10-8-2007

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O REINO DO CONGO

 

A Conquista – conversão ao cristianismo

 

 

Foi em fins de 1482 ou princípios de 1483 que Diogo Cão chegou com a sua armada à enorme foz do Rio Zaire, a que primeiro chamou Rio do Padrão, por ali ter colocado um de pedra, assinalando a chegada dos portugueses. Não tinha intérprete para compreender os naturais, mas conseguiu perceber que lhe diziam ser senhor daqueles povos um rei muito poderoso, que tinha a sua corte a muitos dias de caminho dali, para o interior do país. Por isso, enviou alguns mensageiros a saudarem tal rei, e ficou à espera deles na povoação chamada Mpinda.  Passados alguns meses, vendo que eles não regressavam, decidiu regressar a Portugal, mas trouxe consigo quatro pretos, com a intenção de lhes ensinar português e outras matérias da civilização europeia, a fim de servirem de intermediários numa segunda viagem.

Diogo Cão regressou em 1485 ao Congo, trazendo os homens que havia levado e que vinham satisfeitos do tratamento que haviam recebido em Portugal. Desta vez subiu a foz do Rio Zaire até onde lhe foi possível: ficou detido nos rápidos de Yelala, na foz do Rio Mpozo e aí os seus homens gravaram nas pedras de granito a seguinte inscrição, que se mantém até hoje:

Aqy chegaram os na

vios do esclaricydo

Rey dom Joan ho se

gº de Portugall: Dº Caão

Pº Ãns Pº da Costa

 

Assinam: Álvaro Peres, Pedro Escobar, João de Santiago, Gonçalo Álvares, Diogo Ribeiro, João Alves, Antão.

Uma comitiva dirigiu-se então a Mbanza Congo (capital do Congo), dali distante cerca de 180 Km., comitiva que não sabemos se incluía ou não Diogo Cão. Tiveram uma óptima recepção. O rei destacou um grupo de nobres para acompanharem os portugueses a fim de serem educados em Portugal e instruídos e baptizados na fé cristã. Os portugueses receberam de presente grande quantidade de marfim e de manilhas de cobre, que era o que de mais valioso por ali havia.

As viagens de Diogo Cão causaram muito júbilo e satisfação em Lisboa. Cumpriam a missão de dilatar a Fé e o Império, tal como fora determinado nas bulas do Papa, endereçadas a Portugal. Certamente havia também a ilusão de que o Reino do Congo deveria ser muito rico, teria com certeza escondidas algures minas de ouro ou prata que poderiam vir a ser exploradas e trazer riqueza para o país. O Mani-Congo (designação dada ao rei) manifestara também o desejo de ser instruído na fé católica e receber o baptismo, o que era uma grande vitória.

É difícil saber hoje a real extensão que havia tido o Reino do Congo. Na altura da descoberta de Diogo Cão, era limitado a sul pelo rio Dande e a leste pelas Montanhas do Sol ou Montanhas Queimadas, pelos Rios Quanza e Berbela, com o grande Rio Aquilunda. O rei tinha, porém, a ilha de Luanda e cabia-lhe o monopólio da recolha dos búzios do mar, chamados nzimbos ou cauris, que serviam de moeda no reino.  O reino dividia-se em províncias mais ou menos definidas como Mbamba, Soyo, Nsundi, Mpangu, Mbata, Mpemba e Wembu. Não seria muito povoado. O rei, que era na altura Nzinga-a-Nkuvu, dizia ainda ter autoridade sobre os reinos de Ngola, a sul, e Matamba, a leste, o que não está de modo nenhum provado. A norte, o reino era praticamente limitado pelo Rio Zaire (da palavra zaidi, rio), embora reivindicasse autoridade sobre o Loango.

É difícil calcular a população desta área, mas alguns estudiosos estimam-na em cerca de dois milhões, deixando de lado o cálculo por baixo de 532 000, avançado por John Thornton.

O solo do Congo é fértil devido às chuvas abundantes. As estações do ano, por vezes limitadas apenas a duas (cacimbo e chuvas) são na realidade cinco, a saber:

Mapanza – a estação da chuva que se inicia em Setembro e vai até Novembro, quando se planta a primeira colheita;

Nsatu – chuva mais abundante, que garante a germinação das sementes – Novembro a meados de Janeiro;

Ekundi -  do fim de Janeiro ao princípio de Março, quando cessa a chuva e se fazem as colheitas;

Kintumbu – meados de Março até ao fim de Abril, com mais chuvas;

Kimbangala – Cacimbo, estação seca, de Maio a Setembro .

O clima era doentio, e mortífero para os brancos que lá residissem. As condições de habitabilidade eram muito rudimentares, a água estava contaminada e proliferavam as mais diversas doenças, com destaque para o paludismo.

As principais riquezas exportáveis eram na altura o marfim e o cobre. As armadilhas para os elefantes eram enormes buracos, disfarçados com ramos de árvores, onde eles caíam e já não conseguiam sair. A exploração do cobre era feita à superfície.

