizzare il vostro
tempo. Ma ho della malinconia. Del buon vecchio umor nero e desidererei udire
delle storie fantastiche, tenere, allegre e buffe». Edda scriveva così,
firmandosi «Ellenica», con il soprannome che lui le aveva dato, e Leonida la
raggiungeva nella casa del padre, assente spesso perché in giro per i suoi
concerti, dove lei era andata a vivere. Le prime volte, magari per stupirlo o
per farsi desiderare, si faceva trovare coricata, coperta appena dal velo della
zanzariera, e lui si sedeva lì, ai piedi del letto, e cominciava a raccontare.
Parlavano e si scrivevano in francese e in inglese (forse per difendersi dalla
curiosità dei «postini»), avevano alle spalle due storie avventurose e due mondi
opposti. Edda, che amava leggere, non accettava che Leonida, uomo colto,
preferisse la cultura orale e recitasse a memoria brani interi dell’Odissea.
«Forse bisognerebbe leggere solo poesia amorosa», gli scrisse una volta. Di
tanto in tanto andavano a fare un bagno nella spiaggia del Lazzaretto, fuori dal
porto di Pignataro, o nella vicina isola di Vulcano. Lui le teneva l’asciugamano
quando lei si cambiava il costume.
Li dividevano, da una parte, la disillusione di lei per la sua storia finita in
rovina, per gli inganni e i sotterfugi della politica, per le promesse mancate e
i tradimenti subiti. E dall’altra il sogno comunista dell’«uomo nuovo» a cui lui
invece aveva affidato tutte le sue speranze. Li vedevano passeggiare, al
tramonto, sulla piazza della Civita, la parte più alta dell’isola tra il
Municipio e il Castello. E con la buona stagione e le prime notti tiepide di
Lipari, riscaldate solo dalla luce avara della luna e delle stelle, restavano
fino a tardi sulla piccola terrazza della casetta sulla salita di San Bartolo,
che lei presto chiamò «la petit mal maison». A Pasqua ‘46, pochi mesi dopo il
primo appuntamento, la passione e l’intensità dei loro incontri intimi erano
ormai di dominio pubblico. «Che ne pensate del nostro idillio? - scrive Edda -
si sarà visto e sentito tutto!».
Condannata a due anni di confino, Edda Ciano ottiene la libertà dopo soli nove
mesi. Ci riesce grazie a un memoriale, scritto nelle lunghe giornate liparote,
per convincere le autorità della eccessiva durezza delle accuse che le venivano
contestate. E con un argomento, che è possibile Leonida le abbia suggerito.
Nella sua autodifesa, infatti, Edda spiega che il suo coinvolgimento nelle
vicende del regime era avvenuto solo per ragioni familiari. Poi dà una sintetica
ricostruzione dei suoi rapporti con i vertici tedeschi: «Nel giugno del 1936 \
in casa della signora Goebbels conobbi il Führer. Gita sul lago, amabilità ecc.
Conobbi via via Goering, Ribbentrop, Frank, Himmler, il Kromprinz. Pranzi,
colazioni e le solite cose», come del resto era avvenuto a Londra con
Chamberlain e McDonald. Incontri, concluderà Edda, assolutamente informali.
«Come moglie del Ministro degli Esteri non potevo che seguire le direttive che
mi venivano date e che erano esclusivamente mondane, seguendo il precetto sempre
trovato esatto che molto si ottiene dopo un buon pranzo, ottimi vini, bella casa
e piacevole compagnia».
Né le lettere, né il memoriale, dicono se l’argomento della «mondanità», così
futile, eppure così efficace, nel provocare il ripensamento delle autorità sulla
durata del confino, sia stato condiviso o discusso con Leonida. Ma è intuibile,
perché il modo in cui la contessa si descrive tutte le altre volte che parla di
sé è ben lontano dal semplice bozzetto della padrona di casa addetta alle
occasioni «mondane», e non in grado di essere messa a parte di questioni più
serie.
