6-03-2019
LESSICO FAMIGLIARE, de Natalia Ginzburg
| NOTA DE LEITURA 
		
		Não 
		conhecia Natalia (em italiano lê-se 
		Natalía, 
		palavra grave) Ginzburg até 
		ler a magnífica 
		recensão 
		de Pedro Mexia que abaixo transcrevo. Fui buscar o original
		
		
		à 
		amazon.com para o Kindle e li-o de rajada. 
		
		É 
		um livro magnífico 
		com um humor cáustico 
		que não 
		poupa ninguém, 
		nem mesmo a sua família. 
		Acho mesmo que a dureza com que escreve sobre seus pais só 
		foi possível 
		porque a mãe 
		Lidia Tanzi (1878-1957)  já 
		tinha falecido há 
		muito 
		
		à 
		data da publicação 
		(1963) e o pai Giuseppe Levi (1872 
		
		– 
		1965) tinha já 
		uma idade muito avançada. 
		 
		
		A maneira como a autora se descreve, ou 
		melhor como omite falar de si, poderá 
		ter a ver com o modo como foi criada. Era a miúda 
		mais nova, ninguém 
		lhe ligava importância, 
		tinha de ouvir o que os mais velhos diziam e não 
		retorquir. Diz ela que se habituou a falar muito depressa, para dizer 
		tudo o que queria antes que a interrompessem. Conseguiu aprender a 
		escrever bem, a dizer o que era importante, depois de abandonar a poesia 
		a que inicialmente se dedicou. 
		 É importante notar que ela e os irmãos não frequentaram a escola primária, estudavam em casa. Para ganhar a vida, valeu-lhe de facto a escrita que lhe mereceu a atenção da casa Einaudi em Turim e depois em Roma. Não vivia muito bem, de tal modo que, morto o primeiro marido, entregou os três filhos ao cuidado de sua mãe. 
		
		Em 1969, com 53 anos, Natalia Ginzburg iniciou o 
		activismo político 
		de esquerda que a levou a ser eleita Deputada nas listas do Partido 
		Comunista em 1983. 
 | 

Expresso n.º 
2415, de 9-2-2019
Parece que os 
estou a ouvir
TEXTO PEDRO 
MEXIA
LÉXICO FAMILIAR
Natalia Ginzburg
Relógio D’Água, 
2019, trad. Miguel Serras Pereira, 200 págs., 
Memórias
Última de cinco irmãos de uma família burguesa de origem judaica instalada em 
Turim nos anos do fascismo, Natalia Ginzburg (1916-1991) escreveu romances 
autobiográficos lúcidos e límpidos, mas a sua melhor autobiografia é uma 
biografia dos outros. Em “Léxico Familiar” (1963) os outros é que importam, e o 
“eu” apaga-se, de modo que até instantes decisivos como o casamento da autora, o 
nascimento dos filhos, a prisão e morte do marido, aparecem de fugida, numa 
frase, meia frase. Ginzburg diz numa nota introdutória que não inventou nada, 
que escreveu aquilo de que se lembrava, tal como se lembrava; mas também nota 
que a memória é feita de fragmentos e lacunas, de omissões, e que por isso uma 
autobiografia se lê “como se fosse um romance”.
Boa parte dos acontecimentos evocados neste “Léxico” são situações familiares, 
iguais às de tanta gente, às de toda a gente. Irmãos desavindos, ciúmes, 
antipatias, ressentimentos, uma prima reaccionária, um tio suicida, dificuldades 
financeiras, objectos penhorados à socapa, viagens, projectos, divertimentos. O 
contraste entre a idealização e as questões práticas, ou entre as impressões e 
os factos, é uma constante. Tal como os detalhes domésticos: os móveis, almoços, 
vestidos. De entre os Levis destaca-se a figura do pai, o prof. Giuseppe Levi, 
cientista, socialista, homem de voz e riso tonitruantes. Um sujeito severo e 
irascível, sempre a catalogar as pessoas como “tontos”, “asnos”, “cafres” ou 
“trambolhos”. Não há qualquer hostilidade face a este pai de timbre forte e 
opiniões fortíssimas, que detestava quase tudo, fosse música, automóveis, 
pintores modernos, homossexuais, desportos, televisão; há a atitude abismada de 
uma miúda quieta e calada perante este modelo de exigência, rectidão e mau 
génio. E conhecemos então o contraponto aos “urros” e cóleras do pai: a mãe, 
Lídia, mais doce, sentimental, melodramática, propensa à decepção e ao tédio.