Na monarquia congolesa, o herdeiro do trono não era determinado pela linha directa, mas sim pela colateral. O sucessor seria o filho mais velho da irmã do falecido rei. Mas esta regra era afastada tantas vezes, que se pode considerar que o novo rei era eleito entre os membros do kanda, isto é, do clã real.

Entre os conselheiros do rei, sobressaía o Mani Vunda, com funções específicas de conselheiro político.

Regressando à história, sabemos que no final de 1490, partiu de Lisboa uma expedição com três navios, comandada por Gonçalo de Sousa, com destino ao Congo. Levava os pretos que Diogo Cão trouxera anos antes, que já falavam português e sacerdotes para ensinar o catecismo. Gonçalo de Sousa faleceu a bordo, da peste que grassava em Lisboa na altura e foi substituído no comando por seu sobrinho Rui de Sousa.

Chegados a Mpinda, baptizou-se em 3 de Abril de 1491 o Mani-Soyo, que tomou o nome de Manuel e o seu filho que se chamou António. Tal só foi possível porque o Mani-Soyo era tio e mais velho que o Mani-Congo. Partiram então para a capital, mais tarde chamada S. Salvador  e ali foi baptizado em 3 de Maio de 1491 o Mani-Congo, que tomou o nome de João e sua esposa, que tomou o nome de Leonor, tal como o Rei e Rainha de Portugal. Pouco tempo depois, foi baptizado com o nome de Afonso o Mani-Nsundi, filho do rei com o nome gentílico Mvemba-a-Nzinga.

A ordem dos baptismos (primeiro os chefes e depois os súbditos) representa a função que ali desempenhou o cristianismo: um instrumento de poder. Os súbditos baptizaram-se imitando os seus governantes. Todos querem kudia mungwa, isto é “comer o sal”, expressão com que se referiam ao baptismo (do sal que é colocado na boca do neófito).

O cristianismo era tanto mais aceitável, pelo facto de os congoleses terem já a noção de Deus como um Ser Supremo. E os termos adoptados pelos missionários em kikongo eram os mesmos que já eram utilizados nas crenças gentílicas: Nzambi Mpungu = Deus; nkisi = sagrado; moyo = alma, espírito. Por sua vez, os missionários foram chamados nganga, o mesmo termo utilizado para designar os feiticeiros.  

O problema maior da assimilação ao cristianismo era o casamento monogâmico e durável, com exclusão de toda a espécie de mancebia. A questão foi (mal) resolvida pelos nobres, casando com uma só mulher e mantendo todas as outras como concubinas, chamadas na altura “mancebas”. Dado o poder dos nobres na estrutura social, os missionários não podiam deixar de fechar os olhos a esta situação, sob pena de caírem rapidamente em desgraça.

Outro problema delicado e que não se refere já aos nobres, era o dos feitiços, objectos sagrados (nkisi), que eram tradicionalmente venerados, considerando que a sua destruição poderia trazer as maiores desgraças. Aqui era já uma luta entre os missionários e o povo comum, levando muitas vezes a situações de confronto.

As concepções da Igreja Católica na altura permitiam e até aconselhavam o baptismo de crianças, independentemente das convicções e da prática religiosa dos pais. Por isso, a actividade principal dos missionários passou a ser a de baptizar crianças, aos milhares. Interessava ao povo ter os filhos baptizados, porque, sendo o catolicismo a religião do Estado, o baptismo significava a possibilidade de integração na vida social e o caminho para uma civilização (da gente branca) que se apresentava como superior.

Este catolicismo pela rama foi mais tarde criticado com veemência pelo Bispo D. Manuel Baptista Soares, que esteve em S. Salvador dez anos, no relatório que escreveu ao Rei D. Filipe II, em 7 de Setembro de 1619 (MMA, VI, 375): “os Moxicongos…… não têm virtude, vergonha, verdade, nem constância, senão em o mal, porque são de ordinário sensuais, sem perdoar a parentesco mui chegado, assim de consanguinidade, como de afinidade. E por tradição antiga e rito gentílico tomam por mancebas todas as que os pais e pessoas a que sucedem tinham por essas e as netas; e tendo trato ilícito com a irmã mais velha, o têm com todas as demais. (…) e o (Rei) que agora reina, chamado D. Álvaro III, tem por mancebas muitas que o foram de seu pai D. Álvaro II, e uma cunhada sua, irmã de sua mulher, ambas filhas de Mani-Banda, que se chama grão duque e nem admoestado, nem repreendido a deixa. Nem se envergonha de lho dizerem. Esta foi casada, e tem filhos do Duque de Nsundi D. Álvaro seu tio, e que ele matou na guerra por levantado. E quando vai fora à Igreja, ou a escaramuçar, vão muitas delas com ele, e chamam-lhe damas. (…) E perguntando-lhes (aos sobas), se deixaram as mancebas, ou quantas tinham, o principal respondeu que cento e vinte, outro que cem, outro que sessenta, outro que cinquenta, outro que trinta, outro que vinte, e outro que quinze. E sendo esta cristandade assim, querem os governadores que os padres baptizem, entendendo que nisso acertam e poderão alegar que converteram muitas almas.”