Fatto sta che Edda lascia Lipari nell’estate del ‘46 e la sua storia d'amore con
Leonida conosce lo strazio della lontananza, della nostalgia, della gelosia.
«Spero che voi siate infelice e soffriate a causa di Ellenica», scrive appena
arrivata a Roma, tra un resoconto delle prime difficoltà da affrontare e del
rischio di dover nuovamente lasciare l’Italia. E ancora: «Mio carissimo e unico
comunista, vi amo assai. Adoro le vostre effusioni in inglese». E in un’altra
lettera del 31 agosto ‘46: «Sono rammollita dal caldo. Sogno ad occhi aperti la
calma delle notti di Lipari, dell’acqua blu, delle incantevoli sciocchezze che
una voce a volte dolce e profonda mi sussurrava nell’orecchio». E a settembre: «Chéri,
darling, è piacevole alzarsi al mattino e ascoltare parole di amore che vengono
da lontano». E qualche giorno dopo: «Adorabile allievo di sieur Palmiro: non
trovate che nei confronti dell’amore la politica non ha alcun fascino?». E in
una busta con allegata una poesia di Byron: «La tempesta dei vostri telegrammi è
deliziosa».
Ci sono almeno due ritorni a Lipari di «Ellenica», memorabili, romantici,
silenziosi, con lo sciabordio delle onde sulla riva a fare da sottofondo. E poi
un terribile addio sulla banchina del piroscafo a Palermo. C’è la scoperta che
Leonida ha una fidanzata, come dire, più tradizionale, sull’isola. La crisi di
gelosia. Un gesto sconsiderato come la decisione, di Edda, di tagliarsi i
capelli a zero e inviare le foto della testa pelata a Lipari. L’accorrere
preoccupato di Leonida al Nord, per un breve viaggio. Poi il silenzio. Un’ultima
lettera di Edda per smentire il suo fidanzamento, di cui parlano i giornali, con
il conte Pietro Capuano, il gioielliere noto come Chanteclair, «o' gallo
francese», a Capri. Leonida non risponde. E passeranno altri dieci anni prima di
poter rivedersi, ormai stanchi, sull’isola.
LA STAMPA.it
27/3/2009
“Mio carissimo comunista, vi amo assai”
Così Edda Ciano sedusse l'allievo di Sieur Palmiro
FRANCESCO LA LICATA
Una storia d’amore. Un’incredibile storia d’amore tenuta segreta per decenni,
sigillata dentro un pacco di ricordi, appunti e lettere nascosti nell’armadio
della casa, la Petite Malmaison di contrada Timparozzo di Lipari, che fu teatro
dell’incontro impossibile e tormentato fra Edda Ciano, la figlia del Duce, e il
capopopolo comunista di Lipari, Leonida Buongiorno, ufficiale degli Alpini e
partigiano della Resistenza in Francia. Quella trama struggente, restituita dal
filo della corrispondenza amorosa dei due personaggi, oggi diventa storia viva
nel racconto (Edda Ciano e il Comunista. L’inconfessabile passione della figlia
del Duce, Rizzoli, da oggi in libreria) che Marcello Sorgi è riuscito a mettere
insieme soprattutto grazie alla certosina ostinazione che gli ha consentito di
strappare all’oblio e alla pudica riservatezza dell’erede di Leonida quegli
straordinari documenti.
Contrariamente a quel che si può pensare, non fu la diversità politica e
ideologica dei protagonisti a spezzare un filo sentimentale annodato in un luogo
magico e nutrito di tutte le accortezze e i vezzi di cui sono capaci due normali
innamorati. Sorgi prova a interpretarla, quella «sconfitta»: l’esplosione
iniziale che vede Leonida soggiogato dal fascino di Ellenica (trasfigurazione
mitologica dell’amata Edda), «puntuta», civettuola e forse «divertita» per
l’insolita liaison col comunista. Fino all’esaurimento della linfa amorosa,
forse prosciugata dall’incertezza dell’uomo siculo, attratto dall’avventura,
anche intellettuale, con l’amante così diversa da lui ma anche timoroso di
perdere le proprie certezze e un futuro familiare assolutamente «normale» con
una donna «normale».
