6-6-2001

 

 

Bret Easton Ellis

(1964 - )

 

 

 

 

 

Bret Easton Ellis was born (1964) and raised in Los Angeles, California, as the oldest of three children. Ellis attended Bennington College in Vermont, where he wrote his debut novel Less than Zero for one of his creative writing courses. Its publishing in 1985 launched Ellis' writing career, as it caught the media's attention and received good reviews. His second novel The Rules of Attraction did not enjoy the same broad success as Less than Zero. In 1990 Simon and Schuster gave Ellis a $300,000 advance for his third novel American Psycho. One year later they backed out of publishing it after woman's groups and women within the company protested. The book was quickly picked up by Vintage who published it only months later. American Psycho caused such outrage that Ellis received death threats over the book. Also, a movement emerged in Canada to ban it following a suspected copycat crime. Three years later, his fourth novel, The Informers, a collection of short stories, was published. The book returned Ellis' literary focus to the 80's Los Angeles, but the novel was released without great attention. In 1999 Ellis' fifth novel was published; a project it had taken him ten years to finish. With Glamorama Ellis returned to the media spotlight and the number one spot on the best-seller list.

Ellis considers himself to be heavily influenced by Hemingway, Joan Didion, James Joyce and Don DeLillo. 

   

 

   

Novels

 

Less Than Zero (Penguin Books 1985)

The Rules of Attraction (Simon & Schuster 1987)

American Psycho (Vintage 1991)

The Informers (Vintage 1994)

Glamorama (Vintage 1999)  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O PSICOPATA AMERICANO   

Clara Ferreira Alves        

em Ajanela.com, 16-5-2001

 
 
 

 

Há quem diga que prefere o filme ao livro, e quem diga que prefere o livro ao filme. Eu confesso que gosto dos dois, embora o ponto de vista narrativo mude de um para outro. Estou a falar do filme O Psicopata Americano, de Mary Harron, em exibição em Lisboa, adaptado do livro do mesmo nome.O romance de Bret Easton Ellis provocou, quando foi publicado, uma desordenada polémica entre os admiradores cult do escritor, que vinham do seu primeiro livro, Less Than Zero, e os moralistas e puritanos americanos. Ellis, que publicou Less Than Zero em 1985, nunca escreveu mansinho, e sujeitou a sua técnica narrativa a uma apurada descrição do espírito do seu tempo, e dos costumes desse tempo. A anarquia sentimental, a depravação endinheirada, a infinita possibilidade da escolha e o tédio existencial que lhe subjaz são os temas de Ellis. Tem-se a sensação, ao lê-lo, de que aquilo que ele conta não vem da oficina da imaginação e sim da simples observação do autor, ele próprio um produto dessa geração doirada que se constitui como nova geração perdida, sem o talento e sem a generosidade da de Fitzgerald e Hemingway. Uma geração perdida por causa do dinheiro e não por causa da guerra.
A passagem do tempo, e a maturidade, transformaram Ellis num grande escritor, como o provam American Psycho e Glamorama, o seu último romance ( e até The Informers, uma ficção esquecida e menos famosa do que as outras e nem por isso de menos qualidade). Talvez a notoriedade do autor, que se seguiu a Less Than Zero e que catapultou Ellis, juntamente com o seu grupo, McInerney, Janowitz, Leavitt et alia, para as luzes da ribalta, tenha ajudado a obscurecer a importância da obra de um dos mais importantes prosadores americanos do fim do século XX. Se querem saber o que são os anos oitenta e noventa em Los Angeles e Nova Iorque, os anos da ganância e da decadência, do excesso e do materialismo, do deboche e do vazio, de espectáculo e do narcisismo, procurem Bret Easton Ellis. Está lá tudo.
De facto, tendo sido atacado pelos moralistas por causa do grafismo das cenas de American Psycho, da sua «pornografia», Ellis é o maior moralista de todos, o relator da vida do império americano considerado como o centro do mundo civilizado, tal como a Roma Antiga. O Psicopata Americano descreve algo que existe, não inventa, apenas se limita a exagerar. E a matar.
A diferença entre o livro e o filme, ambos dotados de uma elegância exemplar e cortantes como o gume de uma faca afiada (imagem adequada dado o conteúdo dos dois) está no sexo dos autores. A conhecida misoginia de Ellis evidencia-se no romance, no pormenor da descrição dos crimes, no tratamento das personagens femininas, as vítimas, todas elas de cartão e cola e sem substância, por comparação com as masculinas, que são o motor e o centro da acção.
No filme, feito por uma mulher, as mulheres mortas ganham uma densidade e, no caso da prostituta, uma densidade patética, despertando a pena do espectador. Mary Harron opõe o seu psicopata às sua vítimas, coisa que Ellis nunca faz, visto que se limita a enumerá-las e nomeá-las. Nem o filme nem o livro se resolvem a partir daqui. É no estilo, na forma da caricatura, e até no extremo formalismo da narrativa, que o filme e o livro se definem e ganham consistência.
Ellis é um formalista, sem ser um experimentalista. E é quase, quase perfeito quando quer. Em Glamorama (que é sobre o mundo da moda e dos top models, tal como A. Psycho é sobre os varões de Wall Street ) nada está lá por caso, e a técnica narrativa é de uma dificuldade que só o génio alivia. Ellis foi famoso cedo demais, é agora vale a pena lê-lo.

 

 

 

 

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