A história dos Levis é banal, não fossem as circunstâncias excepcionais do seu 
tempo. Ginzburg conta-as por acumulação de episódios, importantes e 
corriqueiros, cronologicamente fluidos, em texto corrido, sem capítulos. 
Primeiro as insignificâncias. Férias na montanha. Uma caixa de mahjong. Uma 
boneca chamada Olga. Leituras de Proust. A dialéctica patrões-empregadas. Bons e 
maus versos. Gente que troca os pronomes. Algumas dessas recordações são 
recorrentes e quase psicanalíticas, outras estão no texto porque sim, porque 
Ginzburg diz “lembro-me” e lembra-se. Lembra-se disto e daquilo, de vivos e 
mortos, de personagens que às vezes aparecem ou desaparecem no espaço de um 
parágrafo, como a rapariga arrogante que se tornou a melhor amiga dela. E 
pessoas famosas, os Olivetti das máquinas de escrever, a filha de Modigliani, o 
editor Einaudi. Ou o escritor Cesare Pavese, irónico em tudo, mas tragicamente 
febril quando se apaixonava.
Este “Léxico”, tal como a memória, não tem uma estrutura nítida, reconhecível, 
mas notamos um propósito, um sublinhado: a personalidade e as idiossincrasias do 
pai, a coragem dos antifascistas como os Levis e os Ginzburgs, os esplendores e 
melancolias de Turim, os bombardeamentos, os silêncios do após-guerra. E o 
léxico de cada família, que é aquilo que as distingue, que as define. Porque não 
há duas famílias com o mesmo vocabulário, as mesmas referências, os mesmos 
tiques verbais: “Basta uma palavra, uma frase: uma dessas frases antigas, 
ouvidas e repetidas infinitas vezes, no tempo da nossa infância. Basta dizermos: 
‘Não viemos a Bérgamo para passear’ ou ‘a que é que fede o ácido sulfídrico’, 
para redescobrirmos no mesmo instante as nossas relações de outrora, e a nossa 
infância e juventude, indissoluvelmente ligadas a essas palavras.” Tais frases e 
expressões, estribilhos quase míticos, a “lã de Neuberg”, as “maçãs carpendue”, 
o “ilustre Signor Lipmann”, surgem em determinado contexto, mas depois tornam-se 
um hieróglifo, um memento, uma partitura, fundamentos da unidade familiar 
preservados contra o tempo e a História. Para que alguém, em família, se 
reconheça e diga: já ouvi esta história, lembras-te desta vez, parece que os 
estou a ouvir.
Pedro Mexia escreve de acordo com a antiga ortografia
No mesmo número do Expresso, na sua crónica habitual no final da Revista, Pedro 
Mexia faz referência a uma posição interessante da autora italiana. Dizia ela que deveria ser permitido afixar o 
crucifixo nas escolas (mas não obrigatório) porque a cruz representa a revolução 
cristã, algo que não se pode apagar. Por isso datamos o tempo antes de Cristo e 
depois de Cristo. 
O texto foi publicado no jornal L’Unità em 
22 de Março de 1988 e pode ser .lido em
https://www.ecodibergamo.it/stories/Cronaca/99173_un_articolo_di_natalia_ginzburg_quella_croce_rappresenta_tutti/
16 Novembre 2015
Sconfinare tra le righe: Lessico Famigliare – Natalia Ginzburg
Benedetta Oberti
Natalia Ginzburg è stata una di quelle autrici il cui nome era solito 
presentarmisi, fare un giro e poi puntualmente tornare, nelle più svariate 
circostanze. Tutti questi sfuggevoli incontri hanno finito per creare una certa 
familiarità. Tuttavia, ahimè, non mi sono mai addentrata nella lettura di niente 
di suo.
Quando una delle scorse domeniche d’autunno, spulciando in una bancarella, il 
mio occhio s’è nuovamente imbattuto, sul dorso consunto di un libro, nelle 
parole “lessico famigliare, Natalia Ginzburg”, non me la sono più sentita di 
ignorare il richiamo.
Lessico Famigliare è stato pubblicato per la prima volta nel 1963 ed è uno dei 
libri che per la loro particolarità ha avuto importanti riflessi, prolungati nel 
tempo, sia a livello di critica che di lettori. Già il titolo fa luce sul 
contenuto, due parole e l’intera trama è perfettamente delineata. Famigliare: la 
storia è quella dei Levi (cognome da nubile di Natalia) a cavallo delle due 
guerre mondiali; la trovata della Ginzburg è quella di aver snodato i principali 
avvenimenti che ebbero come attori padre madre e fratelli servendosi dei modi di 
dire e delle espressioni gergali che fecero di quelle sei persone la Famiglia 
Levi. Ed ecco allora spiegato anche il senso di “lessico”.