Em abono da verdade, deve dizer-se que os próprios padres nem sempre eram modelos de virtude. Se os missionários que eram frades quase todos se comportaram bem, mantendo-se castos, tal não acontecia com a maior parte dos padres seculares que tinham amantes e iam deixando filhos mulatos.  O próprio Bispo D. Manuel Baptista foi um notório traficante negreiro.

Uma outra consequência da chegada dos portugueses, foi que os chefes das províncias passaram a designar-se duques, condes e marqueses, tal como em Portugal e todos os fidalgos baptizados passaram a ter o tratamento de Dom. Os nobres adoptaram brasões. Foi criada uma Ordem de Cristo do Congo e a coroação do Rei passou a ter de ser presidida por um sacerdote.

Reza a história que o rei do Congo, D. João I, passados uns anos, se aborreceu da religião católica e começou a favorecer o seu filho Mpanza-a-Kitima, que não se quisera baptizar. O Rei faleceu por volta de 1506 e este filho apresentou-se como sucessor. Mas a rainha D. Leonor mandou chamar o seu filho Afonso de Nsundi. Este reuniu um pequeno exército, afrontou e derrotou o seu irmão, invocando o nome de Jesus e do Apóstolo São Tiago, tornando-se rei.

O longo reinado de D. Afonso I (1506-1543) caracterizou-se pela evangelização generalizada do reino do Congo, já que o rei se manteve praticante até à morte. Vieram missionários Franciscanos, Cónegos de S. João Evangelista (Azuis) e Cónegos Agostinianos de Santo Elói. Foram mandados para Lisboa mais jovens para estudar. Entre estes, sobressai o filho do rei, D. Henrique e um sobrinho, Rodrigo de Santa Maria. D. Henrique foi sagrado Bispo de Útica em 1518, quando tinha 24 anos. Ficou em S. Salvador como auxiliar do Bispo do Funchal, que, na altura, tinha jurisdição sobre o Congo. Veio a falecer em 1531.

Já no reinado de D. Afonso I, começou o tráfico em massa de escravos da Angola, na altura enviados para o entreposto de S. Tomé. Durante três séculos, os escravos seriam a principal mercadoria de exportação do Congo e de Angola. 

Podemos dizer que a corte de D. Afonso I era já “alfabetizada”. O rei trocava correspondência com o Rei de Portugal e com o Papa. Essa correspondência é elucidativa dos mal-entendidos reinantes na colonização portuguesa.

Uma das preocupações de D. Afonso I era a de conseguir enviar uma embaixada ao Papa, a fim de lhe prestar obediência. Se o conseguisse, ficaria já em igualdade com o rei de Portugal. Todas as tentativas falharam. Existe uma carta escrita em 1512, nomeando embaixadores ao filho Henrique ao primo Pedro de Sousa (MMA, I, 270-273), mas estes nunca foram a Roma.

Em 1515, D. Afonso quis mandar ao Papa uma embaixada com um familiar de nome D. Pedro e alguns sobrinhos, também para prestar obediência ao Papa em seu nome. Com eles iriam 190 peças de escravos, dos quais 90 para o Rei de Portugal. Porém, quando estes chegaram a Mpinda, já tinha zarpado o barco que os deveria transportar.

Em 26 de Maio de 1517, escreveu a D. Manuel I, pedindo licença para comprar um navio (Paiva Manso, 44), mas não foi atendido. O Rei respondeu-lhe que não tinha necessidade disso, pois todos os navios de Portugal estavam ao seu dispor.

Entretanto, D. Afonso incompatibilizou-se com o Governador de S. Tomé, Fernão de Melo, o qual, certamente, não tinha pelo Rei a consideração que este julgava merecer. D. Afonso escreveu a D. Manuel I uma longa carta com as suas queixas (MMA, I, 294-323).

Em 1512, D. Manuel I enviou ao Congo a sua segunda embaixada, dirigida por Simão da Silva a quem foi entregue um detalhado Regimento (MMA, I, 228). Simão da Silva era portador de presentes para o Rei e de animais e objectos destinados a “civilizar” a corte. Bão chegou, porém, a S. Salvador. Em S. Tomé, o Governador Fernão de Melo deu-lhe as piores referências sobre o Rei, sendo de opinião que em Portugal lhe davam demasiada importância. Em Mpinda, encontrou outro inimigo do Rei, Rui do Rego, agente comercial de Fernão de Melo em S. Salvador. Assim, enviou o médico de bordo levar a Mbanza-Congo as cartas régias e os presentes. D. Afonso insistiu pela sua presença e Simão da Silva, pôs-se finalmente a caminho, mas morreu na viagem com as febres.