Edda Ciano giunge a Lipari a novembre del ‘45 sulla scia della legge speciale
che destinava al confino chi aveva tenuto «una condotta ispirata ai metodi e al
malcostume del fascismo». Una legge che non poteva, quindi, risparmiare la
figlia del Duce, moglie dell’ex ministro degli Esteri fascista, Galeazzo Ciano.
L’incontro con Leonida è un’esplosione sotto la luce «accecante» del sole di
Lipari. La famiglia di Leonida, figlio del socialista primo trombone
dell’orchestra isolana, offre riparo alla donna già segnata dalla doppia
tragedia della perdita del padre e del marito, giustiziato dai repubblichini
ventitré mesi prima. La terrazza della Petite Malmaison diventa la palestra
degli incontri, del corteggiamento. Passavano le notti sul terrazzo e lui le
recitava i versi dell’Odissea, alla luce delle stelle. In quella terrazza, i
loro corpi si sarebbero incontrati. Nove mesi durerà l’«idillio» fatto di
carezze audaci, lunghe passeggiate, poesie urlate al mare, dialoghi in francese
e in inglese. Poi Ellenica ottiene la libertà e, nel 1946, lascia Lipari, non
senza il tormento del distacco amoroso e delle inevitabili «conseguenze»: lo
strazio della lontananza, della nostalgia e della gelosia. La storia, vissuta da
lontano, assume contorni inediti per Leonida che - stando alle risposte di
Ellenica - appare completamente preso, geloso per la mondanità a Capri e per la
frequentazione di Edda col gioielliere napoletano Chanteclair. Ma anche per lei:
«Mio carissimo e unico comunista, vi amo assai. Adoro le vostre effusioni in
inglese». E ancora: «Adorabile allievo di sieur Palmiro: non trovate che nei
confronti dell’amore la politica non ha alcun fascino?».
Cambia il rapporto, seppure tra Ellenica e Leonida ci saranno almeno altri due
incontri a Lipari e un misterioso viaggio al Nord, fortemente voluto da lei ma
interrotto per le sopravvenute paure dell’uomo, pian piano scivolato verso la
scelta di un matrimonio tranquillo. Scelta aspramente contestata da Ellenica
che, quasi per troncare uno stillicidio insopportabile fatto di lunghi silenzi
epistolari, chiuderà drastica: «Siate felice». E adesso è lei a pagare il prezzo
più alto: innamorata di un Leonida che non c’è più. Disperata, fino al punto di
rasarsi a zero: «Non c’è più un capello sulla mia testa e sono identica a mio
padre».
Eppure Ellenica avrà da Leonida un ultimo, sbalorditivo sussulto. A sessant’anni
compiuti si incontreranno ancora a Lipari e lui, Baiardo (uno dei nomi con cui
Edda lo chiamava), la porterà a vedere il muro sul quale aveva fatto incidere i
versi dell’Odissea che, venticinque anni prima, recitava sulla terrazza della
Petite Malmaison. Dodicesimo canto, laddove Circe «nel tentativo disperato di
tenerlo vicino a sé indica a Ulisse due rotte impossibili per far ritorno ad
Itaca». «Nella sua mente - azzarda Sorgi - i versi scolpiti sul muro dovevano
sicuramente simboleggiare un ricordo poetico e una sintesi folgorante della loro
storia. Ma appunto, se nella metafora Circe era Ellenica, e se Ulisse era
Baiardo, e soprattutto se ogni rotta appariva senza scampo, si può capire perché
quel giorno, nel suo cuore di soldato, prudenza, saggezza, o alla fine paura,
avessero avuto il sopravvento».