Fin dalle prime righe l’impressione è quella di essere stati catapultati 
indietro nel tempo, anni ’20, via Panigaglia, Torino. La linearità e la 
pacatezza proprie dell’autrice, che si tiene ben lontana dall’usare per il suo 
racconto uno sguardo troppo personale, fan si che al lettore paia di guardare 
dal buco della serratura cosa succede fra le quattro mura di casa Levi, senza la 
mediazione dello sguardo troppo soggettivo dell’autrice. É la stessa Ginzburg a 
scrivere, nella premessa al libro: “Non avevo voglia di parlare di me. Questa 
non è la mia storia ma piuttosto, pur con vuoti e con lacune, la storia della 
mia famiglia”. Una lettura veloce e poco interessata potrebbe far pensare al 
libro come ad una fredda e distaccata cronaca di eventi ma non è così. Trapela 
intimità e l’approccio è quello di chi, finita un’era, quella della giovinezza, 
rivolge lo sguardo indietro, nei ricordi, caldi e accoglienti, un po’ 
nostalgici. Seppur quindi la narrazione sia piuttosto asciutta, chi legge non è 
precluso dal sentirsi lo stesso pianamente coinvolto e inserito in quello che 
succede. Un esempio: a pagina 167 bastano due righe e Leone Ginzburg, marito di 
Natalia, muore. Non viene detto molto, la storia continua senza interruzioni, 
senza parole di tenerezza nei confronti dell’uomo con cui la scrittrice ha 
condiviso tanto, continua perché così allora continuò anche la vita che mica 
aspetta, va avanti. L’effetto sul lettore è però l’opposto: su quelle poche 
parole non ci si può che fermare, e rileggerle, e sentirsi dispiaciuti, quasi 
più di quanto sembri esserlo lei, Natalia.
Altra caratteristica rilevante del libro è il modo con cui l’autrice riesce a 
far entrare con la massima naturalezza fra le righe di quello che sta scrivendo 
personaggi del calibro di Cesare Pavese, Drusilla Tanzi o ancora, di Turati. Lo 
fa con una certa maestria tanto che diviene quasi divertente, mentre si legge, 
andare a caccia di quelle notorietà nascoste. Ecco perciò che dietro all’amico 
pensieroso della casa editrice che cammina per strada mangiando ciliegie e 
sputandone i noccioli contro i muri si cela Pavese; Turati è l’ omone dalla 
folta barba che si muove cauto per i corridoi di casa, che ogni tanto dorme nel 
letto del fratello Mario e che un giorno sparisce. Ed infine Drusilla Tanzi, la 
zia che rompeva sempre gli occhiali.
Nel frattempo la narrazione va avanti senza che non manchino nemmeno chiari 
riferimenti alla situazione politica e storica di quegli anni. In più pagine la 
tensione è palpabile, amici e familiari vengono incarcerati: sono quasi tutti 
antifascisti e attivi sul fronte della Resistenza. La stessa Ginzburg è mandata 
al confino. Tuttavia l’autrice mai abbandona quel suo scrivere posato, per nulla 
concitato, anche quando gli eventi alla base lo sono. Le pagine vengono 
sfogliate e presto si arriva alla fine, il cerchio si chiude e il lettore viene 
congedato così com’era stato accolto: con una di quelle frasi antiche, ripetute 
più volte, linfa della famiglia Levi, la loro spina dorsale.
“Ah non cominciamo adesso col Barbison! Quante volte l’ho sentita contare questa 
storia!”
De    http://www.sandrapetrignani.it/?p=4379
Nata il 14 
luglio del 1916 (se ne celebra quest’anno il centenario), Natalia Ginzburg aveva 
33 anni quando, il 5 dicembre del ‘49, annuncia alla sua amica Ludovica Nagel: 
«Mi sposo con un uomo che si chiama Gabriele Baldini». Glielo descrive 
accuratamente: «Ha trent’anni, i capelli castani e gli occhi marroni e la 
barba». E aggiunge in un soffio: «Io gli voglio molto bene e sono felice». 