Mais tarde, já no reinado de D. João III, D. Afonso escreveu a este uma carta (MMA, II, 73), dizendo tencionar mandar para Lisboa D. Manuel, seu neto, um dos principais da corte, e D. Pedro de Castro, seu sobrinho de ambas as partes, que ficariam em Lisboa. Com eles iriam D. Mateus e D. Henrique, também sobrinhos, que iriam a Roma “darem fé das coisas santas e boas que lá vissem e aprenderem aos que não podiam vê-las”. Esta embaixada não chegou a realizar-se.

Constata-se assim que, sem considerar o reino do Congo expressamente como uma conquista, e tratando embora o Rei de Portugal com D. Afonso como se apenas um aliado se tratasse, a verdade é que se nunca se deu azo a um desenvolvimento ou a um progresso civilizacional importante do Reino. Os contactos com Roma foram sempre cerceados, o pedido de um navio de alto mar foi ignorado, assim como o pedido de artesãos e mestres de oficinas. O Congo foi mantido no seu estado puramente rural e procuraram-se meios de explorar o país economicamente, em especial a existência de minas de ouro ou de prata. Não havendo nem umas nem outras, pediu-se a entrega da exploração das minas de cobre. E deixou-se o reino à sua triste sorte, enquanto se adquiriam escravos em troca de bugigangas e panos de pouco valor.

Este comportamento da parte de Portugal terá levado a um certo descrédito em relação à Religião Católica que, afinal, protegia tal exploração colonial, sob a capa de uma aliança entre os dois países.

Entretanto, em 1534, foi fundada a Diocese de S. Tomé e Congo, e alguns bispos fizeram visitas pastorais a S. Salvador.

D. Afonso I veio a falecer em 1543, não sem antes de ter queixado a D. João III (Carta de 17 de Dezembro de 1540 – Paiva Manso, 76) que alguns portugueses tinham atentado contra a sua vida.

A D. Afonso, sucedeu seu filho D. Pedro, que reinou pouco tempo. Herdou depois a coroa, D. Francisco, que teve poucos dias o ceptro, pois foi destronado pelo seu primo Diogo.

Os documentos do MMA apresentam D. Diogo I como um mau cristão, perseguindo o clero e mantendo os feitiços e outros maus costumes. Tal pode, porém, dever-se às circunstâncias. Em 1542, como sucessor do bispo D. Henrique, falecido em 1531, foi nomeado bispo auxiliar o dominicano D. João Baptista, que depressa caiu em desgraça junto do rei. Este queixou-se ao confessor do Rei, Padre Diogo Gomes, que o Bispo era arrogante e escrevia relatórios desfavoráveis sobre ele ao Rei de Portugal. Em 1547 D. Diogo I, escreveu a D. João III, informando-o que tinha expulso o Bispo (MMA, II, 155).

Em 1548, o P.e Diogo Gomes veio a Portugal e regressou com uma missão composta por quatro jesuítas, que entraram em confronto com o Rei. Depressa estes se incompatibilizaram, quer com o Rei, quer com os padres seculares da capital. Criticavam a superficialidade da religião praticada no Reino, mas acabaram por fazer baptismos em massa, como os outros missionários. Deram, porém, muita atenção ao ensino, abrindo uma escola para 600 estudantes.

Os primeiros jesuítas regressaram a Portugal com o P.e Diogo Gomes, que entrou na Companhia e tomou o nome de Cornélio Gomes. Em 1552, Cornélio Gomes informou S.to Inácio de Loyola que o Rei D. Diogo seria deposto e substituído por outro rei mais favorável aos jesuítas, mas tal não aconteceu (MMA, II, 275).

Entretanto, os jesuítas, em especial, Cornélio Gomes, escreveram um catecismo em kikongo que terá sido impresso, mas do qual nenhum exemplar chegou até nós. Mas Cornélio Gomes incompatibilizou-se com o Rei, a quem passou a recusar a comunhão por se ter casado com uma familiar, sem ter a necessária licença. Em 1555, todos os jesuítas regressaram a Portugal, falhando assim a primeira missão.

D. Diogo I faleceu em 1561, sucedendo-lhe seu filho Afonso II, diz-se que escolhido pelos portugueses. Foi assassinado poucos dias depois e substituído pelo seu meio-irmão Bernardo I.

No reinado de Bernardo I, sendo Papa Pio IV, terminou em 1563 o Concílio de Trento, que se havia iniciado em 1545. Em 2 de Outubro de 1564, El-Rei D. Sebastião escreveu-lhe uma carta remetendo os decretos do Concílio. Era então Bispo de S. Tomé e do Congo D. Frei Gaspar Cão (1554-1574), que tinha cisitado o Congo três meses antes de Setembro de 1561.