Ma una donna a pancia scoperta in quegli anni a Lipari non s’era mai vista, anzi
non s’era mai visto un costume a due pezzi. La sola idea che una donna potesse
fare il bagno men che vestita era proprio impensabile. Toccò a Leonida ed Edda
rompere anche questa convenzione.
LIBERO
29-3-2009
A chi la figlia del duce? Al partigiano Leonida
Miska Ruggeri
L’incanto stellato delle Eolie, le serate immobili, il profumo di gelsomino nell’aria, le acque blu e le spiagge nere di Vulcano, i pomeriggi di iancura, quando cielo e mare si confondono in una foschia lattiginosa che induce all’abbandono... Impossibile non innamorarsi. Al di là di ogni logica e di ogni differenza. Anche se lei è Edda Ciano, la figlia di Benito Mussolini, ancora «ostentatamente fascista», costretta al confino a Lipari per complicità con il fascismo a cinque mesi dallo scempio di Piazzale Loreto e a ventuno dalla messa a morte del marito Galeazzo, e lui Leonida Bongiorno, ex partigiano e capo del Pci locale.
La storia a Marina Corta la conoscevano tutti, persino il Corriere della Sera del 26 giugno 1946 aveva osato scrivere che Edda «non ha disdegnato l’assidua compagnia di un aitante giovane del luogo, il sig. Leonida Bongiorno, esponente di un partito politico, il quale ha avuto per lei tutte le cure più assidue». Epperò era notizia troppo complicata e delicata da approfondire. Magari non sarebbe neppure stata creduta: il Male assoluto e il Bene assoluto (c’è chi lo pensa adesso, figuriamoci con le tragedie belliche ancora bollenti...) teneramente fidanzati, accoccolati in terrazza fino all’alba, travolti dalla passione...
Fine dell’oblìo
Così è rimasta sepolta nel silenzio, custodita dal riserbo e dalla diffidenza isolani, finché a strapparla dall’oblio di un vecchio armadio non è arrivato il palermitano Marcello Sorgi. L’ex direttore del Tg1 e della Stampa, con l’aiuto del Centro Studi Eoliani e del figlio di Leonida, Edoardo, oggi proprietario di un hotel, ha avuto accesso alle lettere inviate da Edda all’amante (anche in francese e inglese), al diario di questi, ai messaggi cifrati dei due innamorati ecc., e ha utilizzato il tutto per ricostruirla con sapienza narrativa in Edda Ciano e il comunista. L’inconfessabile passione della figlia del Duce (Rizzoli, pp. 148, euro 18, in libreria dal 1° aprile).
Edda a Lipari, già colonia penale durante il fascismo per un migliaio di oppositori del regime, da Ferruccio Parri a Emilio Lussu, ci era arrivata dalla Svizzera nel settembre del 1945, quasi da prigioniera, certo da «sorvegliata speciale numero 1». Era stata lasciata «in un tugurio lurido, e senza mezzi». Sola, privata dei tre figli, spaventata all’idea di dover rispondere di colpe terribili (aver ispirato la politica estera italiana e l’alleanza con la Germania, aver intrattenuto stretti rapporti con i leader nazisti e, addirittura, aver spinto il Duce alla guerra) e di dover così pagare tutte le colpe del fascismo, era depressa e malata, ridotta a pesare 42 chili, camminava curva sulle spalle appoggiandosi al braccio di un’amica. Era chiaro che aveva bisogno di aiuto. E dell’affetto di un uomo.
Anche Leonida, figlio di don Eduardu Bongiorno, capomusica della banda municipale di Lipari, socialista con Mussolini e poi così antifascista da essersi sempre rifiutato di suonare col suo trombone “Giovinezza” e da aver aiutato la fuga in motoscafo di Carlo Rosselli, Emilio Lussu e Fausto Nitti nel 1929, era ritornato da poco sull’isola. Tenente degli alpini in Grecia e Francia, quindi orgoglioso partigiano comunista ed ex prigioniero dei tedeschi, era colto (laureato in Economia a Bologna, conoscitore di greco e latino) e romantico. Un fidanzato perfetto.