L’aveva conosciuto quattro anni prima, quando «compariva qualche volta in via 
Uffici del Vicario», nella sede romana della Einaudi, per cui lavoravano sia 
Natalia sia la Nagel, ed era stato anche segretario di redazione della rivista 
«Aretusa», diretta da Carlo Muscetta, su cui la Ginzburg aveva pubblicato, nel 
marzo del ‘45, il racconto Inverno in Abruzzo. Era bellissimo Baldini da giovane, 
lo ricordano tutti quelli che l’hanno conosciuto in quel periodo. Lo ricorda la 
stessa Ginzburg che ne dà questo ritratto in Lui e io(raccolto in Le piccole virtù): «Era, da ragazzo, bello, magro, 
esile, non aveva allora la barba, ma lunghi morbidi baffi; e rassomigliava 
all’attore Robert Donat». Quando si ritrovano, lui è un po’ ingrassato e non 
somiglia più a Donat (quello di Addio, Mr. Chips), 
«ma piuttosto a Balzac». E dove avviene 
questo secondo fatale incontro?
E’ sempre la 
scrittrice a riferirlo all’amica (in Lettere a Ludovica, a cura di Carlo Ginzburg, edizioni 
Archinto): «Ci siamo incontrati al congresso del Pen Club a Venezia, nel 
settembre scorso, e abbiamo deciso di sposarci dopo due giorni». Durante quel 
congresso veneziano, il XXI, nonché «uno dei più attesi» secondo il 
corrispondente del Times Literary Supplement, 
viene nominato presidente dell’International Pen, Benedetto Croce, che ha 83 
anni e sostituisce il poeta 
belga, 
premio Nobel, Maurice Maeterlinck, morto qualche mese prima. Arrivano a Venezia, 
in quella occasione, circa 500 scrittori da tutto il mondo. Fra gli stranieri: 
Julien Benda, John Dos Passos, Alfred Döblin, Wystan Hugh Auden, Jules 
Supervielle, Stephen Spender e Kate O’Brien. Fra gli italiani noti all’estero: 
Mario Praz, Giuseppe Ungaretti, Alberto Moravia, Carlo Levi, Giuseppe Antonio 
Borgese e Ignazio Silone (presidente della sezione italiana del Pen). E, 
naturalmente, anche il trentenne Gabriele Baldini 
– 
che, sino ad allora, aveva pubblicato Panzini: 
saggio critico (1941) 
e Edgar Poe: studi (1942) 
– e la trentatreenne Natalia Ginzburg, autrice de La strada che va in città e altri racconti (1945) e di É stato così (1947). Croce resta presidente sino al 
1952, quando si spegne a Napoli, nella biblioteca di casa.
Finalmente, 
dunque, Natalia Ginzburg può dichiararsi «felice», dopo gli anni del lutto e del 
dolore. Leone Ginzburg, suo primo marito, padre dei suoi tre figli nati fra il 
’39 e il ’43, è morto all’inizio del ’44, imprigionato e torturato in carcere, 
come partigiano e come ebreo, per mano dei tedeschi che hanno occupato Roma 
città aperta. Lei sola ha potuto vederne il corpo martoriato, che ricordava il Cristo morto del 
Mantegna. «E le mani erano quelle che spezzavano il pane e versavano il vino» 
aveva scritto in quell’anno infernale in una rara poesia, Memoria, che finiva così: «E deserta è la tua 
giovinezza, spento il fuoco, vuota la casa».
Ora il 
fuoco, accanto a Gabriele, può di nuovo accendersi, la casa tornare a riempirsi 
di voci, di persone, di bambini. Lontano il periodo di disperazione e confusione 
in cui, avendo deciso di non uccidersi (ne aveva avuto la tentazione) e di non 
essere «diabolicamente infelice», ma soltanto inevitabilmente infelice, aveva 
cercato di innamorarsi di nuovo, votandosi all’umiliazione e alla sconfitta. Il 
tentato “suicidio” con i sonniferi («non capivo bene se volevo dormire molto a 
lungo o morire» ha scritto nel racconto autobiografico Estate) accadde 
nell’estate del ’45 «per un uomo, ma poi anche per tante altre cose», per troppa 
infelicità appunto, perché aveva deciso di continuare a vivere, ma non ce la 
faceva e forse era lei che «guardava il volto di un morto e gli chiedeva 
perdono». L’aiutò in quella drammatica circostanza un’altra amica, 
l’intellettuale cattolica Angela Zucconi, che la convinse a intraprendere una 
terapia col suo psicanalista, che era Ernst Bernhard, protagonista di un altro 
racconto autobiografico, La mia psicanalisi, 
scritto da Natalia Ginzburg qualche tempo dopo e raccolto in Mai devi domandarmi. Le sedute non durano molto, il 
tempo di riprendersi e Natalia scappa da Roma, torna a Torino e si ricongiunge 
ai figli, che, non riuscendone a farsene carico, aveva affidato a sua madre. Un 
anno più tardi la ritroviamo di nuovo legata a qualcuno, «con pochi soldi, ma 
contenta» scrive ancora a Ludovica nel settembre del ’47.
