12-7-2004
Rupert Brooke
(1887-1915)
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INDEX of the Poems:
The Old Vicarage, Granchester
The Soldier
Mamua, when our laughter ends, |
TIARE TAHITI
Mamua, quando nossa risada cessar, E nossos corações e corpos, marrom e branco, Virarem pó na porta de nossos amigos, Ou fragrância soprando pela noite, Então, oh! então, os sábios concordam, Vem a imortalidade. Mamua, lá uma terra nos espera Difícil de entender. Além do tempo, além do sol, Tudo é uma coisa só no Paraíso, Você e Pupure são um, E Tau, e os canhestros sábios... Lá estão os Eternos, e os Bons, os Encantadores e os Verdadeiros, E Modelos, cujas cópias terrenas eram As bobagens que conhecíamos; Lá está a Face, cujos fantasmas somos nós; O real, a Estrela que nunca se põe; E a Flor, das quais adoramos as sombras Fracas e desvanecidas aqui; Nunca uma lágrima, apenas Tristeza; Dança, mas não membros que se movem; Músicas na Música desaparecerão; Ao invés de amantes, haverá Amor; Para os corações, Imutabilidade; E lá, no Recife ideal, Troveja o Mar Eterno!
E minha risada, e minha dor, Irão morar no Cérebro Eterno. E todas as coisas encantadoras, dizem, Encontram-se no Encanto de novo; A risada de Miri, os pés de Teipo, E as mãos de Matua, Estrelas e a luz do sol lá se encontrarão, As cores dos Corais e do arco-íris, E as tranças de Teura; E o branco estrelado de Tiare, E os pássaros brancos no escuro desfiladeiro, E as brilhantes chamas à noite, E jóias, e o verde-escuro da noite, E alvoradas de pérola e ouro e vermelho, encontrarão, Mamua, sua cabeça muito mais encantadora! E não haverá mais quem sonhe Debaixo das samambaias, com a frágil matéria Olhos de ilusão, boca que parece Sempre entrelaçada no amor humano. E você não vai mais dançar e se agitar Divinamente na sombra cheirosa, Onde os pés no Movimento desaparecem, E luas se perdem no Dia interminável. Como vamos fazer estas nossas guirlandas Onde não há cabeças nem flores? Oh, o Céu é o Céu! - mas vamos sentir falta Das palmeiras e da luz do sol, e o sul; E acabam, eu acho, os beijos, Quando nossas bocas forem uma Boca . . .
'Tau here', Mamua, Coroe seu cabelo, e venha! Ouça o chamado da lua, E as fragrâncias sussurrantes que vagam perdidas, Pela quente, preguiçosa lagoa. Vamos rápido, de mãos - humanas - dadas, Pelo caminho escuro e florido, Pela brancura da areia, E no carinho suave da água, Banhar a mente de bobagens, Mamua, até amanhecer. Passar o luar cintilante lá, Procurando no fundo silencioso Braços e pernas brilhantes e cabelos escuros, Ou flutuando preguiçosamente, quase dormindo. Mergulhar e brincar na água, Emaranhar-se em flores, e beijar e chamar, Com lábios que desaparecem, e risada humana E rostos individuais, Este lado do Paraíso ! . . . Não há muito consolo nos sábios.
Papeete, fevereiro de 1914
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All suddenly the wind comes soft, |
MÁGOA DE PRIMAVERA
De
repente o vento surge suave, |
If I should die, think only this of me: That there's some corner of a foreign field
That is for ever England. There shall be
In that rich earth a richer dust concealed;
A dust whom England bore, shaped, made aware,
Gave once her flowers to love, her ways to roam;
A body of England's, breathing English air,
Washed by the rivers, blest by suns of home.
And think, this heart, all evil shed away,
A pulse in the eternal mind, no less
Gives somewhere back the thoughts by England given;
Her sights and sounds; dreams happy as her day;
And laughter, learnt of friends; and gentleness,
In hearts at peace, under an English heaven.
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O SOLDADO Se eu acaso morrer, de mim pensai somente: há um recanto, lá numa terra estrangeira, que há de ser a Inglaterra, eterna, eternamente. Nessa terra tão rica, - escondida, uma poeira mais rica existirá, que a Inglaterra fez, e modelou, e a que deu alma, e a que, uma vez, deu flores para amar, caminhos onde errar, um corpo da Inglaterra, aspirando o ar inglês, que os rios banham e abençoa a luz solar. De todo mal despido, este meu coração, que no espírito eterno agora é pulsação, restitui à Inglaterra, enfim, os pensamentos que ela lhe deu: suas paisagens e seus sons, sonhos felizes como o esplendor do seu dia; e o riso que a amizade ensina, e a palidez, nos corações em paz, por sob um céu inglês.
(1915) Tradução de ABGAR RENAULT |
These hearts were woven of human joys and cares, Washed marvellously with sorrow, swift to mirth. The years had given them kindness. Dawn was theirs, And sunset, and the colours of the earth. These had seen movement, and heard music; known Slumber and waking; loved; gone proudly friended; Felt the quick stir of wonder; sat alone; Touched flowers and furs and cheeks. All this is ended.
There are waters blown by changing winds to laughter And lit by the rich skies, all day. And after, Frost, with a gesture, stays the waves that dance And wandering loveliness. He leaves a white Unbroken glory, a gathered radiance, A width, a shining peace, under the night.
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OS MORTOS De humanas alegrias e cuidados foram tecidos estes corações. Prontos para o prazer, foram lavados pela tristeza prodigiosamente. O tempo deu-lhes bondade. O poente foi seu, e a aurora, e as cores que há na terra
Ouviram música, e aventuras viram; o sono conheceram, e a vigília; amaram; orgulhosos se partiram, cercados de amizades, e sentiram a repentina comoção do espanto; sentados, muita vez a sós ficaram; tocaram flores, faces e peliças, e todas essas coisas se acabaram. Águas há que se riem, assopradas pelos ventos mudáveis e que são pelo céu vivo, ao dia, iluminadas. Depois, com um gesto, a geada faz parar ondas que dançam e a beleza a errar, e deixa um resplendor alvo e contínuo, um brilho recolhido, uma amplidão, uma paz luminosa sob a noite.
(1914) Tradução de ABGAR RENAULT |
Now, God be thanked Who has matched us with His
hour,
Oh! we, who have known shame, we have found
release there, |
Adesso, sia ringraziato Dio che ci ha misurati con la Sua ora,
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Cafe des Westens, Berlin, May 1912)
... would I were
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