L’inevitabile incontro, una domenica d’ottobre, davanti alla chiesa. La gente è in rivolta contro il vescovo, reclama farina per il pane. A sedare la manifestazione ecco un uomo alto e possente, una sorta di pirata saraceno in veste di capopopolo comunista. Edda lo nota e chiede che le venga presentato. Gli sguardi s’intrecciano. «Mi apparve subito come una rondine ferita dalle ali infrante», ricorderà lui. È l’inizio di un amore disperato.
Il corteggiamento
La contessa lo corteggia subito, per stuzzicarlo lo chiama “Baiardo” (come il cavallo di Rinaldo) o “Lecret” (come il generale liberatore di Cuba nel 1898), e gli chiede di poter stare nella sua «casetta moresca» del Timparozzo che le ha «preso il cuore» e che ribattezzerà “Petite Malmaison” (come il castello regalato da Napoleone a Joséphine de Beauharnais dopo il divorzio). Il loro nido. Nelle lettere spesso lo provoca: «Mio adorabile allievo di sieur Palmiro»; «Continuate a essere comunista? Davvero?»...
Lui, un po’ in soggezione dinanzi a quella donna misteriosa, le dà il nome di Ellenica, le racconta epici episodi di guerra, leggende e miti delle Eolie, le declama a voce alta l’Odissea, che conosce a memoria. Soprattutto, la ragguaglia sul suo passato sentimentale, sulle sue tre storie d’amore degne di essere ricordate. Edda ricambia le confidenze, ricorda i tradimenti di Galeazzo, l’indifferenza del Duce («Una donna italiana fascista deve saper portare le corna»), e anche i suoi.
Presto l’amicizia, complici le gite in barca, i versi di Byron, la sbocciante primavera eoliana, senza però sottovalutare i succinti costumi da bagno della rifiorita e abbronzata 35enne, si trasforma. E poco prima della Pasqua 1946 i baci diventano più audaci, le carezze spinte, gli incontri bollenti. A Vulcanello il 16 marzo Baiardo la disegna nuda, dritta su una piccola roccia in mezzo al mare; un ritratto destinato, dopo il rientro a Roma, a una parete del bagno personale di Ellenica. Ormai il soldato conquistatore è cotto a puntino. Una sera le confessa: «Voi per me potreste essere la donna ideale!». Ma viene gelato: «È possibile che io lo sia per tutti gli uomini che si sono innamorati di me?».
In realtà Edda ha altri pensieri, vuole riabbracciare i figli, cerca una soluzione per ottenere il riesame del suo caso. E così, probabilmente insieme, scrivono un memoriale difensivo, tutto incentrato sugli «obblighi mondani» che avevano portato la figlia del Duce e la moglie del ministro degli Esteri in luoghi e situazioni decisivi per il destino dell’Italia.
Il 25 giugno 1946, grazie però soltanto all’amnistia firmata da Togliatti, arriva la revoca del confino. Edda è libera e se ne va. Ma non è la fine. Si continuano a scrivere, tra gelosie e colpi di testa (lei si raperà a zero per protesta contro la nuova fidanzata, e futura moglie, di Leonida, Angela Cusolito, soprannominata “Chevelue” per i capelli ricci, e gli manderà una ciocca con un messaggio: «È tutto ciò che resta d’una razza che s’è spenta. Qualcosa di simile all’ultimo dei Moicani»), si incontrano di nuovo a Lipari per tre settimane, fanno un viaggio clandestino al Nord... Epperò lui non avrebbe mai lasciato la sua isola, lei non sarebbe mai andata a vivere laggiù... Del loro amore resta un muro, scolpito nel 1971, a pochi metri dal ristorante “Filippino”, con i versi del canto XII dell’Odissea, in cui Circe indica a Ulisse due rotte impossibili per tornare a Itaca...