Em 1567, o Congo foi invadido pelos Jagas, uma tribo feroz vinda do leste, com fama de antropófagos. Na luta, morreu no mesmo ano o próprio Rei, Bernardo I. O mesmo aconteceu ao seu sucessor, Henrique I, no ano seguinte. Sucedeu-lhe seu filho, Álvaro I. A cidade de S. Salvador estava totalmente destruída e o Rei com uma parte da população do Reino fugiu para a Ilha dos Cavalos, no meio do Zaire. Fora, entretanto, pedida ajuda aos portugueses  Acorreu ao Congo Francisco de Gouveia Sotomaior com uma força de 400 soldados, que expulsou os Jagas em 1570, numa campanha que durou ano e meio.

Em 1580, Portugal perdeu a sua independência e começaram a ser enviados para o Congo missionários espanhóis. Em 1584, chegaram três Carmelitas Descalços que desembarcaram em Luanda e, no caminho para o Congo, baptizaram 3 000 pessoas.

Em 1589, depois de terem baptizado mais algumas dezenas de milhares, os Carmelitas Descalços voltaram a Espanha para recrutar mais companheiros, mas um novo Provincial tinha ideias diferentes do anterior e achava que ser missionários não era tarefa para os Carmelitas.

Por volta de 1578, D. Álvaro I enviou a Roma como seu embaixador o comerciante Eduardo Lopes, que vivia em S. Salvador há vários anos, com a missão de pedir o envio de sacerdotes. O navio que o transportava esteve quase a naufragar junto de Cabo Verde e foi à deriva, indo ter à América Central, à ilha de Cubágua, junto da Ilha Margarida. Eduardo Lopes conseguiu depois embarcar num navio português, chegar a Madrid e depois a Roma. Mas o Papa remeteu-o para o Rei de Espanha:

Presentòssi al Papa, e li consegnò le lettere di credenza; gli narrò a sufficienza le sue commissioni, e fu graziosamente udito, ma poi fattogli intendere, che essendo il regno di Congo appartenente al Re di Spagna, à lui lo rimetteva.

Esta audiência terá sido em 1588, pois já tinha falecido o rei Álvaro I e era Papa Sisto V, falecido em 1590; e já em 14 de Dezembro de 1589, Duarte Lopes escrevia em Madrid um incisivo relatório sobre o comércio de escravos (MMA, IV, 514).

Em Roma, Duarte Lopes encontrou Filippo Pigafetta, um humanista, viajante experimentado e bom escritor a quem ditou um relatório acerca do Reino do Congo e da sua história após a chegada dos portugueses. Pigafetta escreveu naturalmente em italiano o livro, que foi publicado em 1591, embora não indique a data. Sendo embora provável que, aqui e ali, Pigafetta tenha usado a sua fantasia, o livro tem informações muito úteis acerca de século e meio da vida do Congo após a chegada de Diogo Cão à foz do Zaire.

A missão de Duarte Lopes (que era cristão-novo) não foi em vão, porque, daí em diante, os Reis do Congo passaram a corresponder-se directamente com o Papa.

Álvaro I faleceu em 1587 e sucedeu-lhe seu filho Álvaro II. Nesta altura, seria já quase impossível o entendimento do Rei com os portugueses, quer civis, quer sacerdotes. É que praticamente todos estes negociavam em escravos, a principal “mercadoria” de exportação da zona. Só mesmo alguns missionários mais piedosos e de boa índole se coibiam de comprar e vender escravos.

Em 1595, foi criada pelo Papa a Diocese do Congo e Angola, devendo o Bispo, em princípio, residir em S. Salvador. Porém o 5.º Bispo nomeado D. Francisco do Soveral (1628-1642) não quis ir para S. Salvador, ficando em Luanda (o que também fizeram todos os seus sucessores), alegando que o anterior tinha sido envenenado.

Em 1604, D. Álvaro II enviou duas importantes embaixadas à Corte de Madrid e a Roma, chefiadas, respectivamente, por D. Garcia Baptista  e por D. António Manuel, Marquês de Nfunta, primo do Rei. Temos a credencial de D. António Manuel, em italiano, provavelmente traduzida em Roma do português (CDP, XII, 116). Ainda se intitula “Rei do Congo, Angola, Matamba, Ocanga, Senhor dos Ambundos e dos sete Reinos de Congoria, Mulaça, de aquém e de além do espantoso Rio Zaire, etc.”, quando o Reino de Angola era já considerado sem hesitação pelos portugueses como “Conquista”.