Dall’estate, 
le dice, «voglio bene a un uomo, e lui vuole bene a me […] senza autolesionismi 
e senza trucchi». Non sappiamo chi sia quest’uomo. Forse Rocco Scotellaro, il 
giovane poeta lucano che in quel periodo si era fugacemente invaghito di lei, 
come rivelano i suoi diari? Ludovica Nagel, che oggi vive a Lugano ed è quasi 
centenaria, non se lo ricorda. Ma la sorpresa è che, l’anno successivo, Natalia 
cede al fascino di Salvatore Quasimodo, per il quale perde la testa in una 
relazione clandestina di quattro brucianti mesi. A distanza di molti anni dirà a 
un’amica molto più giovane, Marina Ceratto, compagna in quel periodo di Cesare 
Garboli, di essere stata così presa del poeta da faticare enormemente a 
staccarsene persino dopo le nozze con Maria Cumani.
Il 26 
febbraio del ‘94 (Natalia è morta da tre anni, Quasimodo da ventisei) il Corriere della Sera fa 
uno scoop, rivelando l’amore segreto fra i due protagonisti della letteratura 
italiana. Sebastiano Grasso aveva avuto dal figlio del poeta, l’attore 
Alessandro, un mucchietto di lettere di Natalia a Quasimodo, che la giovane 
scrittrice gli inviava al Conservatorio di Milano, dove lui insegnava, perché 
non finissero nelle mani della Cumani, con cui viveva e che avrebbe sposato alla 
fine dell’anno. Sono testimonianza di un aspetto fragile, arreso e molto 
sensuale della futura autrice di Lessico famigliare, 
caratteristiche che ritroviamo in tanti suoi personaggi femminili capaci però 
anche di imbizzarrite rivolte. Insomma, l’anglista Gabriele Baldini, con la sua 
travolgente esuberanza, la cultura sterminata, il celebre humour, la passione 
per il cinema e per il teatro, la tenerezza allegra verso i figli di lei, apre 
davvero nella vita della scrittrice un periodo nuovo che sarà pure molto fecondo 
sul lato creativo. Il matrimonio è celebrato a Torino nel 1950 nella chiesa di 
fronte all’appartamento di via Pallamaglio (quello di Lessico). Nel decennio successivo la Ginzburg scrive 
opere importanti, come i romanzi Tutti i nostri ieri e Le voci della sera, i racconti lunghi Valentino e Sagittario.  Intanto 
mette a punto una voce sempre più precisa, che cerca un’intonazione semplice e 
apparentemente sciatta, che non si cura di ripetizioni, anzi sembra cercarle, 
che intona dialoghi essenziali e si serve di sgrammaticature colloquiali per 
accendersi improvvisamente in triple, quadruple aggettivazioni, quasi a 
smentirsi. Contemporaneamente scrive per i giornali cercando un suo posto di 
opinionista “corsara” che diventerà sempre più forte e centrale nel tempo. Di 
questo percorso mostra, almeno in parte, il complesso itinerario la raccolta 
uscita adesso da Einaudi, per la preziosa cura di Domenico Scarpa, dal titolo Un’assenza. Racconti, memorie, cronache che propone 
anche alcuni inediti. Un libro destinato non al grande pubblico, che ama 
soprattutto le opere più mature della Ginzburg, ma imprescindibile per i cultori 
e gli studiosi della scrittrice.
E’ apparso 
recentemente anche un essenziale volumetto di Giorgio Bertone, insegnante di 
letteratura italiana all’Università di Genova, Lessico per Natalia (il melangolo), che attraverso 
alcune parole-chiave come «casa, tana, figli, silenzio, autobiografia etc.» 
costituisce un’ottima guida alla ricchissima opera, da Lessico a Serena Cruz o la vera giustizia, 
tutti esempi di espressioni letterarie che sarebbe impervio e improprio definire 
semplicemente “romanzi”.