Corriere della Sera
27-3-2009
Dino Messina
«Conobbi Ellenica una sera.
Al termine di una violenta dimostrazione per le vie del paese, in cui avevo
potuto calmare gli animi con poche e semplici parole. Mi apparve come una
rondine ferita dalle ali infrante». Lei, invece, rimase affascinata da tanta
forza e bellezza, in cuor suo lo chiamò subito Baiardo, il focoso cavallo
dell’Orlando furioso e dopo qualche giorno gli scrisse: «Caro amico, se i vostri
impegni politici e i vostri svaghi della domenica ve ne danno la possibilità,
vorrete essere così cortese di venirmi a fare una visitina?».
Non è un romanzo, ma una storia d’amore vera, una passione struggente tra due
persone che non ti saresti mai aspettato di vedere insieme: Edda Ciano
(Ellenica), figlia del Duce al confino nell’isola di Lipari dal settembre 1945
al giugno dell’anno successivo, e Leonida Bongiorno (nel lessico della
corrispondenza amorosa, Baiardo, o Lecret dal nome del generale che combatté per
la liberazione di Cuba nel 1898), capo dei comunisti liparoti, figlio
dell’antifascista Eduardu, che ricalcando le carte nautiche ottenute da un amico
aveva reso possibile nel 1929 la fuga degli antifascisti Carlo Rosselli, Emilio
Lussu e Fausto Nitti. Il padre di Leonida-Baiardo era uno di quegli uomini tutto
d’un pezzo, primo trombone nella banda del paese che riponeva lo strumento
quando bisognava intonare «Giovinezza». Un socialista da sempre che teneva a un
suo orgoglio anticonformista: quando gli americani gli chiesero di fare i nomi
dei fascisti locali per vendicarsi, lui declinò l’invito. La soddisfazione se
l’era presa da solo, tenendo la schiena dritta. Così il figlio, laureato in
economia a Bologna, arruolato come tenente degli alpini, una rarità per un
isolano, partigiano in Francia con il nome falso di Paul Zanetti dopo essere
fuggito dalla prigionia dei nazisti. Un uomo intelligente ed energico che non
aveva esitato a prendersi cura della «rondine dalle ali infrante», anche se era
la figlia del Duce.
A raccontarci questa storia, dopo una tenace ricerca dei documenti — le lettere di Edda, il memoriale e i commenti di Leonida — è Marcello Sorgi, ex direttore della Stampa, nel libro "Edda Ciano e il comunista. L’inconfessabile passione della figlia del Duce" (in uscita da Rizzoli il 1° aprile, pagine 150, euro 18). Sorgi aveva anticipato la notizia sulle pagine culturali del quotidiano torinese il 1° ottobre dell’anno scorso. Il racconto si basava sulla lettura delle trascrizioni delle lettere, a volte in francese o in inglese, che, come in un romanzo di Alexandre Dumas, erano sepolte in un vecchio armadio nella casa di Edoardo, il figlio di Leonida, assieme a ciocche di capelli, biglietti, fotografie, annotazioni. Un materiale che Sorgi ha potuto esaminare per primo e ha elaborato in un racconto romantico e avvincente pur rispettando la verità fattuale. L’autore si è avvalso a tal fine della consulenza storica di Giovanni Sabbatucci.