No caminho, os embaixadores foram capturados por piratas holandeses e só chegaram a Lisboa em 1605, cansados e feridos. Tendo-se detido em Madrid, D. António Manuel e a sua comitiva (reduzida a dois ou três congoleses, dos trinta que trouxera do Congo) só chegou a Roma em 2 de Janeiro de 1608. D. António Manuel estava em fim de vida. Foi recebido com todas as honras e foi visitado no seu leito de doente pelo próprio Papa Paulo V. D. António Manuel, apelidado pelos romanos de Nigrita, faleceu com 33 anos em 5 de Janeiro de 1608, tendo sido sepultado na Basílica de Santa Maria Maior. Em 1639, os restos mortais do embaixador congolês foram trasladados para um mausoléu construído à entrada do coro da mesma basílica, tendo nele a seguinte inscrição:

 

Marchioni Antonio Nigritæ

Regio Congi Oratori

Quem Paulus V nondum per acta legatione

In Vaticano Mortuum

In Exequiliis funeravit

URBANUS OCTAVUS

Qui primus Romanorum Pontificum

A Regibus Congi

Per oratorem Joannem Baptistam Vives

Solemne CHRISTIANæ OBEDIENTIæ

JURAMENTUM ACCEPIT

SEPULCHRUM EXTRUXIT

PONTIFICIæ Charitatis Monumentum

Ann. Dom. M DC XXXIX,  Pont. XVI

 

Morto D. António Manuel, ficou como embaixador do rei do Congo em Roma o padre Juan Baptista Vives, referendário apostólico. Por intermédio deste, Álvaro II correspondeu-se regularmente com o Vaticano. Temos duas interessantes cartas, ou melhor, um resumo em italiano destas, datadas de 27 de Fevereiro e 20 de Março de 1613. Queixa-se do Bispo (nessa altura, D. Manuel Baptista Soares, o do célebre relatório de 7 de Setembro de 1619) e dos portugueses em geral. Pede missionários Carmelitas Descalços e não quer Dominicanos.

D. Álvaro faleceu em Agosto de 1614 e sucedeu-lhe no trono seu meio-irmão D. Bernardo II. Este foi deposto e morto um ano depois e substituído por D. Álvaro III, o filho de Álvaro II.

É importante dizer que, desde o início do sec. XVII, os holandeses andavam a rondar os portos do Congo e de Angola, tendo-se apoderado em 1615 do porto de Mpinda. Isso permitiu-lhes fazer importação directa de escravos no Congo, desviando o comércio de Luanda e fugindo aos direitos impostos por Portugal. Para além disso, os "pombeiros”  portugueses e os próprios pretos preferiam vender os escravos aos holandeses que tinham melhores mercadorias para troca.

As relações do Rei com o  Bispo D. Manuel Baptista Soares foram-se deteriorando. Este excomungou o Mani-Soyo por negociar com os holandeses em Mpinda e ameaçou o Rei D. Álvaro de excomunhão, por este usar o título de Majestade. Finalmente, D. Manuel Baptista resignou do cargo em 1619, vindo a falecer no ano seguinte.

Os Capuchinhos espanhóis manifestaram em 1618  o desejo de enviarem missionários seus para o Congo. Apesar do apoio do Papa Gregório XV, o Conselho de Portugal junto do Rei, em Madrid, não autorizou. Gregório XV, determinado a prosseguir o trabalho das missões, fundou para o efeito em 1622 a Congregação de Propaganda Fide.

A D. Álvaro sucedeu seu tio D. Pedro II. Na altura, os portugueses disseram à Propaganda Fide que a morte de D. Álvaro III tornava demasiado perigosa a vinda dos Capuchinhos espanhóis para o Congo.

Perturbações havidas em Luanda deram azo a que houvesse uma nova missão dos jesuítas no Congo. Os padres da Companhia criticaram asperamente o governador João Carreira de Sousa por ter guerreado na região de Mbamba, no Congo, que acolhera escravos fugidos de plantações portuguesas. Três jesuítas foram presos e enviados para Portugal. Outros dois fugiram para S. Salvador, com planos para fundar uma escola. A população de Luanda revoltou-se contra o Governador e reteve em Luanda o recém-nomeado Bispo do Congo, D. Simão Mascarenhas, para fazer de Governador durante um ano. Os dois jesuítas foram arranjando a escola, mas o Rei D. Pedro II faleceu sem que chegassem os quatro membros da Companhia que permitiriam abri-la.

D. Garcia I, filho de D. Pedro II tornou-se Rei aos 17 anos. Em Setembro de 1624, abria a escola dos jesuítas; e a 13 de Outubro, chegava finalmente a S. Salvador o Bispo D. Simão Mascarenhas. Em Agosto de 1625, o P.e Mateus Cardoso SJ chegou a S. Salvador para dirigir a escola. Havia visitado o Congo em 1616 e preparara um Catecismo em kikongo, que imprimira em Lisboa e de que levara uma boa quantidade de exemplares consigo.  Infelizmente, morreu dois meses depois de chegar a S. Salvador.

A escola funcionou com êxito até finais da década de 1660. O único ponto negativo é que era financiada com as taxas pagas pela exportação anual de 400 escravos!