I primi contatti fra Edda e Leonida
sono interessati ma cauti. Lei, dopo essere stata scaricata in una stamberga nel
centro dell’isola dal commissario Polito, lo stesso che aveva preso in consegna
Benito Mussolini dopo il 25 luglio 1943, chiede al nuovo amico se può andare ad
abitare nella casa di famiglia del Timparozzo, ribattezzata da Edda la «Petite
Malmaison», secondo il nome che Josephine de Beauharnais aveva dato alla sua
dimora dopo essere stata abbandonata da Napoleone. Leonida, con l’approvazione
del padre, acconsente, e una notte di primavera, sulla terrazza di quella casa
incantevole, avviene l’incontro d’amore. Lui la prende appoggiato al muro
accarezzandole le gambe, secondo Edda la parte più bella del suo corpo di
trentacinquenne. Il coetaneo Leonida-Baiardo si innamora, Edda-Ellenica sulle
prime non si lascia andare: Ellenica partecipa al gioco erotico, scandalizza
tutti esibendo sulle spiagge di Lipari e Vulcano un audace due pezzi, ma Edda è
guardinga, ancora ferita dalla tragedia famigliare. Quando lui si dichiara, «voi
per me potreste essere la donna ideale», quasi lo irride: «È possibile che io lo
sia per tutti gli uomini?». Lui la ama e la teme, si sente un Ulisse con la sua
Circe e le recita a memoria il passo dell’Odissea in cui la maga indica all’eroe
omerico due rotte impossibili per far ritorno a Itaca. Lei gli risponde con i
versi di Byron: «When we two parted...», «quando noi ci dividemmo, in silenzio e
lacrime, i nostri cuori si spaccarono a metà». La passione cresce e con l’amore
la confidenza. Edda, al confino con l’accusa di aver spinto il padre a entrare
in guerra, scrive un memoriale, probabilmente aiutata da Leonida, negando ogni
responsabilità pubblica: «Nel partito non ebbi mai nessun incarico... Come
moglie del ministro degli Esteri non potevo che seguire le direttive che mi
venivano date». Più che per questo memoriale, ma grazie all’amnistia Togliatti,
a fine giugno 1946, arriva la comunicazione della libertà anticipata. In una
cronaca maliziosa, un corrispondente del Corriere della Sera scrive che
«l’elegante signora» pare poco interessata a lasciare l’isola, anche perché «non
ha disdegnato l’assidua compagnia di un aitante giovane del luogo, il sig.
Leonida Bongiorno».
Edda, in realtà, ha interesse a ritornare a Roma, per riabbracciare i figli. Con
sé porterà un ricordo: il suo ritratto nudo eseguito a matita dal bel Leonida.
Comincia così la seconda parte della corrispondenza: lei lo vezzeggia, «caro
amico e fidanzato», «Baiardo mi manca molto», abbandona i toni ironici degli
inizi quando lo chiamava «adorabile allievo di sieur Palmiro». Ma aumentano i
silenzi di Leonida, che intanto ha incontrato Angela, la futura moglie, detta la
«Chevelue» per via della folta chioma. Ellenica e Baiardo si rivedono, il primo
incontro in un hotel di Messina dove lei si presenta con una carta d’identità
falsa. Poi il nuovo distacco. E la sempre più appassionata e dolorosa
corrispondenza. Edda si lascia andare a confidenze: «Perché è toccato a me
scegliere tra le due persone più care?», alludendo al marito giustiziato e al
padre cui non aveva perdonato di non essere intervenuto. Alla fine il grido:
«Venite dunque con me. Non abbandonate questa felicità che gli Dei vi offrono».
Siamo alla fine. Le risposte di Leonida si faranno sempre più rare, sposerà
Angela.
«Ellenica» e «Baiardo» si ritroveranno sessantenni nel 1971, ancora a Lipari, davanti a una parete su cui lui aveva fatto incidere i versi omerici con le parole di Circe: «Tu da solo col tuo cuore consigliati: io ti dirò le due rotte». La passione non si era mai spenta.
15 Aprile 2009
"Edda Ciano e il comunista"
Marcello Sorgi, , Rizzoli 2009, pagg. 150, ISBN 978-88-17-03053-3
Roma, anni Trenta. Potente e prepotente, inquieta, chiacchierata, adoratrice
della dea della mondanità, Edda Ciano è la "contessa dei Parioli".
Spregiudicata, stravagante, di non inespugnabile virtù, ama il gin, il poker, le
sigarette forti, gli uomini più giovani, gli abiti audaci, i romanzi americani e
le opere di De Chirico. Appartiene alla razza cui la quotidianità riserva solo
scosse di piacere. La sua vita è una sfida alle regole, un divertissement, un
romanzo. Il suo copione sembra scritto dal dio della fortuna. Poi, inevitabile,
scatta il contrappasso: gli dei malevoli si vendicano e la sua lunga, elegante
vacanza precipita in tragedia nelle cupe atmosfere del fascismo morente.
Salò, 1944. La ribelle dorata dei quartieri alti si trasforma in ribelle
autentica, dalla maschera tragica. Donna "contro", orgogliosa ma sfinita dalla
vita, lotta con tutte le sue forze per salvare Galeazzo. Implora, minaccia,
gioca la carta dei Diari, maledice il padre tanto amato, piange tutte le sue
lacrime. Invano. Ferita, furiosa, disperata, si rivela una donna vera,
protagonista e vittima della Storia. Gli altri muoiono, lei sopravvive ma è una
donna senza sorriso. Ha amato il marito Galeazzo, a modo suo, e glielo hanno
portato via. Ha amato il padre Benito con tutta se stessa e lui l'ha tradita. Ha
tanto amato e la vita l'ha portata a odiare: tragico capriccio del destino, che,
impietoso, le ha chiesto il conto.
Lipari, settembre 1945. Edda è al confino. La "sorvegliata speciale numero 1",
come ama definirsi, è malata, depressa, chiusa nella solitudine. A 35 anni
sembra una donna finita. Non sarà così. Dal mazzo del cangiante destino esce un
jolly: Leonida Bongiorno, partigiano comunista. Fra la figlia del duce, la "fascistissima"
Edda, e un uomo che orgogliosamente esibisce la tessera del Pci nasce una grande
passione, un amore disperato. Lui è bello, alto, forte, colto, romantico, lei ha
il fascino dell'inquietudine, la seduzione del mistero, l'appeal della dea
pagana che fu. Si incontrano, si corteggiano, si amano. Baci dati e negati,
fughe repentine, capricci di monella, parole sussurrate, poesie dedicate,
sguardi persi nel vuoto, momenti di passionalità intensa, lettere, gelosia.
Edda lascia l'isola, ritorna, la lascia ancora. Il loro è amore vero, ma i
percorsi sono diversi. Il vissuto schiaccia l'avventura fra "Ellenica" e "Baiardo".
Il futuro di Leonida è a Lipari, con una donna della sua terra, quello di Edda,
breve stella marina, è a Roma, a Capri, a Cortina, ovunque la porti il suo
mondo. Una storia un po' folle, appassionata ma forse pirandellianamente confusa
nell'ambiguità fra il teatro e la vita, sfuma così in un'amicizia. Dolce,
malinconica, appesa a un raggio di sole, fino al tramonto.
Marcello Sorgi ha ricostruito con partecipazione e finezza una storia rimasta
confinata per sessant'anni a Lipari. Ha raccolto testimonianze, lettere,
fotografie e ha raccontato un amore. Pieno, pulito, incantato, capace di
bruciare ogni convenzione. Un amore vissuto nel rumore del mare, nella luce
prepotente di Lipari e morto come un sogno all'alba. Secondo copione, per una
donna portata dal vento. "Quando noi ci dividemmo _ scrive Byron _ i nostri
cuori si spaccarono a metà".
LINKS
1.ªs 6 páginas do livro
http://eolie.sciadiulisse.it/wp-content/uploads/2009/03/edda-ciano-prologo.pdf
Lipari Isole Eolie - Un grande uomo, di nome e di fatto: Leonida Bongiorno
http://misentoeoliano.myblog.it
ENTREVISTA A MARCELLO SORGI,
por Clara Raimondi
http://eolie.sciadiulisse.it/marcello-sorgi/