O Bispo D. Simão Mascarenhas faleceu em 1624 e o capelão real Brás Correia tomou as rédeas da Diocese. Alguns Cónegos da Sé Catedral acusaram o Rei D. Garcia da morte do Bispo e D. Garcia fez a mesma acusação contra os Cónegos.  D. Garcia expulsou Brás Correia e um dos Cónegos. Esta disputa acabou com um golpe de Estado do Duque de Nsundi em 1626, tornando-se D. Ambrósio I. Como dissemos antes, os Bispos seguintes deixaram de residir em S. Salvador e ficaram em Luanda.

A ameaça dos holandeses, estabelecidos em Mpinda, fez com que o Governador de Angola e o Rei de Portugal lidasse com mais respeito com D. Ambrósio. Quando este faleceu em 1631, sucedeu-lhe o seu sobrinho de 13 anos, D. Álvaro IV. Este morreu com a idade de 18 anos. O seu sucessor, D. Álvaro V reinou apenas seis meses. Foi morto lutando contra o Duque de Mpemba, Nimi-a-Lukemi-a-Nzenza-a-Ntumba, que se tornou no Rei D. Álvaro VI, embora fosse de uma linhagem completamente diferente da dos reis anteriores.

Álvaro VI quis afirmar a sua autoridade combatendo o Mani-Soyo; por pressão do Governador de Angola, expulsou os holandeses de Mpinda. Mas queixou-se  ao Papa Urbano VIII em 1639 e 1641 e pediu que o Bispo fosse obrigado a residir em S. Salvador.

Havia então disputa entre os missionários que queriam vir para o Congo. A Propaganda Fide queria enviar Capuchinhos italianos, mas estes tinham como rivais da mesma Ordem, quer os espanhóis, quer os portugueses, quer os holandeses.

O Rei D. Álvaro VI, faleceu em 1641, tendo-lhe sucedido seu irmão D. Garcia II Nkanga-a-Lukeni.

Em 26 de Agosto de 1641, os holandeses assenhoraram-se de Luanda. Os poucos portugueses ali residentes fugiram para o interior.

Embaixadores do Rei do Congo assinaram um tratado com os holandeses em Luanda em 1642. A amizade de Garcia foi demonstrada com a oferta de escravos, com pedidos de desculpa por serem tão poucos. Mas numa carta escrita algumas semanas depois aos jesuítas de Luanda, o Rei lamentava o demónio do comércio de escravos (MMA, IX, 446). Não quis, no entanto, um embaixador holandês em S. Salvador. Recusou também missionários protestantes e queimou a literatura calvinista, distribuída pelos holandeses.

Desde a sua criação em 1622, que a Propaganda Fide queria enviar missionários capuchinhos italianos para o Congo. Os obstáculos vinham de todo o lado, mas em especial de Portugal. O primeiro grupo de Capuchinhos italianos enviados pela Propaganda Fide em 1641, foi mandado para trás em Lisboa. Uniram-se depois aos espanhóis e um grupo de doze, dirigido por Fr. Bonaventura d’Alessano, partiu para o Congo via Espanha em 1645. Foram recebidos com júbilo pelo Mani-Soyo. Um dos primeiros êxitos foi fazer as pazes entre o Mani-Soyo e Garcia II. O Mani-Soyo pôs então em liberdade o filho de Garcia II, que tinha prisioneiro, e alguns Capuchinhos seguiram para S. Salvador.  Iniciaram a pregação e criaram uma escola para 600 estudantes. Fr. Bonaventura da Sardegna escreveu uma gramática de kikongo.

Um espanhol do grupo, Francisco de Pamplona, regressou a Roma em 1646 para obter mais Capuchinhos.  O Geral dos Capuchinhos nomeou seis espanhóis e oito italianos para partirem para o Congo. Ali chegaram em 1648. Alguns do primeiro grupo tinham falecido ou regressado a casa e muitos do antigo e do novo grupo estavam doentes. No entanto, puseram-se ao trabalho e em vinte anos baptizaram centenas de milhares nas áreas de S. Salvador, Mbamba (Bembe), Mbata, Mpenda e Nsundi.

Em 1648, Garcia II enviou dois Capuchinhos, Giovanni Francesco da Roma e Angel de Valencia , como seus embaixadores a Roma, pedindo a ida de quarenta Capuchinhos e de três Bispos. Foram recebidos em audiência solene por Inocêncio X em 9 de Maio de 1648.  Na altura, porém, estavam interrompidas as relações de Portugal com a Santa Sé (só foram retomadas no final da guerra com a Espanha, em 1671) e não havia nomeação de Bispos.  Fr. Giovanni Francesco da Roma foi portador de uma coroa de ouro e pedras preciosas para o Rei, mas não da Bula que este pretendia determinando que a sucessão do Reino passasse a ser hereditária, de pai para filho.

Em meados de 1648, havia em Espanha 31 Capuchinhos prontos a partir para o Congo. Mas em Agosto de 1648, Portugal reconquistou Luanda. O Rei Garcia II enviou a Luanda uma missão com poderes para assinar as pazes com Salvador Correia de Sá, composta pelo Padre Domingos Cardoso, reitor do colégio da Companhia de Jesus, pelo Capuchinho Fr. Bonaventura da Sorrento, por D. Sebastião Teles Maniquinangua e por D. Sebastião de Menezes.  A missão foi recebida por Salvador Correia de Sá em 19 de Fevereiro de 1649 e em 15 de Abril do mesmo ano, assinou pesadas capitulações. Achamos crível a opinião de Thornton de que o Rei Garcia não ratificou este acordo. Sabe-se, no entanto, que Bonaventura e Garcia aceitaram a cláusula em como todos os Capuchinhos viessem para o Congo via Lisboa e que não se aceitaria mais nenhum Capuchinho espanhol. A Propaganda Fide aceitou estas condições em Julho de 1650. Mas Fr. Giovanni Francesco da Roma escreveu de volta em 10 de Outubro dizendo estar um grupo pronto para partir e que o faria se não recebesse ordens de Roma em contrário. Assim, em 13 de Fevereiro de 1651, dezoito Capuchinhos italianos e belgas embarcaram de Espanha para o Congo. A 19 de Fevereiro, chegaram cartas da Propaganda Fide proibindo a partida, mas já não tiveram efeito.

Outra consequência das negociações de 1648, foi que cessou o direito do Rei do Congo à exploração dos nzimbos e cauris na Ilha de Luanda, o que causou elevado prejuízo às suas finanças. Diga-se de passagem que os portugueses tinham já trazido do Brasil grande quantidade daqueles búzios, o que provocara grande desvalorização dessa moeda.

Em 13 de Fevereiro de 1651 embarcou para o Congo o Capuchinho Fr. George de Gheel (1617 – 1652), natural de Oevel, a 7 km. de Gheel, província de Antuérpia. Chegou a Mpinda em 29 de Junho seguinte e dedicou-se à pregação no país. Em Novembro de 1652, em Ilolo – Mbata, quando destruía alguns feitiços num templo de nkisi, foi agredido violentamente com uma moca. Foi levado para Ngongo Mbata, onde foi assistido por um padre, mas morreu ao fim de doze dias. É conhecido como o “mártir dos pretos”.

A 15 de Agosto de 1652, o Cónego congolês Manuel Reboredo, mestre dos missionários de kikongo, recebia o hábito de capuchinho, tomando o nome de Francisco de São Salvador. Era também capelão do Rei, tendo vindo a falecer na batalha de Mbwila, em 1665.

A tarefa dos Capuchinhos não foi fácil. Os portugueses, através dos jesuítas e do Capítulo de S. Salvador, conseguiram virar contra eles o Rei Garcia II. Este no entanto ordenou aos chefes de província que respeitassem os Capuchinhos depois do martírio de George de Gheel. Os cultos pagãos foram proibidos pelo Rei e, em 1653, Fr. Serafino da Cortona prendeu alguns feiticeiros e enviou-os à Inquisição do Brasil.

Um Franciscano de Luanda acusou os Capuchinhos de não serem religiosos, mas sim agentes de Espanha. Fr. Serafino da Cortona queixou-se à Propaganda Fide que os jesuítas tinham virado o Rei contra eles; acrescentava também que os jesuítas possuíam 2 000 escravos. Por sua vez Manuel de Matos SJ escreveu na mesma altura queixando-se que as escolas dos Capuchinhos competiam com as dos jesuítas e que os Capuchinhos exploravam quintas com trabalho escravo.

O relatório de Fr. Giacinto da Vetralla de 1658, indica que, dos 60 Capuchinhos que haviam vindo, só 26 estavam ainda vivos e a trabalhar. Para além do resto, nota que os congoleses temiam que os missionários estivessem a abrir o caminho para a agressiva dominação portuguesa.

 

NOTA. São de notar as indicações preciosas que nos deixaram os relatórios, descrições e narrativas dos Capuchinhos que participaram na longa missão no Congo e em Angola (1645 - 1835). São muitos manuscritos e várias dezenas de livros impressos, uns na época e outros apenas no sec. XX, muitos deles ainda não divulgados entre nós. Tenha-se em atenção o repositório bibliográfico efectuado por T. Filesi, no livro "La "Missio Antiqua" dei Cappuccini nel Congo", indicado na bibliografia. Há que prestar homenagem a estes homens que não raro sacrificaram a vida pelo seu ideal.  Em 8 de Abril de 1820, Fr. Zanobi Maria da Firenze escrevia à Propaganda Fide: "Dos 434 Capuchinhos que vieram para estas missões, 228 partiram desta vida, e quase todos pouco aqui se demoraram; a maior parte dos restantes partiu daqui atacada por doenças várias, e muito poucos voltaram vivos e sãos para Itália".

 

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Sublevação e derrota; as guerras civis

Dona Beatriz Kimpa Vita

A decadência final do Reino do Congo

Reis do Congo

Bibliografia